sábado, 15 de abril de 2017

Temer só tem uma saída honrosa: a renúncia





Brasil 247, 13/04/17


Temer só tem uma saída honrosa: a renúncia



Brasil 247



Michel Temer foi aniquilado nesta quinta-feira 13. No capítulo mais importante das delações da Odebrecht, o executivo Márcio Faria, número dois da companhia, o apontou como responsável direto pela cobrança de uma propina de US$ 40 milhões, o equivalente a R$ 126 milhões, como contrapartida de 5% num contrato da área internacional da Petrobras.

Faria fez questão de enfatizar que se tratava de propina. Uma doação totalmente indevida para o PMDB, uma vez que representava um percentual de um contrato da Petrobras (confira aqui o vídeo). Contrato este que a presidente legítima, Dilma Rousseff, reduziu em 43% (leia mais aqui).

O executivo da Odebrecht deu ainda detalhes da reunião em que se acertou o pagamento da propina. Dela participaram o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba e já condenado a 15 anos por corrupção e lavagem, o também ex-deputado Henrique Eduardo Alves, que já teve suas contas na Suíça descobertas, e o lobista João Augusto Henriques, ligado a Temer e também preso em Curitiba. Na reunião, como chefe da tribo, Temer sentava-se na cabeceira da mesa.

Em nota, Temer confirmou o encontro, mas negou que tivesse tratado de dinheiro – o que é praticamente impossível de se acreditar, uma vez que essa reunião foi uma das questões levantadas por Eduardo Cunha nos questionamentos que tentou fazer a Temer (leia mais aqui).

Se não bastasse a propina de 5%, o mesmo número apareceu numa outra notícia envolvendo Michel Temer. Uma pesquisa CUT/Vox Populi revelou que apenas 5% dos brasileiros o aprovam (leia aqui). Mais do que isso, apontou que 93% dos brasileiros são contra o desmonte da Previdência. 

As razões da impopularidade de Temer são óbvias. Hoje, o Brasil tem o governo mais ficha-suja de sua história, com oito ministros investigados por corrupção, além dos seis já demitidos pelo mesmo motivo. E este mesmo governo propõe, entre outras coisas, o fim das aposentadorias, o fim dos direitos trabalhistas, a entrega do pré-sal a empresas estrangeiras e a venda do território nacional a investidores internacionais. Ou seja: é uma invasão bárbara, num projeto de autodestruição nacional, como nunca se viu em lugar nenhum do mundo.

Já é certo que Temer entrará para os livros de história não apenas como um político que traiu uma presidente legítima, mas também como o responsável direto pelo capítulo mais vergonhoso da vida nacionalNeste momento, se ainda lhe restasse um mínimo de dignidade, ele estaria escrevendo sua carta de renúncia. No entanto, como seu compromisso não é com o povo brasileiro, mas sim com as forças antinacionais e antipopulares que o levaram ao poder sem voto, ele ainda tentará aprovar seu pacote de maldades para manter o apoio dos únicos que ainda estão com ele: os patrocinadores do golpe.






Brasil 247, 15/04/17



Propina tucana na Suíça: Odebrecht implode Serra



Brasil 247



É devastadora para José Serra e para o PSDB a delação da Odebrecht. Ao contrário de que se imaginava, os pagamentos feitos na Suíça, na conta do tesoureiro Ronaldo Cezar Coelho, não diziam respeito a doações eleitoras.

Eram propina mesmo, em razão do pagamento pelo governo de São Paulo de R$ 191,6 milhões à empreiteira, referentes a uma suposta dívida que poderia ser contestada na Justiça.

"Segundo Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, os intermediários dos pagamentos a Serra foram duas pessoas próximas ao tucano: primeiro Márcio Fortes, ex-tesoureiro do PSDB, que recebia em reais no Brasil, e depois o empresário Ronaldo Cezar Coelho, que utilizou contas na Suíça", informa o jornalista Reynaldo Turollo Júnior.

"Os pagamentos aconteceram, ainda segundo o delator e os papéis apresentados, entre 2009 e 2010, em troca de o governo de São Paulo ter pago a uma das empresas do grupo Odebrecht R$ 191,6 milhões que haviam ficado pendentes de obra na rodovia Governador Carvalho Pinto. O débito do Estado com a Odebrecht já vinha se arrastando na Justiça havia cerca de oito anos, ainda segundo o delator, e poderia ter continuado sub judice, mas o governo paulista fez acordo com a empreiteira em troca dos repasses para o PSDB", diz ainda a reportagem.

Antes dessa delação, o PSDB sustentava que o pagamento de R$ 23 milhões na Suíça dizia respeito a doações eleitorais. Agora, sabe-se que foi propina. No entanto, como o Poder Judiciário não tomou qualquer providência a respeito até hoje, Ronaldo Cezar Coelho teve até a oportunidade de aderir ao programa que lhe permitiu repatriar os recursos ilícitos.

Em nota, Serra se defendeu. "O senador reitera que não cometeu nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido, na forma da lei. A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta", afirmou, em nota.

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