Com estes por lá à disposição para emitir os habeas corpus necessários, os Daniéis Dantas e Rogers Abdelmassihs do nosso Brasil podem aprontar à vontade e dormir tranquilos.
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domingo, 17 de abril de 2011
Graças a Gilmar Mendes, foge do país médico condenado a 278 anos por violentar 37 mulheres
O médico Roger Abdelmassih, de 67 anos, já está no Líbano, segundo a Folha. E por lá deve ficar porque tem origem libanesa e o Brasil não tem tratado de extradição com o Líbano. E isso poderia ter sido evitado, caso o ministro Gilmar Mendes não concedesse o habeas corpus que o tirou da cadeia.
O médico estava preso, aguardando recurso de sua defesa diante da sentença que o condenou a 278 anos de cadeia por violentar 37 mulheres (suas pacientes, o que agrava os crimes) entre 1995 e 2008. E aguardava preso porque a Polícia Federal informou que ele tentava renovar seu passaporte. A juíza Kenarik Boujikian Felippe determinou que ele fosse preso para evitar sua fuga do país.
Seu advogado recorreu. Disse que Roger Abdelmassih não pretendia fugir do país, só estaria renovando o passaporte...
Sem ao menos perguntar ao advogado por que um homem de 67 anos condenado a 278 anos de cadeia renovaria o passaporte (seria um novo Matusalém?), Gilmar Mendes mandou soltar o passarinho, que agora vai passear sua impunidade no exterior, até que a morte o separe da boa vida.
Por essas e outras, crimes contra as mulheres acontecem diariamente no país. Há o caso notório do jornalista Pimenta Neves, que matou fria e covardemente sua ex-namorada, a jornalista Sandra Gomide, e passeia sua impunidade, após ter destruído as vidas de Sandra e de sua família.
O que dirá Gilmar Mendes, o Simão Bacamarte do Judiciário, sobre seu habeas corpus que possibilitou a fuga do criminoso?
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Polícia acredita que Abdelmassih esteja no exterior
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Passados quase quatro meses de sua fuga, a polícia de São Paulo ainda não conseguiu capturar o médico Roger Abdelmassih, 67. Das poucas pistas obtidas até agora, a principal delas já o coloca fora do Brasil.
Abdelmassih usou a fronteira com o Paraguai, foi para o Uruguai (onde teria conseguido um passaporte falso) e embarcou para o Líbano, disseram à Folha policiais que participam das buscas. O médico tem origens libanesas.
Se as suspeitas dos policiais estiverem corretas, uma eventual prisão de Abdelmassih fica muito mais complicada. Isso porque o Líbano não tem tratado de extradição com o Brasil.
Mesmo que venha a ser preso pela Interpol, o Líbano pode negar a entrega do foragido brasileiro.
Um tratado chegou a ser assinado em 2002, segundo o Itamaraty, mas apenas o lado brasileiro ratificou o acordo. Para ter valor, como um contrato, os dois lados precisariam feito essa ratificação.
Até então, a polícia suspeitava que ele estivesse no interior de São Paulo. Segundo a Folha apurou, uma propriedade em Avaré chegou a ser vasculhada. Na semana passada, uma clínica da capital também foi alvo de uma incursão da polícia.
Em 2010, Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 37 mulheres entre 1995 e 2008. As vítimas eram pacientes e funcionária de sua clínica de reprodução.
O médico, que teve seu registro profissional cassado, sempre negou os crimes.
As primeiras suspeitas contra o médico foram reveladas pela Folha em 2009.
Depois da reportagem, uma série de vítimas procuraram a Promotoria para denunciar abusos. Naquele mesmo ano, ele foi ficou preso entre agosto e dezembro.
No final do ano passado, a juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, determinou a prisão de Abdelmassih quando a Polícia Federal informou que o médico tentava renovar seu passaporte.
O advogado José Luís de Oliveira Lima, um dos defensores do médico, nega que ele quisesse fugir. Tentava apenas renovar o documento, o que é permitido por lei.
O defensor não quis comentar sobre a fuga.
Lima diz que espera a condenação chegar à segunda instância para apresentar defesa e tentar inocentar o cliente . "De toda as acusações", afirma.
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