sábado, 23 de outubro de 2010

Dos sofismas, falácias e mentiras


Dos sofismas, falácias e mentiras

Por Ivan Bulhões*

Antes de entrarmos no tema específico deste artigo, vamos definir bem os substantivos que aqui utilizaremos como base.

Na Wikipédia, encontramos que “mentira é uma declaração feita por alguém que acredita ou suspeita que ela seja falsa, na expectativa de que os ouvintes ou leitores possam acreditar nela. Portanto uma declaração verdadeira pode ser uma mentira se o falante acredita que ela seja falsa; e histórias de ficção, embora falsas, não são mentiras. Dependendo das definições, uma mentira pode ser uma declaração falsa genuína ou uma verdade seletiva, uma mentira por omissão, ou mesmo a verdade se a intenção é enganar ou causar uma ação que não é do interesse do ouvinte."

No Houaiss, os significados de “falácia” e “sofisma”, que podem ser classificadas como palavras sinônimas, são:

Falácia: 1.Qualidade do que é falaz; falsidade 2.Qualquer enunciado ou raciocínio falso que entretanto simula a veracidade, sofisma.

Sofisma: 1.Argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade ,que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa  2.Qualquer argumentação capciosa, concebida com a intenção de induzir em erro, o que supõe má-fé por parte daquele que a apresenta  3.Mentira ou ato praticado de má-fé para enganar (outrem); enganação, logro, embuste.

Ora, por que venho aqui com isto? Há uma recomendação que vez ou outra faço juntamente com as matérias que envio aos meus correspondentes. E esta recomendação é que, em nossos mensagens, comentários ou análises, cuidemos para ser éticos... Sempre! Nós não podemos, e nem devemos, nos descuidar e promover a divulgação de mentiras, falácias, sofismas.

De modo algum esqueçamos esta lição de Miguel de Cervantes, "A verdade alivia mais do que machuca. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água." Há, portanto, que nos mantermos absolutamente destacados do comportamento típico daqueles que são pobres de espírito.

Que tipo de resultado se pode alcançar quando as premissas são falsificações, mentiras, farsas? Como se construir algo positivo com estas espécies de pilares?
Como se considerar um defensor da justiça e da democracia manejando instrumentos de tão baixo quilate? (Aqui me referindo ao conceito humanista de democracia, que fique bastante claro, e não ao conceito deturpado que é difundido pelo capital).

Exemplos para ilustrar? Vejamos estes que podemos considerar “clássicos” e que todos já devem conhecer: 1) A ficha falsificada do DOPS de Dilma Roussef. Aquela que foi inclusive, “imprudentemente”, publicada pela Folha de São Paulo em primeira página, sem que este periódico previamente verificasse sua veracidade. Constatada a falsificação, por perícia feita na Unicamp poucos dias depois, teve a FSP de publicar uma retratação. Como tem sido praxe nos órgãos da grande imprensa, a Folha deixou a ética bem de lado, e publicou esta retratação em uma coluna interna, bem discreta, apesar de ter publicado a ficha falsa com todo o destaque possível. Convenhamos... Exigir de uma dos maiores jornais do país que a retratação viesse com o mesmo destaque na primeira página seria ferir a “liberdade de impressa”, não é mesmo?

Outro exemplo: 2) A mensagem na net, escrita como se fosse do nosso campeão de natação César Cielo, com uma foto sua anexada, na qual “ele” afirma que o próprio Lula ficou ligando diversas vezes para seus pais e ameaçando-os de sanções caso César não prestigiasse um determinado evento ao seu lado (do Lula) em Brasília.  (E depois dizem que eu exagero quando classifico os autores destas mensagens de verdadeiros dementes).

Mais um? 3) A foto de Dilma Rousseff sentada ao lado de um fuzil. Foto esta que uma outra perícia comprovou ser forjada: a foto de um fuzil foi sobreposta sobre a foto original de Dilma sentada próxima a uma janela.

E um último exemplo. Um claro exemplo de lógica falaciosa: 4) A do professor o qual, para “provar” o quão injusto e inviável é o sistema socialista, diz que a partir daquele momento todos os alunos deixarão de ter notas de avaliação final individuais. As notas finais passarão a ser a mesma para todos e que será definida pela média aritmética das notas individuais. E, pergunta este professor à classe: É justo isto?

E por aí seguiria eu nesta lista de exemplos que é extremamente longa. Campeia, lamentavelmente, este tipo de instrumento visando enganar e desinformar a sociedade, denegrindo tudo e todos que são contrários aos infames interesses dos que têm os rios da miséria humana como fontes de irrigação dos fétidos jardins de seu way of life.

Dos sofismas, falácias e mentiras mantenhamos permanente distância. De nenhum solo arado com estas sementes germinam boas safras. Estas, sabemos, são e serão sempre as armas de combate do fascismo, do entreguismo, da subserviência, da mediocridade. Foram estas armas que os (des)governos Collor e FHC dispararam com maestria para enganar a maioria da sociedade visando a apropriação criminosa de nosso patrimônio e a submissão da pátria às potências estrangeiras.

Que nunca abramos mão das armas do bom combate, as únicas que são eternas e que nenhuma intempérie pode deteriorar – a Ética e a Verdade. E, é certo: São estas armas que sustentam uma outra arma fundamental: a credibilidade perante a sociedade!
Quanto às armas dos medíocres... Estas são de engenharia fraca e têmpera pobre. Mais cedo do que tarde os tiros lhes saem pelas culatras!

Ivan M. Bulhões
2o. Ten R/2 do Exército Brasileiro, economista, pós-graduado em segurança da informação, consultor de segurança corporativa, e NÃO filiado a nenhum partido político.





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