Bolinha de papel
Um dos maiores sambas da história com a belíssima interpretação
dos Anjos do Inferno e Geraldo Pereira é uma homenagem à candidatura tucana
SERRA QUER CENSURAR VÍDEO DO SBT:
BOLINHA CATALIZOU SENTIMENTO DIFUSO DE QUE O CANDIDATO CONSERVADOR DISSIMULA SUA REAL IDENTIDADE
TSE rejeita pedido da coalizão demotucana para censurar cenas da bolinha de papel na propaganda do PT.
TSE rejeita pedido da coalizão demotucana para censurar cenas da bolinha de papel na propaganda do PT.
A bolinha fica no ar e entra para a história como síntese de uma campanha sem projeto, cujo verdaderio trunfo era a esférica blindagem da mídia em torno de Serra.
Leve, ingenua, quase infantil, ela cruzou o ar, furou o cerco midiático e catalizou o sentimento difuso de milhões de brasileiros em relação à campanha de Serra.
Não adiantou o empenho da Globo para mitigar o estrago dando ao candidato o bônus virtual de um rolinho de fita crepe. A bolinha, leve como uma pluma, marcou para sempre a cabeça demotucana e o imaginário popular como a evidência de uma farsa maior.
Lula, mais que ninguém, percebeu seu peso simbólico devastador.
Daí a ira do dispositivo midiático contra o Presidente, que continua quicando a bolinha no caráter dos adversários.
(Carta Maior 23-10)
Sábado, 23 de Outubro de 2010
Quando as redações da grande imprensa, em campanha aberta pela candidatura Serra, erigem o preconceito como norma de juízo, a mentira não é apenas abominável: é suicida. A opinião pública brasileira dispõe, hoje em dia, dos elementos necessários para julgar os acontecimentos políticos, sociais, econômicos e culturais sem se deixar levar pelo filtro ideológico de conhecidas técnicas de edição. Há muito tempo, a sociedade aprendeu a aquilatar a qualidade ética da informação oferecida, os desvios de apuração e o descompromisso do noticiário com a verdade factual.
O Jornal Nacional de quinta-feira, 21/10, não foi apenas uma tentativa patética de recriar o tiro que matou o Major Vaz. Os sete minutos gastos na “fabricação” da fita adesiva que teria atingido o candidato tucano revelam desorientação no tempo e no espaço. A Rua Tonelero não fica em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, passados 56 anos, não há lugar para atores políticos com indefinição ideológica evidente. Serra não é Lacerda; falta-lhe talento. O PSDB não é a UDN; tem lastro histórico mais precário. Mas em ambos, no candidato e em seu partido, convivem a vergonha de serem ostensivamente autoritários e o medo de serem inteiramente democráticos. A face dupla do moralismo udenista, transposto para 2010, realça o desbotamento de um Dorian Gray mal-acabado.
A campanha oposicionista padece de velhos vícios e truncamentos de origem. Parece acreditar que o povo, em toda a parte, é uma entidade incapaz e como tal deve ser tratado, sob pena de hecatombe social iminente. Deve-se também ameaçar a esquerda com a hipótese sempre latente de um golpe de Estado. E lembrar aos setores populares, principalmente à nova classe média, que se eles não tiverem juízo virão aí os bichos papões e, com eles, os massacres dos Kulaks, as igrejas fechadas, os asilos psiquiátricos, a supressão da liberdade, em suma, o socialismo sem rosto humano.
Essa agenda está superada, mas seu simples ressurgimento deve nos remeter a pontos importantes. Se atualmente é difícil calar organizações que expressam as demandas dos seus membros e representados, como é o caso do MST, do movimento estudantil e do mundo do trabalho, muitos obstáculos ainda têm que ser ultrapassados.
Exigir liberdades democráticas não é uma gesticulação romântica, desde que se dêem consequências às suas implicações. É preciso apostar na organização crescente das forças sociais com o objetivo de consolidar uma saída definitivamente nacional e popular para temas que vão da questão agrária ao controle social dos meios de comunicação.
A análise histórica mostra que, quando não avançamos na democracia concreta, damos aos seus adversários tempo para que se reorganizem, utilizando as oficinas de consenso para caluniar, difamar, fazer o que for necessário, para deter o ímpeto vital que lhes ameaça.
Nos dias de hoje, é preciso senso crítico sempre atilado, não se deixar envolver pela vaga e traiçoeira tese do aperfeiçoamento democrático a qualquer preço, pois as forças retrógadas costumam cobrar bem caro por nossas distrações ou equívocos. Por tudo isso, a eleição de Dilma Rousseff é um passo decisivo para erradicarmos de vez o cartorialismo econômico, a indiferença moral e a incompetência administrativa que marcaram vários governos até 2003.
Na Rua Tonelero, o futuro vislumbrado é o de um país que realizará suas potencialidades. O que importa saber é que atores são capazes de assegurar uma democracia com ênfase social, assentada também nos direitos individuais e na liberdade econômica. Nesse cenário, as bolinhas de papel passeiam na calçada. O vento-e não mais o cálculo político-dita o rumo de cada uma delas.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
As bolas de papel da democracia desejada
Gilson Caroni FilhoQuando as redações da grande imprensa, em campanha aberta pela candidatura Serra, erigem o preconceito como norma de juízo, a mentira não é apenas abominável: é suicida. A opinião pública brasileira dispõe, hoje em dia, dos elementos necessários para julgar os acontecimentos políticos, sociais, econômicos e culturais sem se deixar levar pelo filtro ideológico de conhecidas técnicas de edição. Há muito tempo, a sociedade aprendeu a aquilatar a qualidade ética da informação oferecida, os desvios de apuração e o descompromisso do noticiário com a verdade factual.
O Jornal Nacional de quinta-feira, 21/10, não foi apenas uma tentativa patética de recriar o tiro que matou o Major Vaz. Os sete minutos gastos na “fabricação” da fita adesiva que teria atingido o candidato tucano revelam desorientação no tempo e no espaço. A Rua Tonelero não fica em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, passados 56 anos, não há lugar para atores políticos com indefinição ideológica evidente. Serra não é Lacerda; falta-lhe talento. O PSDB não é a UDN; tem lastro histórico mais precário. Mas em ambos, no candidato e em seu partido, convivem a vergonha de serem ostensivamente autoritários e o medo de serem inteiramente democráticos. A face dupla do moralismo udenista, transposto para 2010, realça o desbotamento de um Dorian Gray mal-acabado.
A campanha oposicionista padece de velhos vícios e truncamentos de origem. Parece acreditar que o povo, em toda a parte, é uma entidade incapaz e como tal deve ser tratado, sob pena de hecatombe social iminente. Deve-se também ameaçar a esquerda com a hipótese sempre latente de um golpe de Estado. E lembrar aos setores populares, principalmente à nova classe média, que se eles não tiverem juízo virão aí os bichos papões e, com eles, os massacres dos Kulaks, as igrejas fechadas, os asilos psiquiátricos, a supressão da liberdade, em suma, o socialismo sem rosto humano.
Essa agenda está superada, mas seu simples ressurgimento deve nos remeter a pontos importantes. Se atualmente é difícil calar organizações que expressam as demandas dos seus membros e representados, como é o caso do MST, do movimento estudantil e do mundo do trabalho, muitos obstáculos ainda têm que ser ultrapassados.
Exigir liberdades democráticas não é uma gesticulação romântica, desde que se dêem consequências às suas implicações. É preciso apostar na organização crescente das forças sociais com o objetivo de consolidar uma saída definitivamente nacional e popular para temas que vão da questão agrária ao controle social dos meios de comunicação.
A análise histórica mostra que, quando não avançamos na democracia concreta, damos aos seus adversários tempo para que se reorganizem, utilizando as oficinas de consenso para caluniar, difamar, fazer o que for necessário, para deter o ímpeto vital que lhes ameaça.
Nos dias de hoje, é preciso senso crítico sempre atilado, não se deixar envolver pela vaga e traiçoeira tese do aperfeiçoamento democrático a qualquer preço, pois as forças retrógadas costumam cobrar bem caro por nossas distrações ou equívocos. Por tudo isso, a eleição de Dilma Rousseff é um passo decisivo para erradicarmos de vez o cartorialismo econômico, a indiferença moral e a incompetência administrativa que marcaram vários governos até 2003.
Na Rua Tonelero, o futuro vislumbrado é o de um país que realizará suas potencialidades. O que importa saber é que atores são capazes de assegurar uma democracia com ênfase social, assentada também nos direitos individuais e na liberdade econômica. Nesse cenário, as bolinhas de papel passeiam na calçada. O vento-e não mais o cálculo político-dita o rumo de cada uma delas.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
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Folha de São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
E agora é SERRA NA CABEÇA! Ops, na careca. "Militante petista joga rolo de adesivo na careca do Serra." E sabe o que Serra falou no hospital? "Infelizmente, não ganhei nenhum um ponto." Rarará! Nem um pontinho!
Se com uma bolinha de papel o Serra faz tomografia computadorizada, imagine se levasse uma bundada da Mulher Melancia! Rarará!
E o chapeiro na padaria: "Porque ele não é Bush. Se fosse o Bush teria desviado". Rarará! E tem que perdoar o cara: jogar coisa em careca é uma tentação irresistível! Todo mundo joga coisa em careca! E toda campanha tem isso: já jogaram ovo no Covas, torta na cara do Berzoini, galinha preta na Marta e, agora, rolo de fita-crepe no Serra. Pior o Berlusconi, que levou uma estátua de ferro na cara. Rarará!
E atenção: Marina manda perguntar se a bolinha de papel era reciclada! Rarará! Fita-crepe é bom porque é mais uma adesão! E manchete do site Sensacionalista: "Militante petista declara que, com um cabeção daqueles, foi fácil acertar". Rarará!
E a última bomba: "Índio da Costa declara: "Bolinha de papel era das Farc".". E com essa baixaria das duas campanhas, daqui a pouco só vai ter porrada. Eu quero porrada! Chá com porradas! Rarará!
A situação tá ficando psicodélica. Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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http://www.conversaafiada.com.Até jornalistas do jn vaiam Ali Kamel
Saiu no Escrivinhador, de Rodrigo Vianna:
O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel
Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.
A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.
Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).
Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.
Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a sequência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.
Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o peritoRicardo Molina.
Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.
Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.
A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.
Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.
Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.
Serra e Kamel não sentiram vergonha.
José Serra foi acertado duas vezes: pela bolinha de papel e pelo rolinho de fita, mas não reagiu ao contato com nenhum dos objetos como se tivesse se
sentido dor ou algum impacto mais forte, conforme tenta nos colocar o JN em seu vídeo claramente editado.
Vejam vídeos que chegaram aos blogs explicando como a Globo editou as imagens para tentar nos enganar.
http://www.youtube.com/watch?
http://www.youtube.com/watch?
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Acerte uma bola de papel na cabeça do Serrojas que tenta se proteger atrás da bancada do Jornal Nacional.
Só tomem cuidado pra não se viciarem no jogo!
http://www.redeblogo.com.br/ game/
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Nunca vi uma bolinha de papel
Provocar tanto dano num cristão
Só se fosse uma bala de canhão
Pra imprensa fazer tanto escarcel
É que o “home” foi parar no hospital
Ai fizeram um exame com uma tôca
Concluíram que a cabeça é que era o mal
Desprovida de bom senso e toda ôca.
(Francisco M. L. Cavalcanti)
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O que realmente impactou a careca do Serroja
As imagens da tomografia de Serroja
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