quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Guerras do Iraque e do Afeganistão - A verdade nua e crua

Quarta-Feira, 27 de Outubro de 2010

A verdade desnuda no Iraque
Robert Fisk


Como de costume, os árabes sabiam. Sabiam tudo das torturas em massa, do promíscuo assassinato de civis, do escandaloso uso do poderio aéreo contra casas de famílias, dos impiedosos mercenários estadunidenses e britânicos, dos cemitérios de mortos inocentes. Todo o Iraque o sabia. Porque eles eram as vítimas.
Só nós podíamos fingir que não sabíamos. Só nós no Ocidente podíamos rechaçar cada acusação, cada afirmação contra os estadunidenses ou britânicos, pondo algum digno general – vem à mente o porta-voz militar estadunidense Mark Kimmitt e o terrível chefe do estado maior conjunto Peter Pace – a nos rodear de mentiras. Se encontrássemos um homem que tinha sido torturado nos diziam que era propaganda terrorista, se descobríssemos uma casa cheia de crianças mortas num bombardeio aéreo norteamericano também era propaganda terrorista, ou “dano colateral”, ou uma simples frase: “não temos informação disso”.

Desde o começo sabíamos que sempre tinham. E o oceano de memorandos militares que se revelou este sábado voltou a demonstrá-lo. A Al Jazeera chegou a extremos para rastrear as famílias iraquianas cujos homens e mulheres foram assassinados em detenções estadunidenses – eu identifiquei uma porque a reportei em 2004, o veículo crivado de balas, os dois jornalistas mortos, até o nome do capitão local estadunidense – e foi o The Independent em edição dominical o primeiro a alertar ao mundo sobre as hordas de pistoleiros indisciplinados que eram levados a Bagdá para proteger diplomatas e generais. Esses mercenários, que abriram caminho assassinando, nas cidades do Iraque, insultaram-me quando eu lhes disse que estava escrevendo sobre eles, ainda em 2003.

É sempre tentador desacreditar uma história dizendo que “não há nada de novo”. A idéia da “velha história” é usada pelos governos para esfriar o interesse jornalístico, pois serve para encobrir a inatividade jornalística. E é certo que os repórteres já viram antes algo assim. A “evidência” da participação iraniana na fabricação de bombas no sul do Iraque foi filtrada pelo Pentágono para Michael Gordon, do New York Times, em fevereiro de 2007. A matéria prima, que agora podemos ler é muito mais duvidosa que a versão gerada pelo Pentágono. Por todo o Iraque havia material militar da guerra Irã-Iraque de 1980-1988, e a maioria dos ataques contra os estadunidenses foram levados a cabo nesta etapa por insurgentes sunitas. Por certo os informes que sugerem que a Síria permitiu a travessia de insurgentes por seu território são corretos. Falei com famílias de terroristas suicidas palestinos cujos filhos chegaram ao Iraque a partir do Líbano, por meio da cidade libanesa de Majdal e depois pela cidade do norte da Síria, Aleppo, para atacar os estadunidenses.

No entanto, embora escrita em linguagem militar sucinta, aqui está a evidência da vergonha estadunidense. É um material que pode ser usado por advogados em juízo. Se 66.081 – me encantou este “81” - é a cifra mais alta disponível de civis mortos, então a cifra real é infinitamente mais alta, pois este registro só corresponde aos civis dos quais os estadunidenses tiveram informação. Alguns foram levados ao necrotério em Bagdá em minha presença e foi o oficial encarregado quem me disse que o Ministério da Saúde iraquiano havia proibido os médicos de praticar necropsias dos civis levados por soldados estadunidenses. Por que se deu essa ordem? Teria algo a ver com os 1300 informes independentes estadunidenses sobre tortura nos postos policiais iraquianos?
Eu, no entanto, suspeito que esta revelação massiva de material da guerra do Iraque tenha sérias implicações para jornalistas e exércitos. Por que diabos se envia equipes de repórteres para investigar crimes de guerra, reunindo-se com "gargantas profundas" militares se, em seguida, quase meio milhão de documentos secretos vão acabar flutuando numa tela de computador?

Ainda não chegamos ao fundo da história de Wikileaks e, melhor, suspeito que há ainda vários soldados estadunidenses implicados nessa última revelação. Quem sabe se não chega ao mais alto escalão? Em suas investigações, por exemplo, a Al Jazeera encontrou um extrato de uma coletiva de imprensa de rotina do Pentágono em novembro de 2005. Peter Pace, o nada inspirador chefe de estado maior conjunto, informa aos jornalistas como os soldados devem reagir ante o tratamento cruel de prisioneiros, assinalando com orgulho que o dever de um soldado estadunidense é intervir caso encontre evidência de tortura. Depois a câmera se move em direção da figura muito mais sinistra do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, que de pronto interrompe quase num murmúrio, para a grande consternação de Pace: “Não acredito que você queira dizer que os soldados estejam obrigados a detê-la fisicamente. Seu dever é reportá-la”.

Desde então a significação deste comentário – cifradamente sádico a seu modo – perdeu-se nos jornais. Mas agora o memorando secreto Frago 242 traz muito mais luz sobre essa coletiva de imprensa. Enviada presumivelmente pelo general Ricardo Sánchez, a instrução aos soldados é: “Suposto que o informe inicial confirme que as forças estadunidenses não tiveram a ver com o abuso contra os detidos, não se realizará maior investigação, a menos que o alto comando o ordene”. Abu Ghraib ocorreu sob a supervisão de Sánchez no Iraque. Foi também Sánchez, por certo, quem não pôde explicar-me durante uma coletiva de imprensa por que seus homens mataram os filhos de Saddam Hussein em Mosul, em vez de capturá-los.

A mensagem de Sanchez, segundo parece, deve ter tido a aprovação de Rumsfeld. Do mesmo modo, o general David Petraeus – tão amado pelos jornalistas estadounidenses– foi supostamente responsável pelo dramático aumento nos ataques aéreos ao longo de dois anos: de 229 sobre o Iraque em 2006 para 1447 em 2007. Resulta interessante que os ataques aéreos dos Estados Unidos no Afeganistão tenham sido elevados em 172% desde que Petraeus assumiu o comando militar da região.

Tudo isso torna ainda mais assombroso que o Pentágono agora se escandalize porque a Wikileaks poderia ter sangue nas mãos. O Pentágono tem estado manchado de sangue desde que deixou cair uma bomba atômica sobre Hiroshima em 1945, e para uma instituição que ordenou a invasão ilegal em 2003 – por acaso a cifra de civis mortos não foi ali de 66 mil, segundo suas próprias contas, de uns 109 mil registrados? - torna-se ridículo afirmar que Wikileaks é culpada de homicídio.
A verdade, é claro, é que se este vasto tesouro de informes secretos tivesse demonstrado que a quantidade de mortos era muito menor do que a aquilo que a imprensa informava, que os soldados estadunidenses nunca toleraram a tortura por policiais iraquianos, que raras foram as vezes em que dispararam em civis detidos e sempre levaram os mercenários assassinos a juízo, os generais estadunidenses teriam entregue esses expedientes à imprensa sem peso algum nas escadarias do Pentágono. Não só estão furiosos porque se rompeu o segredo ou porque se tenha derramado sangue, mas também porque pegaram-lhes dizendo as mentiras que sempre souberam que diziam.

Tradução: Katarina Peixoto
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São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

Britânicos torturam prisioneiros, diz jornal O manual de interrogatório dos militares britânicos inclui tortura, humilhação e ameaças, denunciou ontem o jornal britânico "The Guardian".
As orientações, segundo o jornal, foram escritas depois da morte sob tortura do iraquiano Baha Mousa, por tropas britânicas, em 2003.
O material diz aos interrogadores para provocar humilhação, insegurança, desorientação, exaustão, ansiedade e medo nos prisioneiros.
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UOL, 22/10/2010 - 21h29 
Os Estados Unidos recorreram a práticas de tortura, execução sumária e crimes de guerra durante suas ações no Iraque, de acordo com os 391.832 documentos militares divulgados nesta sexta-feira (22) pelo site WikiLeaks, no maior vazamento de dados secretos da história militar dos EUA.
Os arquivos são compostos por fichas SIGACTS ("significant activity"), relatórios de incidentes escritos pelos militares no local, nos quais são descritos atentados, trocas de tiro, prisões e ações de violência contra os civis.
"Assim como na primeira divulgação -- cerca de 92 mil relatórios cobrindo seis anos de guerra no Afeganistão -- os documentos sobre o Iraque não fornecem revelações bombásticas, mas eles oferecem detalhe, textura e contexto das pessoas que realmente lutavam a guerra", escreve o jornal norte-americano "The New York Times", ao publicar o conteúdo dos relatórios.
Apesar de não confirmarem a autenticidade dos documentos, os veículos de imprensa que receberam o material com antecedência (entre os quais o "NYT", a revista alemã "Der Spiegel", o jornal francês "Le Monde", o britânico "Guardian" e a rede árabe "Al Jazeera") indicaram hoje que os documentos detalham atrocidades piores do que as que o mundo conheceu sobre a prisão de Abu Ghraib.
Alguns destaques dos documentos:
Morte de civis: Ao menos 109 mil pessoas teriam morrido no Iraque do início da invasão americana, em março de 2003, até o final do conflito, em 2009. As mortes de civis, que seriam 63% das vítimas, aparecem em número maior do que o número divulgado pela administração de George W. Bush.
Pelo menos 121.649 civis iraquianos e forças de segurança ficaram feridos, de acordo com o informe, enquanto 3.592 soldados da coalizão foram mortos e 30.068 se feriram.
São relatados casos nos quais civis aparecem entre as vítimas de ataques feitos por helicópteros ou em checkpoints. "Tais assassinatos são uma razão central pela qual os iraquianos se viraram contra a presença dos norte-americanos em seu país, uma situação que agora se repete no Afeganistão".
Participação do Irã: A intervenção iraniana no conflito, contra as forças lideradas pelos EUA, seria maior e mais direta do que se tinha notícia.
O NYT destaca relatos de militantes iraquianos que teriam recebido treinamento de agentes ligados ao Hezbollah e à Guarda Revolucionária Islâmica.
Os documentos registram ainda envio ilegal de armas para milícias iraquianas por parte do Irã.

AP
6 de maio de 2004 - Fotos mostram soldados dos Estados Unidos
humilhando prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib em Bagdá, no Iraque
Tortura: Denuncia-se a presença de prisões secretas e tortura contra prisioneiros por parte das forças americanas.
O "Guardian" reproduz um caso em que um policial baleou um prisioneiro na perna, e que depois disso o detento sofreu abusos que resultaram em costelas fraturadas, múltiplas lacerações e marcas por causa de golpes dados com um bastão e uma mangueira em suas costas.
"O resultado: nenhuma investigação adicional", escreve o jornal britânico.
O jornal NYT afirma que "embora alguns casos de abusos tenham sido investigadores pelos norte-americanos, a maioria [dos casos] no arquivo parece ter sido ignorada."

Resposta dos EUA

O governo dos Estados Unidos, que já havia pedido aos jornalistas que não divulgassem o material, reiterou sua repúdia ao vazamento em uma declaração feita por Geoff Morrell, um porta-voz do Departamento de Defesa.
"Deploramos WikiLeaks por induzir indivíduos a violar a lei, vazar documentos secretos e depois arrogantemente compartilhar aquela informação secreta com o mundo, incluindo nossos inimigos", afirmou. "Sabemos que organizações terroristas estão vasculhando informação nos documentos vazados sobre o Afeganistão para usar contra nós -- e esse vazamento é quatro vezes maior".
"Ao tornar pública tal informação, o WikiLeaks continua a colocar em risco as vidas de nossos soldados, dos parceiros em nossa coalizão e aqueles iraquianos e afegãos trabalhando conosco. A única ação responsável para o WikiLeaks neste momento seria devolver o material roubado e retirá-lo do seu site o mais rápido possível", acrescenta.
"Condenamos fortemente a divulgação de informação confidencial e não comentaremos esses documentos vazados -- apenas indicamos que relatórios de 'significant activities' são iniciais, observações brutas de unidades táticas. Eles são essencialmente imagens do momento de eventos ao mesmo tempo trágicos e humanos, e não contam a história toda", afirma.
"Isso posto, o período referente aos relatórios tem sido bem coberto nas notícias, liros e filmes, e a divulgação desses relatórios de campo não traz novo entendimento sobre o passado do Iraque", argumenta.
*Com informações da Al Jazeera, NYT, Der Spiegel, Le Monde e Guardian


O criador do Wikileaks, um homem enigmático que gosta de revelar segredos

Leon Neal/AFP


ESTOCOLMO, Suécia, 21 Ago 2010 (AFP) -O australiano Julian Assange, que tornou-se famoso divulgando milhares de documentos confidenciais americanos sobre a guerra no Afeganistão, voltou à cena nesta sexta-feira, com uma série de documentos sobre a guerra do Iraque; mas em relação à própria vida é um verdadeiro partidário da arte do segredo.

Criador e figura emblemática do Wikileaks, o site especializado em vazar informações da inteligência, este homem de 39 anos acumulou muitas revelações nos últimos anos, do Iraque ao Quênia, passando pela Islândia, pelo Afeganistão e agora pelo Iraque.

Nesta sexta-feira, a rede de televisão Al-Jazeera divulgou as "principais revelações" do site WikiLeaks, anunciando que o Exército dos Estados Unidos "encobriu" torturas no Iraque e causou a morte de centenas de civis em seus postos de controle militar.

"Queremos três coisas: liberar a imprensa, revelar os abusos e salvaguardar documentos que fazem História", explicou anteriormente Assange à AFP sobre sua decisão de publicar documentos confidenciais sobre a guerra do Afeganistão.

Em pouco tempo, Assange se converteu no homem que fez a CIA tremer, o grande revelador de abusos, o apóstolo da transparência... mas, ao mesmo tempo, manteve um grande enigma em torno de sua pessoa.

Por exemplo, ele se nega a dizer para onde vai ou de onde vem, viaja de capital em capital hospedando-se em casa e simpatizantes ou conhecidos, não dá o número do seu celular e também não fornece a data exata de seu nascimento.

"Estamos ante organizações que não obedecem às regras. Estamos ante agências de inteligência", assegura.

Nascido em 1971, sem que se saiba a data, em Magnetic Island, nordeste da Austrália, Assange teve uma infância agitada, passando por 7 escolas, segundo a imprensa australiana.

Em sua adolescência, Assange se destacou como hacker até ser descoberto pela polícia de Melbourne. Para escapar da justiça, teve que pagar uma multa e jurar que manteria boa conduta.

A polícia jamais conseguiu estabelecer se esteve envolvido num incidente, em outubro de 1989, no qual as telas dos computadores da Nasa s viram repentinamente cobertas pela palavra "WANK" (masturbação) pouco antes do lançamento do ônibus espacial Atlantis.

Assange conta que foi "conselheiro de segurança, fundador de uma das primeiras companhias de serviços informáticos na Austrália, assessor tecnológico, investigador jornalístico, coautor de um livro".

Em 2006, fundou a Wikileaks com "umas dez pessoas procedentes dos âmbitos dos direitos humanos, da imprensa e da alta tecnologia".

A Islândia e a Suécia, onde conta com apoios e está amparado por legislações favoráveis, são escalas privilegiadas em seu constante ir e vir por todo o mundo, de Londres a Nairóbi, da Holanda à Califórnia.

Na Islândia foi onde se encerrou durante semanas em uma casa com as persianas sempre fechadas, para combinar com alguns companheiros do Wikileaks sua primeira grande "exclusiva": um vídeo gravado pela câmera de um helicóptero militar americano em Bagdá, em 2007, que mostra uma incursão que causou a morte de dois empregados da agência de notícias Reuters e de vários civis.

Segundo a revista americana New Yorker, Assange foi quem decodificou o vídeo militar, classificando a tarefa de "moderadamente difícil".

Assange milita, além disso, por um novo jornalismo.

"Geralmente nos perguntam: vocês verificam suas fontes? O que verificamos são documentos. Ligamos e perguntamos: esses documentos são seus? E acho que temos um padrão muito mais elevado".


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São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010
Soldado americano admite que matou afegãos por matar Vídeo da CNN mostra interrogatório de um dos soldados que matavam "por esporte"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em interrogatório militar, um soldado americano descreve como participou do assassinato de civis afegãos sem que as vítimas oferecessem nenhum tipo de ameaça.
Reportagem de 19 de setembro do jornal "Washington Post" revelou relatório do Exército americano sobre um batalhão que matava "por esporte". Eram "soldados que tinham apreço por haxixe e álcool", escreveu o diário.
A rede americana de televisão CNN divulgou imagens do interrogatório militar de 1 dos 5 soldados, chamado Jeremy Morlock, acusado de matar três civis afegãos, além de desmembrar cadáveres e fotografá-los.
Os assassinatos ocorreram entre janeiro e maio na Província de Candahar.
Sete outros soldados são acusados de cooperação.
No vídeo, um investigador militar faz uma série de questionamentos. Morlock responde perguntas sobre se os afegãos estavam armados ou apresentaram comportamento agressivo. "Eles não eram uma ameaça", disse.
O acusado ressalta que os civis não ofereceram resistência. Ele conta que, no começo do ano, sob comando do sargento Calvin R. Gibbs, ajudou os companheiros a tirar um afegão de sua casa para que fosse morto.
A estratégia dos advogados que defendem Morlock é dizer que seu cliente apresentava danos cerebrais por ataques decorrentes do conflito no Afeganistão.
Outro ponto que será explorado tem como alvo o sargento Gibbs, também sob investigação. Os advogados tentarão demonstrar que Morlock agiu sob influência e por temor dele.
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O Afeganistão: Mais um Vietnam na história dos EUA!


São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010 

AFEGANISTÃO

Tropas lideradas pelos EUA já têm pior ano em 2010
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - Após registrar a morte número 529 em apenas nove meses, 2010 se tornou o ano mais letal para as tropas internacionais lideradas pelos EUA no Afeganistão desde o início da guerra, há nove anos. Cerca de 60% dos 2.097 soldados mortos são americanos. O balanço foi computado pela ONG iCasualties.org. Ontem, mais nove foram mortos com a explosão de um helicóptero pelo Taleban, principal alvo dos americanos no país.
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Que criminosos!
E se acham os defensores da democracias e da liberdade!


http://blogln.ning.com/forum/topics/soldados-dos-eua-mataram-civis

Soldados dos EUA mataram civis afegãos 'por esporte' denuncia Washington Post.

Cinco soldados dos EUA que servem na província de Kandahar, no Afeganistão, são acusados de assassinar três civis afegãos por diversão, informa neste domingo, 19, o jornal americano Washington Post. O jornal cita documentos de acusação do Exército nos quais se diz que os efetivos de infantaria, incluindo um sargento, assassinou os civis entre janeiro e maio deste ano.

O Post publica informações de documentos e entrevistas de uma corte militar e de pessoas com conhecimento do caso que alegam as mortes "foram cometidas essencialmente como esporte por soldados que eram viciados em haxixe e álcool".

Além dos cinco, outros sete estão sendo indiciados por ofender menores. Os acusados rejeitaram negaram, por meio de seus advogados e familiares, ter cometido os crimes.

De acordo com os documentos obtidos pelo Post, os cinco membros do pelotão acusados de assassinato começaram a conversar sobre a criação de "uma equipe de morte" em dezembro de 2009. Eles assassinaram sua primeira vítima no dia 25 de janeiro de 2010, na aldeia de Mohammed Kalay, em Kandahar.

Na ocasião, eles haviam sido designados para garantir a segurança de agentes americanos e líderes tribais afegãos, que se reuniam para negociações. Funcionários do Pentágono não comentaram as denúncias do Post, umas das mais graves já feitas até o momento sobre a guerra no Afeganistão, que já dura mais de 9 anos.

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Observatório da Imprensa, 03/09/2010

IRAQUE, GUERRA ENCERRADA
Imprensa fez que não viu
Por Alberto Dines
A primeira guerra do século 21, iniciada em 7 de outubro de 2001 com a invasão do Afeganistão, ainda está em curso, nove anos depois. A segunda guerra do novo século, contra o Iraque do tirano Saddam Hussein, foi formalmente encerrada na terça-feira (31/8), quando o presidente Barack Obama cumpriu a promessa eleitoral e declarou encerradas as missões de combate no país.
Nenhum dos jornalões brasileiros destacou a data nas capas e os registros nas páginas internas foram irrisórios. Sete anos e meio de uma guerra total (20/3/2003 a 31/08/2010), meio milhão de mortos civis, o país destroçado por uma guerra religiosa infindável, o caos político implantado e ao cidadão brasileiro não se oferece a oportunidade de perceber a importância do que ocorre à sua volta.
O fato de que permanecem no Iraque 50 mil militares ianques para garantir a segurança do país não é justificativa para o desleixo do noticiário.
Quando a Segunda Guerra Mundial acabou na Europa (8 de maio de 1945), um contingente muito maior de soldados americanos, ingleses e russos permaneceu na Alemanha para garantir o fim das hostilidades.
Ainda que as conseqüências da aventura militar iniciada pelo presidente George W. Bush se prolonguem por uma ou duas décadas, o anúncio feito por Obama seria uma excelente oportunidade para que a mídia reexaminasse a sua vexatória participação no engodo mundial que culminou com a catastrófica invasão do Iraque.
O fiasco político-midiático não deveria ser lembrado na terça-feira (31) quando Obama declarou que encerrava o engajamento americano nos combates?
A invasão do Iraque exacerbou definitivamente o confronto entre xiitas e sunitas, tornou todo o mundo islâmico um grande barril de pólvora, e aqueles que deveriam fazer cobranças distraíam-se com irrelevâncias.
O mundo vai mal porque a imprensa já não sabe o que importa nem consegue apontar o que é transcendente.
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Isto, para quem conhece bem História, não é novidade, não surpreende.
Vamos divulgar bem esta informação para derrubarmos definitivamente a máscara desta nação.


UOL, 25/08/2010

Relatório da CIA vazado pelo WikiLeaks diz que EUA "exportam" terrorismo

Um relatório sigiloso sobre terrorismo vazado pela WikiLeaks e criado pela unidade especial "Red Cell", da CIA (agência de inteligência dos EUA), cita diversos casos em que cidadãos americanos financiaram atividades terroristas.
O documento também analisa os efeitos para Washington caso os Estados Unidos passassem a ser vistos como um "exportador de terrorismo".
Datado de 5 de fevereiro de 2010, o relatório aponta que a própria CIA já admite que cidadãos americanos financiam, planejam ou participam ativamente de atentados terroristas e manifesta preocupação caso a comunidade internacional enxergue o país --que na última década lançou uma campanha global contra o terror-- como patrocinador de atividades terroristas.
"Ao contrário do senso comum, a exportação americana de terrorismo ou terroristas não é um fenômeno recente, e nem tem sido associado unicamente com radicais islâmicos ou pessoas de origens étnicas do Oriente Médio, África ou Sul da Ásia. Esta dinâmica desmente a crença americana de que nossa sociedade multicultural livre, aberta e e integrada diminui o fascínio dos cidadãos americanos pelo radicalismo e pelo terrorismo", diz o primeiro parágrafo do relatório da CIA.
A equipe do site WikiLeaks, que já anunciara na terça-feira à noite o vazamento de um relatório secreto da CIA para esta quarta-feira, diz que a agência de inteligência americana cita diversos casos em que ataques perpetrados por terroristas judeus, muçulmanos e ligados ao nacionalismo irlandês que eram baseados em território americano ou financiados por cidadãos dos EUA.
O texto da própria CIA nas primeiras páginas do relatório aponta graves consequências para Washington caso os EUA passem a ser vistos como um exportador de terrorismo. Entre elas:
  • Parceiros internacionais poderiam ter menos disposição em cooperar com os Estados Unidos em atividades envolvendo extradições jurídicas, incluindo a detenção, transferência e interrogatórios de suspeitos em outros países.
  • Alterando o status de "vítima de terrorismo" --o que concede aos EUA grande espaço de manobra para pressionar outras nações a extraditar cidadãos suspeitos-- para "exportador de terrorismo", outros países poderiam exigir uma política recíproca de Washington.
  • Outros países poderiam exigir que os EUA concedessem informações sobre supostos terroristas ou até extraditassem cidadãos ligados a atividades terroristas. Caso o governo americano se negasse a cooperar, tais nações poderiam se recusar a entregar suspeitos procurados por Washington, afetando alianças e relações bilaterais.
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Cadê a alta e tão propagada sofisticadíssima tecnologia destes armamentos? Haja mortes por "fogo amigo"!!!!
E se consideram competentes....

É mais um Vietnam na história dos EUA.
Que saiam desta guerra fragorosamente derrotados!


Folha de São Paulo, 22/08/2010

Bombardeio aéreo da Otan mata três policiais afegãos

DA EFE -
Três policiais morreram ontem durante um bombardeio aéreo da Otan na Província de Jowzjan, no norte do Afeganistão. Em nota, a organização expressou seus pêsames a familiares e amigos das vítimas e informou que vai investigar o ocorrido.
Também ontem, outros episódios mataram cinco civis e quatro soldados estrangeiros.
As baixas civis se deram devido à explosão de uma mina, enquanto as dos soldados -cujas nacionalidades não foram divulgadas- ocorreram em ataques de insurgentes.
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Folha de São Paulo, 08/08/2010

ENTREVISTA DANIEL ELLSBERG

SITE WIKILEAKS APROXIMOU AS GUERRAS DO AFEGANISTÃO E VIETNÃ
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Quarenta anos antes de mais de 90 mil documentos com segredos da Guerra do Afeganistão vazarem por meio do site WikiLeaks (no último dia 25), o ex-analista militar Daniel Ellsberg gastou horas em uma máquina de xerox para copiar 7.000 papéis que mudariam a visão dos americanos sobre a Guerra do Vietnã (1959-75).
Responsável pelos chamados Papéis do Pentágono, vazados em 1971 e causadores de crise no governo Richard Nixon, Ellsberg, aos 79 anos, diz que a comparação com o caso WikiLeaks é "inevitável".
Em entrevista à Folha, ele pondera que os documentos por ele divulgados vinham do "alto escalão" e traziam "mais surpresas" sobre o papel dos EUA no Vietnã.
Mesmo assim, considera o militar Bradley Manning, principal suspeito de passar as informações ao WikiLeaks, um "herói".
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Folha - O que os Papéis do Pentágono têm em comum com os Papéis obtidos pelo WikiLeaks?
Daniel Ellsberg - Essa é a primeira divulgação não autorizada em 40 anos que tem a escala dos Papéis do Pentágono. E é ainda maior. Graças às novas tecnologias, tem quase 100 mil páginas. Não houve nada assim entre os dois [vazamentos] -então a comparação é inevitável.
Ambos descrevem guerras muito parecidas, em que o aumento do número de soldados, como o que o presidente Obama ordenou em dezembro, é acompanhado pelo aumento da força da oposição. [...] Quanto mais soldados mandarmos, mais forte o outro lado ficará. Essa é uma semelhança forte com o Vietnã.

E o que difere os dois vazamentos?

[O atual] é, em sua maior parte, relatório de campo classificado como secreto, e os Papéis do Pentágono eram estimativas e análises de alto escalão, "top secret". E, provavelmente, traziam mais surpresas, em termos de manobras do governo para enganar a população. Já esse está confirmando muitas das críticas que já haviam sido feitas.
Há algumas revelações, como a crença de que o Paquistão ajudou o Taleban -que não estava tanto na consciência popular-, a quantidade de mortes de civis e o papel dos esquadrões de morte americanos.

O sr. já disse que a mentalidade de quem vazou os documentos do Afeganistão era muito parecida com a sua, há 39 anos. Por quê?

Achei que deveria arriscar a minha liberdade assim como havia arriscado o meu corpo nas estradas do Vietnã anos antes, para encerrar o nosso envolvimento e parar a matança.
Bradley Manning, aparentemente, sentia o mesmo. Esteve no Iraque e estava preparado para passar a vida na prisão ou até ser executado.
Não vejo isso como algo extraordinário; me parece natural que alguém esteja disposto a correr o risco pela paz, pelo fim da matança.

E como os norte-americanos veem Manning?

Eles estão ouvindo da mídia
, repetidamente, que não houve revelações significativas -o que é muito enganador- e que [o vazamento] coloca em risco até os soldados -não vejo base para essa afirmação.
Então, boa parte [da população] foi levada a crer que ele fez algo irresponsável. Não estão vendo isso no contexto da irresponsabilidade daqueles que colocaram esses soldados sob risco no Afeganistão.
Continuar com esta guerra, com todas as evidências de que é a nossa presença lá que está fortalecendo o Taleban, é inconsequente e irresponsável.

Como o vazamento mudou a visão dos americanos sobre a guerra no Afeganistão?
A maioria acha que não deveríamos estar lá, mas isso não significa que os nossos líderes trarão os soldados de volta para casa.
Todo presidente, democrata ou republicano, teme ser acusado de abandonar uma guerra vencível. Bem, como [essa guerra] não é vencível, essa é uma avaliação irresponsável e burra.
Mas as acusações serão feitas, e os presidentes não gostam de enfrentá-las em campanhas eleitorais. Eles preferem mandar as pessoas para lá para matar e morrer, indefinidamente. Essa declaração que faço é dura, mas é baseada na experiência.

O Pentágono pediu, na última quinta, que o WikiLeaks devolva todos os documentos...

Foi o que o Nixon mandou o "New York Times" fazer há 40 anos [com os Papéis do Pentágono]. Eles [do WikiLeaks] podem entregar os documentos eletrônicos, desde que os mantenham no site. O Pentágono pode acessá-los, aliás, como qualquer um.

Como a internet muda esse tipo de vazamento?

Não seria possível divulgar esse volume de documentos no meu tempo, com a máquina de xerox que usei, assim como teria sido impossível fazer o que fiz dez anos antes, sem o xerox.
Essas mudanças tecnológicas permitem que haja mais transparência, permitem dividir com o público informações que ele deveria ter de qualquer forma.
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Fazendo as contas, 89 soldados da coalizaão entregaram suas vidas nestes mês. Mês passado foram 104...Tão cada vez num buraco mais fundo... Se ferrando bunitinho!

E para que estes jovens dão suas vidas e tiram as dos afegãos? Para que os lords da guerra continuem a degustar seu caviar e sua champagne...


Folha de São Paulo, 31/-7/2010

Julho se torna o mês mais mortal para tropas americanas

Três soldados dos EUA morreram ontem em combate no Afeganistão, fazendo deste mês de julho o mais letal para as tropas americanas nos quase nove anos de guerra: 66 soldados do país morreram no período.
Outros 23 soldados de países aliados morreram em julho. O mês passado até então havia sido o período com mais mortes de americanos - 60 no total, além de 44 soldados de outros países da Otan, à medida que vêm se intensificando os combates contra o Taleban no sul afegão.
Segundo o Icasualties.org, 1.979 soldados dos EUA e aliados já morreram na Operação Liberdade Duradoura, que dá nome à guerra.
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Ivan <ivanbhs@gmail.com>
Data: 31 de julho de 2010 00:32
Assunto: O terrorismo e suas falácias
Para:


Excelente artigo de João Quartim de Moraes, Prof. de Filosofia da Unicamp e autor de muitos livros e artigos.

O terrorismo e suas falácias

 
Durante quatro décadas, desde que a União Soviética, reagindo à lição do genocídio nuclear de Hiroshima e Nagasaki, conseguiu também produzir armas nucleares, até o final dos anos oitenta, o confronto estratégico que a opôs aos Estados Unidos foi caracterizado como equilíbrio do terror nuclear. Relativamente a esse risco radical de aniquilamento da humanidade, o terrorismo tendia a ser tratado como questão menor, não somente por operar em escala relativamente pequena, mas principalmente porque era largamente empregado nas "operações encobertas" da CIA e demais órgãos policiais especializados na "guerra suja", para golpear movimentos clandestinos de luta armada ou para "desestabilizar" governos hostis. Um exemplo: braço direito de Ronald Reagan, o coronel Oliver North arrecadou fundos milionários, provenientes do tráfico de drogas, para financiar ações terroristas que fracassaram no Irã, mas deram certo na Nicarágua. Outro: o mesmo Reagan financiou e equipou os talebãs que lutavam contra os soviéticos no Afeganistão, explicando que eles “não eram terroristas, e sim guerrilheiros da liberdade”. O mais célebre desses libertários se chama Osama bin Laden.
Reservar aos inimigos o epíteto de terroristas é a continuação da guerra na semântica. Na Europa ocupada, os nazistas assim chamavam os militantes da resistência clandestina francesa, italiana, soviética, iugoslava. Eles de fato usavam explosivos, descarrilavam trens, derrubavam pontes, executavam membros da Gestapo. Mas hoje seus nomes estão inscritos no mármore de placas comemorativas: contribuíram decisivamente para a derrota do terrorismo de Estado hitleriano. As ditaduras militares do Cone Sul também classificavam de terroristas os que contra elas lutavam de armas na mão, muitos dos quais foram torturados e assassinados pelos auto-intitulados "órgãos de segurança". 
Da falácia semântica não escapam as definições oficiais. A convenção internacional de 1999, que reprime o financiamento de atividades terroristas, refere-se a atos destinados a  “causar a morte ou lesões corporais graves a qualquer pessoa [...]que não participa diretamente das hostilidades numa situação de conflito armado", com o objetivo de "intimidar uma população ou constranger um governo a efetuar ou a abster-se de um ato qualquer". Mas qual das guerras movidas pelas grandes potências contra Estados hostis, notadamente a "Cruzada" lançada pelo governo dos Estados Unidos para replicar aos mortíferos atentados de 11 de setembro de 2001, não recorreu a esse método? A invasão do Iraque recebeu o nome de “Shock and awe" (Choque e pavor). Diante de um corpo destroçado, importa pouco, humanitariamente, de que operação foi vítima, do pavor ou do terror. Importante seria pôr fim à escalada dos explosivos, que acumula e exaspera o ódio recíproco.

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Jornal do Brasil, 28/07/2010

Por Mauro Santayana

Os documentos dos crimes cometidos no Afeganistão pelos norte-americanos e seus aliados, divulgados pela organização WikiLeaks e reproduzidos por três dos mais importantes jornais do mundo, não nos chocam tanto por sua crueza quanto pela repetição banal da insânia. Não há muito de novo nas guerras: elas sempre nascem da ânsia de poder, esse companheiro inseparável do medo. São sentimentos que se alimentam mutuamente: o medo exige mais poder; o poder gera mais medo.

Os norte-americanos, desde a guerra de expansão contra o México e da conquista das Filipinas, procuraram superar seus mestres ingleses na crueldade contra os débeis. Em Hiroshima e Nagasáki foram práticos, usando a mais mortífera das armas: os que morreram, morreram logo; os que sobreviveram guardaram, nas cicatrizes externas e internas, a advertência de que haviam sido vencidos por titãs vindos do inferno, senhores do terror e servidores da morte.

O assunto nos leva à pergunta: o soldado Bradley Manning, de 22 anos, que, aproveitando-se de seu trabalho, levantou os 91 mil documentos e, segundo Washington, os repassou, é traidor ou herói? A que qualquer homem deve sua lealdade maior: ao governo de seu país, à causa que o move, ou à Humanidade, em seu valor universal? Para Sócrates, a grande lealdade era para com a lei, mesmo que a lei fosse injusta; para a maioria dos homens, a lealdade maior se deve à pátria. Mas o sentimento generoso da pátria é conspurcado pelos promotores das guerras – como é o caso do complexo industrial-militar dos Estados Unidos. É em nome dessa “pátria” que os jovens americanos morrem ingenuamente.

Graham Greene tem instigante estudo sobre o conceito de lealdade, a partir da vida de seu amigo Kim Philby, que enganou a Inglaterra durante mais de 30 anos, convencido de que servia à Humanidade, serviu à ideologia socialista e ao sistema soviético.

O alicerce mais firme do poder é o segredo. Não há poder sem segredos, muitas vezes desnecessários, mas sempre convenientes. É velho como o mundo o conflito entre a comunicação e o sigilo. Manning será visto como traidor pelos interesses norte-americanos que movem as guerras e com elas se enriquecem. Seus companheiros que enfrentam a morte, todos os dias, no Afeganistão, no Iraque e em outros lugares, gostariam que a agressão e seus crimes cessassem, para que pudessem voltar às suas famílias com o sorriso da alegria e os olhos da paz. Regressar não como heróis, nem mártires de uma mentira, cobertos de tristes glórias, mas como simples e reais seres humanos. O jovem Bradley Manning, prisioneiro fora de seu país, provavelmente será julgado e condenado pela revelação de segredos de Estado. Mas não há mistério na ação militar e política dos Estados Unidos. Eles sempre repetem os mesmos atos de violência que encobrem as ações de saqueio.

Na Nicarágua, de Sandino; na Guatemala, de Arbenz; em El Salvador, do bispo Oscar Romero; e no Vietnã – sem falar em dezenas e dezenas de agressões em outros países indefesos – os ianques atuaram sem limites. Seus crimes no Vietnã sobreviveram aos próprios assassinos. O solo continua envenenado pela dioxina do “desfolhante laranja”, que é assimilado pelas plantas nele cultivadas. Kennedy, Lindon Johnson e Nixon já se foram, mas as crianças continuam a nascer com o pavor na face, orelhas no lugar dos lábios, esqueletos de batráquios com olhos de ciclope, braços e mãos pendentes da cintura, testemunhas de acusação diante da História. Mas, com toda sua deformação, são menos monstruosas do que os que agrediram seu povo.
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Grande novidade... Como se a história não tivesse revelado que em matérias de crimes, ações ilegais e amorais os EUA são imbatíveis.


Folha de São Paulo, 26/07/2010

Mídia expõe segredos de guerra dos EUA
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Mais de 91 mil documentos secretos obtidos pelo site Wikileaks revelam detalhes de uma guerra do Afeganistão mais difícil e mais sanguinária do que os Estados Unidos querem fazer crer.
Entre as informações que vieram a público ontem está a existência de um destacamento militar especial para capturar ou matar insurgentes sem direito a julgamento.
Em um dos maiores vazamentos da história militar americana, os arquivos, que vão de janeiro 2004 a dezembro de 2009, mostram ainda que o Taleban está mais forte do que no início do conflito, em 2001, e que centenas de mortes de civis deixaram de ser relatadas oficialmente.
As informações provêm de relatórios de inteligência, registros internos de incidentes, descrições de ataques inimigos e de reuniões com políticos locais, entre outros.
Os documentos revelam planos secretos para eliminar líderes da Al Qaeda e do Taleban, a expansão das atividades de inteligência na região e dúvidas sobre o envolvimento do Irã e do Paquistão com os insurgentes.
Os arquivos mostram que há a suspeita de que o serviço secreto paquistanês tem servido de guia para insurgentes afegãos, apesar de o país receber mais de US$ 1 bilhão ao ano do governo americano para ajudar a combater grupos extremistas.
Aliado dos EUA, o Paquistão teria permitido que representantes de seu serviço de inteligência se encontrassem com o Taleban em sessões secretas para orquestrar grupos militantes que lutam contra soldados americanos.

Os documentos sugerem que os paquistaneses se envolveram também com a Al Qaeda e em planos para matar líderes afegãos.
O embaixador paquistanês nos EUA, Husain Haqqani, criticou as acusações e classificou o vazamento de "irresponsável". Segundo Haqqani, o Paquistão está plenamente comprometido com a luta aos insurgentes.
O conselheiro de Segurança Nacional, Jim Jones, também divulgou comunicado em que condena a divulgação dos documentos e ressalta que eles refletem o período de 2004 a 2009. O democrata Barack Obama substituiu o republicano George W. Bush em janeiro de 2009.
"Em dezembro de 2009, o presidente Obama anunciou uma nova estratégia, com aumento substancial de recursos para o Afeganistão e maior foco nos refúgios da Al Qaeda e do Taleban no Paquistão", diz o comunicado. Segundo Jones, "essa mudança de estratégia respondeu aos desafios" da guerra.
Para a Casa Branca, o vazamento "coloca em risco americanos e aliados e ameaça a segurança nacional".
O governo dos EUA, no entanto, não negou o conteúdo dos textos vazados.
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Que beleza, não?  Não existe fome neste mundo... Nem doenças... Todo mundo tem moradia decente...
Dá, portanto, para este país, exemplo" de liberdade, democracia, justiça, civilidade e etc. e tal ter esta despesazinha  lançando uns petardos aqui e acolá.


Folha de São Paulo, 21/07/2010

Guerra ao terror já custa US$ 1 trilhão
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
O custo das operações militares dos EUA pós-11 de Setembro ultrapassou US$ 1 trilhão (quase R$ 1,8 tri), fazendo da "guerra ao terror" a segunda mais cara desde a Independência (em 1776), atrás apenas da Segunda Guerra.
O valor gasto até agora, que exclui assistência financeira a aliados e benefícios pagos a veteranos, é equivalente a mais da metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro -de R$ 3,143 trilhões (US$ 1,75 tri) em 2009.
Segundo o relatório do Serviço de Pesquisas do Congresso, a Segunda Guerra custou mais de US$ 4,1 trilhões, corrigidos para hoje -ou US$ 296 bilhões à época, equivalentes a 35,8% do PIB dos EUA de então.
A Guerra do Iraque, sozinha, já custou aos bolsos americanos US$ 784 bilhões; no Afeganistão e em outras operações antiterrorismo foram gastos outros US$ 321 bilhões. Juntas, as operações consumiram o equivalente a 8% do PIB dos EUA de 2009, que foi de US$ 14,4 trilhões.

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Folha de São Paulo, 05/07/2010

Guerra ao terror parece criar mais terroristas
SCOTT SHANE
WASHINGTON - A atenção dos EUA voltou-se no mês passado ao drama dos generais: Stanley McChrystal, cujas indiscrições na revista "Rolling Stone" levaram a seu afastamento, em 23 de junho, e seu chefe, David Petraeus, que assumiu seu lugar no comando do esforço de contrainsurgência no Afeganistão.
Mas uma cena espantosa vista em um tribunal de Manhattan, em 21 de junho, talvez tenha mais a dizer que a mudança no alto comando sobre a luta para conter a Al Qaeda e seus aliados e sobre os limites da capacidade de qualquer general de afetar os resultados dessa luta.
Em audiência no tribunal, Faisal Shahzad admitiu ter tentado explodir um veículo na Times Square em 1° de maio. Dizendo-se "um soldado muçulmano", explicou sua motivação: "vingar-se" da Guerra do Afeganistão e das intervenções dos EUA em Paquistão, Iraque, Iêmen e Somália.
"Faço parte da resposta ao terror infligido pelos EUA contra nações muçulmanas e o povo muçulmano", disse.
Sua confissão franca levantou duas perguntas: a luta ainda em expansão das Forças Armadas americanas contra o terrorismo tornou-se agora combustível do próprio terrorismo, algo que recruta mais militantes do que os que mata?
E onde a guerra afegã se enquadra na campanha maior contra o terror, quando a causa do inimigo é capaz de atrair um homem como Shahzad, ex-analista financeiro em Connecticut e cidadão americano naturalizado?
As perguntas ganham urgência especial porque o atentado fracassado de Shahzad foi a mais recente em uma dúzia de conspirações lançadas desde o ano passado contra alvos americanos. E os responsáveis citaram o envolvimento militar crescente dos EUA no mundo muçulmano como prova de que Washington está em guerra com o islã.
A estratégia de Barack Obama para o Afeganistão ainda tem o apoio de democratas e republicanos, além de especialistas externos, que oferecem uma explicação familiar.
Agora que o Taleban voltou a tomar a iniciativa, dizem autoridades, só um esforço concentrado da Otan poderá impedir sua volta ao poder, o que garantiria uma possível nova base para a Al Qaeda.
"Mesmo na era da realidade virtual, a Al Qaeda não pode fazer treinamento e mobilização em grande escala se não controlar algum terreno", disse Max Boot, membro sênior do Council on Foreign Relations e partidário da política atual.
Se a rede terrorista atrai muçulmanos jovens hoje, disse ele, imagine a atração que exerceria se a Otan abandonasse o campo de guerra.
"Seria uma enorme derrota simbólica dos EUA, como foi da União Soviética", disse Boot. "Isso imbuiria a Al Qaeda de nova ousadia." Os proponentes da escalada atual observam, também, que mesmo Shahzad não foi convertido em terrorista unicamente pela internet. Ele havia tido encontros com líderes e treinadores do Taleban paquistanês antes de optar pela violência. Ou seja, dizem autoridades, permitir que extremistas tenham mais espaço para operar de qualquer um dos lados da fronteira afegã-paquistanesa seria um erro grave. Mesmo assim, muitos estudiosos do terrorismo enxergam os riscos e benefícios sob ótica diferente.
"Quanto mais nos envolvermos nessa região, maior é a probabilidade de enfrentarmos ataques terroristas [nos EUA}", disse Scott Atran, que entrevistou muçulmanos jovens sobre a atração exercida pelo terrorismo para escrever o livro "Talking to the Enemy: Faith, Brotherhood, and the (Un)Making of Terrorists" (Falando com o inimigo: fé, irmandade e (des)fazendo terroristas).
"Esses jovens perdidos veem a resistência como algo glorioso e heroico", disse Atran. "Não devemos lhes proporcionar a emoção de combater o maior Exército do mundo."
Os acusados em conspirações recentes contra os EUA parecem ter se imaginado como guerreiros que combatem os inimigos de sua fé. Mas o caminho que leva à violência parece envolver mais solidariedade que textos religiosos. "Nós, muçulmanos, somos uma só comunidade", disse Shahzad ao juiz em sua audiência.
Ao mesmo tempo em que Obama enfrentou o problema com McChrystal com calma e reafirmou seu comprometimento com sua política no Afeganistão, o "New York Times", em relato recebido em 25 de junho, tomou conhecimento de manobras diplomáticas entre líderes afegãos e paquistaneses que podem resultar em uma paz separada, potencialmente deixando os generais americanos com 100 mil soldados e ninguém para combater.
O problema do terrorismo é o que teóricos chamam de assimetria. Centenas de bilhões de dólares, soldados e os melhores generais do planeta podem ser solapados por um contador revoltado, comandando a atenção do mundo com uma bomba que nem explodiu.
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Eis aqui devidamente materializadas as 'liberdade' e a 'democracia' pelas quais quais os soldados norte-americanos estão matando e morrendo.

Advinhem quem vai se apossar destas riquezas, se encher de dinheiro e o quanto vai sobrar para o desenvolvimento sócio-econômico do povo afegão... Exatamente!


UOL, 13/06/2010-22h59

EUA descobrem R$ 1,8 trilhão em reservas minerais no Afeganistão, diz NYT

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os Estados Unidos descobriram quase US$ 1 trilhão (cerca de R$ 1,8 trilhão) em reservas minerais inexploradas no Afeganistão, bem longe de quaisquer reservas já conhecidas e grandes o suficiente para mudar a economia e até o destino da guerra nesse país da Ásia, segundo autoridades de alto escalão do governo americano ouvidas pelo jornal "The New York Times".
O valor das reservas descobertas são gigantescos se comparado à atual economia afegã destroçada pela guerra, altamente dependente da produção de ópio e do tráfico de narcóticos, bem como de ajuda dos EUA e de outros países, diz o jornal. O produto interno bruto atual do Afeganistão é de apenas cerca de US$ 12 bilhões (R$ 21,6 bilhões). As reservas minerais descobertas estão espalhados pelo país, incluindo nas regiões sul e leste ao longo da fronteira com o Paquistão, onde ocorreram a maior parte dos piores combates contra a insurgência taleban.
A descoberta envolve depósitos tão grandes de ferro, cobre, cobalto, ouro e metais fundamentais para a indústria, como o lítio, que poderiam transformar o Afeganistão em um dos principais centros de mineração do mundo, afirmaram as autoridades dos EUA ao "NYT".
Segundo um documento interno do Pentágono, por exemplo, o Afeganistão poderia se tornar a "Arábia Saudita do lítio", um material extremamente importante para a fabricação de baterias para laptops e celulares, segundo o jornal.
Indústria de mineração
A descoberta foi fruto do trabalho de uma pequena equipe de oficiais do Pentágono e geólogos americanos, e o governo afegão teria sido recentemente comunicado superficialmente sobre o assunto, segundo as autoridades ouvidas pelo "NYT".
Ainda que possa levar anos para que uma indústria de mineração se desenvolva no país, o potencial é tão bom que autoridades e executivos da área acreditam que poderia atrair grandes investimentos mesmo antes de as minas se tornarem rentáveis, gerando empregos após gerações de guerra, informa o jornal. Virtualmente com nenhuma indústria ou infraestrutura de mineração em operação atualmente, levaria décadas para o Afeganistão conseguir explorar esse potencial completamente.
"Há um potencial formidável aqui", disse o general David H. Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, em entrevista neste sábado. "Há vários 'se', claro, mas eu acho que potencialmente é enormemente significativo." Uma força-tarefa do Pentágono já começou a tentar ajudar o governo afegão a estabelecer um sistema para lidar com o desenvolvimento da mineração.
Empresas internacionais de contabilidade com experiência em contratos de mineração foram contratadas para prestar consultoria junto ao Ministério de Minas do Afeganistão, informa o jornal americano. Informações técnicas estão sendo preparadas para serem entregues a multinacionais de mineração e outros potenciais investidores.
As autoridades dos EUA e Afeganistão concordaram em discutir a descoberta em meio a um difícil momento para a guerra no país asiático. A ofensiva liderada pelos americanos no sul do país conseguiu apenas resultados limitados e acusações contra o presidente Hamid Karzai tiram a credibilidade do governo.
Os EUA, no entanto, reconhecem que a novidade pode ser uma "faca de dois gumes": pode levar o Taleban a lutar ainda mais intensamente para conquistar o comando e pode aumentar a corrupção no país, segundo o "NYT".
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Os ingênuos acham que os capitalistas, verdadeiros donos dos EUA, enviam seus jovens para lutarem mais esta guerra pela liberdade e democracia.

As únicas liberdade e democracia que eles se interessam têm, para quem conhece a verdadeira face deste império, outro nome: Money!

Guerra do Afeganistão completa 104 meses e se torna a mais longa da história dos EUA
Do UOL Notícias
Em São Paulo
A guerra do Afeganistão completa 104 meses de duração nesta segunda-feira (7) e passa a ser considerada a mais longa da história dos EUA. De acordo com jornal americano “USA Today”, a guerra do Vietnã, que era a maior até agora, durou 103 meses.
Mais de 1.000 soldados norte-americanos morreram no atual conflito no Afeganistão, mas ele está longe de ser o mais sangrento da história dos Estados Unidos. Segundo dados divulgados pelo jornal, a Guerra da Secessão, entre os Estados do Norte e do Sul, foi a recordista: 625 mil mortes.
A Guerra do Iraque aparece em terceiro lugar no ranking de longevidade, com 86 meses. A ocupação norte-americana no país do ditador Saddam Hussein matou 4.367 soldados até 2009. Neste ano, o número chegou a 4.391, segundo o "USA Today".
Na última quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, reafirmou seu compromisso com a guerra e afirmou que ela “é absolutamente essencial para desmantelar a rede de extremistas que está disposta a nos atacar”.
Hoje o representante especial dos EUA para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, ressaltou o "enorme compromisso" de Obama com o Afeganistão, onde estão cerca de 100 mil soldados americanos, e destacou a importância de impulsionar a "segurança e a capacidade do Exército afegão", que considerou o "assunto mais crucial" para uma eventual saída das forças internacionais.
Em dezembro do ano passado o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o início da retirada das tropas do país em junho de 2011.

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A coisa lá está feia para os gringos!
Qual o verdadeiro saldo entre mortos e feridos de ambas as partes só Deus sabe.


Taleban ataca base aérea controlada pelos EUA
DA REDAÇÃO
Insurgentes do Taleban armados com foguetes, granadas e armas automáticas atacaram ontem a base aérea de Bagram, uma das maiores usadas pelas forças ocidentais no Afeganistão, e deixaram um civil americano morto e nove soldados dos EUA feridos.
O ataque começou às 3h, com cerca de 30 radicais alvejando o portão de Bagram. A investida continuou por oito horas, com tiros e bombas esporádicos. As tropas responderam com tiros, e ao menos dez insurgentes -alguns usando coletes com bombas não detonadas- morreram.
Um foguete atingiu o interior da base, causando danos materiais, mas um porta-voz do Pentágono disse que os insurgentes não chegaram a entrar no local.
Já o Taleban, que telefonou à imprensa para comunicar a ação, disse que seus membros haviam conseguido penetrar as defesas de Bagram.
O ataque de ontem veio após atentado suicida em Cabul, que deixou 18 mortos na véspera.
O grupo radical havia anunciado que produziria atos do tipo, numa demonstração de força e em resposta ao plano da Otan (aliança militar ocidental) de lançar nas próximas semanas a maior ofensiva no país desde o início da guerra (2001).
O objetivo da aliança é dominar Candahar, bastião insurgente no sul do país.
A base de Bagram, a 50 km ao norte de Cabul, foi criada pelos soviéticos nos anos 1980, durante a invasão do Afeganistão. Hoje, ela é operada pelas tropas americanas. Tem 20 km2 -maior que o arquipélago de Fernando de Noronha-, inclui a prisão alvo de denúncias de tortura, abriga até 18 mil pessoas e funciona como quartel-general da Otan no leste afegão. A base é quase uma pequena cidade, com ruas, linhas de ônibus e hospitais.
Não é a primeira vez que Bagram é alvejada. Em fevereiro de 2007, um homem-bomba matou mais de 20 pessoas também no portão da instalação.
Um porta-voz de Bagram disse ontem que as tropas estão "sempre preparadas para ataques

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