domingo, 24 de junho de 2012

Chávez retira embaixador do Paraguai e suspende envio de petróleo para o país

Lamento o governo Dilma não reagir e impor sanções ao golpe de estado ocorrido no Paraguai.
Pela segunda vez - Não nos esqueçamos de Honduras - os EUA derrubam um governo aliado às classes mais humildes e o Brasil fica de braços cruzados.
 
A besta vai se sentir cada vez mais confortável para continuar com esta nova tática golpista.
 
 
 
 
 
 
UOL, 24/06/2012 16h26
 

Chávez retira embaixador do Paraguai e suspende envio de petróleo para o país

 
EFE

Caracas, 24 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou neste domingo que retirará seu embaixador do Paraguai e suspenderá o envio de petróleo para o país em represália ao impeachment de Fernando Lugo, que classificou como "golpe de Estado".

"Retiramos o embaixador, não reconhecemos esse governo (de Federico Franco), e também vamos retirar o envio de petróleo", afirmou Chávez num discurso realizado durante um ato militar transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão.
 
Apoiadora do ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, chora ao receber a notícia de impeachment de Lugo, aprovado nesta sexta-feira (22).
 
 
O presidente afirmou, em discurso por ocasião do 191º aniversário da batalha de Carabobo, que selou a independência do país da coroa espanhola, que o embaixador "amanhã mesmo" retornará para a Venezuela.

"Nós não vamos apoiar para nada esse golpe de Estado, nem direta, nem indiretamente", disse o chefe de Estado, que lamentou "muito" suspender o envio de petróleo. O governante venezuelano afirmou que a provisão de petróleo está prevista no "Acordo Energético de Caracas" e que o Paraguai se incorporou a ele por meio de Lugo.

Na sexta-feira, Lugo foi destituído de seu cargo pelo Senado de seu país, que o considerou culpado por mau desempenho de suas funções.

Cidadão paraguaio que vive na Argentina protesta contra decisão do Senado paraguaio sobre impeachment do presidente Fernando Lugo


Chávez questionou a rapidez do julgamento do ex-governante e o classificou de "ilegal" e "inconstitucional", ao mesmo tempo em que disse que para a Venezuela Fernando Lugo continua sendo presidente do Paraguai. O ex-vice-presidente, Federico Franco, assumiu o cargo de Lugo.
O presidente da Venezuela criticou Franco e disse que ele é um "usurpador", que o usa como desculpa ao afirmar que o Paraguai foi salvo de se tornar um "satélite chavista".

"O mesmo que disseram quando derrubaram Zelaya", afirmou ao se referir ao golpe de Estado que em junho de 2009 tirou do poder o então presidente hondurenho, Manuel Zelaya.

"São os mesmos que transformaram o Paraguai em uma colônia ianque durante muitos anos e apoiaram ditaduras, massacres, torturas e desaparecimentos. São os mesmos, a burguesia paraguaia", acrescentou.

Com o anúncio de Chávez, a Venezuela se uniu à Argentina, que também retirou seus embaixadores de Assunção.

Lugo mantém contato com embaixadores brasileiros e diz que vai à cúpula do Mercosul
 
Renata Giraldi
Da Agência Brasil, em Assunção

O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo disse este domingo (24) que está em contato com os embaixadores do Brasil e dos demais países vizinhos para agradecer o apoio que recebeu e transmitir informações sobre a situação política no país. Em entrevista concedida no começo desta tarde, Lugo reiterou que foi alvo de um golpe de Estado e apelou para que os paraguaios reajam com manifestações pacíficas. Lugo disse também que vai participar da Cúpula do Mercosul, em Mendoza, na Argentina, nos próximos dias 28 e 29. Na ocasião, ele pretende sugerir que seja prorrogado o prazo do Paraguai na presidência pro tempore da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) – que reúne 12 países da região.

O ex-presidente disse que conversou hoje com o embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos, e pediu que ele leve informações a Brasília. Ontem (23) o governo do Brasil emitiu nota reiterando as críticas à forma como o ex-presidente deixou o poder e ratificando que houve o rompimento da ordem democrática no Paraguai.

Nos bastidores, aliados de Lugo se articulam para reverter a situação política no Paraguai. Há um esforço para mobilizar o Congresso e permitir que o ex-presidente retorne ao poder. Porém, as negociações estão ainda no começo. Analistas políticos paraguaios avaliam que essa possibilidade é mínima.

Para Lugo, é falsa a tranquilidade vista nas ruas de Assunção e das cidades aos arredores da capital paraguaia. Segundo ele, os paraguaios estão indignados e reagirão ao que chamou de “golpe de Estado”. “Não está tudo tranquilo [como querem mostrar] , foi rompida a ordem democrática. É preciso exercer a cidadania com protestos pacíficos”, disse ele.

Ao ser perguntado sobre eventuais sanções impostas pelos países vizinhos, o ex-presidente disse que essa é uma decisão soberana e que cabe a cada governo definir sobre o tema. Ontem o Brasil indicou, por meio de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, que não pretende adotar restrições ao Paraguai.

Lugo disse ainda que reconheceu a validade do impeachment, aprovado na sexta-feira (22), para evitar consequências mais graves ao país. “Reconheci para não ter um banho de sangue no país”, ressaltou. Ele repetiu várias vezes que o processo denominado “juízo político”, segundo a Constituição paraguaia, foi conduzido de forma ilegítima.

Estamos com a certeza de que houve um golpe de Estado contra a vontade popular. Não há dúvidas sobre isso”, destacou o ex-presidente. “Esse não é um tema de Fernando Lugo. É um tema de interesse de todos. Houve o rompimento do processo democrático para forçar a destituição do presidente da República”, completou.

Mercosul suspende participação do Paraguai de próxima cúpula do bloco

EFE
 
Buenos Aires, 24 jun (EFE).- O Mercosul decidiu neste domingo suspender a participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que medidas tomar em relação ao país após o impeachment de Fernando Lugo.

Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua decisão de "suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul". 

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