UOL, 01/06/2012
Obama ordenou aumento de ciberataques contra sistemas de usinas nucleares do Irã, diz jornal
Do UOL, em São Paulo
Ebrahim Norouzi/AP
De acordo com participantes da ação, a decisão
aumentou significativamente a primeira ação sustentada por armas
cibernéticas do país. De acordo com o “New York Times”, Obama acelerou os ataques (iniciados na administração de George W. Bush), mesmo depois que o vírus, conhecido como Stuxnet, acidentalmente saiu das usinas nucleares iranianas e circulou na internet mundial.
O Stuxnet, desenvolvido em conjunto pelos Estados Unidos e Israel, foi descoberto por empresas de segurança logo após sua “fuga acidental” do Irã. O “New York Times” afirma que houve
uma reunião logo após o ocorrido na Casa Branca, com a presença de Joe
Biden, vice-presidente dos EUA, e o diretor da CIA (Agência Central de
Inteligência) na época, Leon E. Panetta, na qual consideraram que o
esforço “havia sido fatalmente comprometido”.
Obama teria perguntado “devemos desligar essa coisa?”, segundo membros da segurança nacional presentes na sala. Ao ser avisado que ainda
não estava claro o quanto os iranianos sabiam sobre o código do vírus e
que ele ainda estava “causando estragos”, Obama teria decidido
continuar o ataque cibernético.
De acordo com o jornal americano, nas semanas seguintes, a usina nuclear iraniana de Natanz foi atacada com uma nova versão do vírus e mais uma vez depois também. Na última série de ataques, poucas semanas depois de o Stuxnet ser detectado no mundo, cerca de 1.000 a 5.000 centrífugas que enriquecem urânio foram paralisadas.
As informações foram obtidas pelo “New York
Times” após 18 meses de entrevistas com ex-oficiais americanos,
israelenses e europeus envolvidos na ação, além de outros especialistas.
O Irã inicialmente negou que suas usinas nucleares haviam sido atacadas
por um vírus de computador, mas depois admitiram o fato. O país, após o
ataque, criou uma unidade militar de ciberdefesa em 2011.
O governo dos Estados Unidos apenas recentemente admitiu desenvolver armas cibernéticas e nunca admitiu tê-las utilizado.
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