quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Copa de 1954 - Alemães se doparam

O Globo OnLine, 27/10/2010 às 15h34m

 

Alemanha usou doping para ser campeã na Copa de 54

 

 Jogadores da seleção da Alemanha em 1954 comemoram o título conquistado na Copa daquele ano, na Suíça. Foto: arquivo


A seleção da Alemanha Ocidental pode ter recebido a ajuda de um programa secreto de doping para ser campeã do mundo em 1954, derrotando a favorita Hungria na final, no título que simbolizou o renascimento do país - então dividido - após devastação causada pela Segunda Guerra Mundial. A denúncia, que não é a primeira sobre o assunto, veio através de um estudo da Universidade de Humboldt, em Berlim. Na decisão da Copa da Suíça, a Alemanha surpreendeu o mundo ao superar a Hungria por 3 a 2, após ter perdido por 8 a 3 na primeira fase, no que foi considerado o Milagre de Berna.
 
- Existem fortes indicações que apontam para a injeção de pervitin (metanfetamina) em alguns jogadores da Alemanha Ocidental e não vitamina C, como dito anteriormente - afirmou à agência de notícias Reuters o historiador esportivo e escritor Erik Eggers, que conduziu o estudo como parte de uma equipe da Universidade de Humboldt.

O pervitin era um conhecido estimulante da época, tendo, inclusive, sido usado em larga escala por soldados alemães durante a Segunda Guerra para evitar a fadiga excessiva. Membros da delegação alemã sempre garantiram que injetaram apenas vitamina C durante o Mundial. Na época, não havia testes antidoping. 

Eggers estuda o caso há anos e seu relatório parte de um projeto maior, chamado "Doping na Alemanha", lançado pelas autoridades esportivas do país para estudar casos de doping em atletas.

- O pervitin era muito usado na época em muito esportes. As anfetaminas também tinha seu uso disseminado, inclusive entre jogadores da América do Sul. O que é mais suspeito é que as injeções foram dadas nos jogadores secretamente. E aqueles que as receberam contraíram icterícia. A indicação mais importante, no entanto, é que a vitamina C não é injetável. Isso é muito pouco comum. Se quisessem vitamina C, poderiam ter apenas comido laranjas.

A Federação Alemã de Futebol preferiu não comentar as denúncias. Já União dos Esportes Olímpicos da Alemanha (DOSB), que lançou o projeto sobre doping junto com as autoridades, afirmou apenas que está ciente das conclusões de Eggers:

- Tenho em mente de que são indicações e não provas - afirmou o órgão em comunicado.
 
A maioria dos alemães considera o título de 1954 como o trampolim para mudar o estado espírito do país e ser o embrião do "milagre alemão", nas decadas seguintes, com um forte crescimento econômico.

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Puskás

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Licença de 1965 para Puskás jogar na Espanha


Ferenc Puskás Biró (Budapeste, 2 de Abril de 1927 — Budapeste, 17 de Novembro de 2006) foi um futebolista húngaro, considerado um dos melhores do século XX. Seu nome de batismo era Ferenc Purczeld Biró (Purczeld Biró Ferenc, no padrão húngaro).

Puskás celebrizou-se como o líder da Seleção Húngara que fez história na primeira metade da década de 1950, quando seu elenco ficou conhecido como "os mágicos magiares". O país ficou quatro anos invicto, ganhando a medalha de ouro do futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1952 e terminando a Copa do Mundo de 1954 vice-campeão, embora seja considerado indubitavelmente o melhor time deste torneio. Paralelamente, era o líder natural do clube que servia de base para aquele selecionado, o Honvéd. Seus 83 gols em 84 jogos pela Hungria fazem-no o maior artilheiro da seleção magiar; foi por muito tempo o maior goleador de uma seleção, recorde batido pelo iraniano Ali Daei.

Puskás, que tinha a patente de major (daí seu apelido Major Galopante), tem uma marca de gols excepcional por seu país, 83 em 85 jogos. Dono de habilidade precisa para passes e dribles curtos e secos, além de um era um primoroso chute de esquerda, era um jogador cerebral. Em comparação com outros jogadores da época, era considerado gordo e baixo, assim como um anão de jardim. Colocava brilhantina nos cabelos negros e penteava-os para trás.

Maior futebolista húngaro de sempre, entrou para a história do esporte também por seus feitos pelo Real Madrid no final daquela década e início da seguinte. É também um dos poucos a terem jogado Copas do Mundo por dois países: participou da de 1962Espanha competindo pela . De acordo com a FIFA, Puskás é um dos cinco a terem jogado Copas do Mundo por dois países considerados diferentes pela entidade, ao lado de Luis Monti (que jogou a de 1930 pela Argentina e a de 1934 pela Itália), José Santamaría (que jogou a de 1954 pelo Uruguai e a de 1962 pela Espanha), José João "Mazzola" Altafini (que jogou a de 1958 pelo Brasil e a de 1962 pela Itália) e Robert Prosinečki (que jogou a de 1990 pela Iugoslávia e as de 1998 e 2002 pela Croácia).

De acordo com o IFFHS, os 512 gols de Puskás (em 528 partidas) fazem dele o maior artilheiro do século XX. Ao lado do compatriota Zoltán Czibor e do uruguaio José Pedro Cea. Puskás é também um dos três atletas que marcaram gols em finais de Olimpíada e de Copa do Mundo.

Desde 2009, a FIFA concede o Prêmio Ferenc Puskás ao autor do gol mais bonito do ano.

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