Jornal GGN, 15/04/17
Por André Araújo
Na exata sequência do roteiro da Operação Mãos Limpas italiana, o comunicador Luciano Huck se apresenta como a “nova geração que quer chegar ao poder”. Liquidada a política e os políticos quem se apresenta para gerir o Estado?
Aquele que é conhecido do público através dos meios de comunicação? Mas quem?
Ora, os comunicadores, quem mais poderia ser.
Assim, entrega-se o Estado no seu ápice a homens de circo que se apresentam como NÃO POLITICOS, embora seja uma pureza apenas de embalagem. Berlusconi quando tomou de assalto o poder na Itália já estava profundamente envolvido com esse Poder nos seus aspectos mais escuros e sombrios, ninguém tem extensas concessões de emissoras de TV em um país burocrático, como a Italia, sem estar entrelaçado com o Poder.
Já Huck respira política em casa há décadas. Seu padrasto é Andrea Calabi, um dos grã-tucanos de alta plumagem, foi presidente do Banco do Brasil e do BNDES no governo FHC e Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin.
Não é, portanto, alguém alheio à politica mas, como esperto que é, se apresenta como pairando acima da política, a mesma que brindou seu padrasto com altíssimos cargos.
A aparição de comunicadores é algo absolutamente natural no vácuo da política verdadeira. São genéricos de políticos, alpinistas escaladores e o grande problema que apresentam, contrariamente aos políticos tradicionais, é que NADA SE SABE SOBRE ELES COMO POLITICOS.
Os políticos antigos têm sua vida devassada, sabe-se exatamente quem são, não é segredo para o público. Já o aventureiro-paraquedista é uma caixa preta lacrada. Opera com uma “capa” de personagem ficcional criado nos meios de comunicação, mas ninguém sabe exatamente quem são, o que pensam, qual a agenda têm para o País. Como não tem vida pregressa ninguém sabe os podres ou as deficiências, por isso são considerados “virgens” da política, quem não tem “ficha”, não tem passado. O grande público é então iludido pelo “cara limpa”, como nunca esteve perto do cofre, nunca roubou mas, por outro, lado ninguém sabe quanto roubará se tiver a chave da casa forte, esse é o dito “novo” em política.
Esses personagens do “reality show”, podem ser idiotas completos ou até bem intencionados incompetentes, mas sempre serão um baú de surpresas no momento da sua entrada em cena política, uma roleta russa para um País gigante no auge da crise institucional e econômica, uma aventura perigosíssima no meio de uma tempestade, um timoneiro sem prática e não testado quando mais se precisa de experiência e saber, capacidade de comando e caráter.
Treinado no palco o comunicador dará o circo, mas e o pão, ou seja, o governo real?
O País depende de um grande líder e não de um ator de mentirinha.
Cuidar com relativo sucesso de um grande País não é tarefa de curiosos, o atributo maior é a liderança, a capacidade de fazer convergir vontades e esforços para um alvo comum e este atributo depende de múltiplos fatores, não é um caso de marketing, o marketing é só a embalagem, não é o conteúdo.
Revista Forum, 15/04/17
Marina, quer nomes do
Judiciário para 2018
Redação
O partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, estaria com o objetivo de surfar na onda do desgaste da classe política para lançar nomes ligados ao meio Judiciário para as eleições de 2018. De acordo com o Painel, da Folha de S. Paulo, o juiz Marlon Reis, um dos redatores da Lei Ficha Limpa, deve concorrer ao Senado, no Maranhão, pela sigla.
A legenda, que se propõe a fazer a “nova política”, estaria até mesmo cogitando o delegado aposentado da Polícia Federal, Jorge Pontes, para o Senado no Rio de Janeiro, ou ainda filiar Deltan Dalagnol, coordenador da Lava Jato.
Nos bastidores, há rumores de que ex-ministros do STF, como Ayres Britto e Joaquim Barbosa, também estariam na mira da líder do partido.
A Rede nega as sondagens, mas integrantes da legenda indicam que a ex-senadora ressalta a importância de uma política institucional. Ao Painel, quadros do partido informaram que Marina teria tido uma conversa neste sentido com Dallagnol. A assessoria do coordenador da Lava Jato nega.
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