DCM, 03/03/2016
Os truques da mídia para ludibriar o público nas questões das delações
Por Paulo Nogueira
Os truques da mídia para ludibriar o público ingênuo na questão das delações premiadas são patéticos.
Você tem que ser um completo analfabeto político para engolir a manipulação.
É assim.
Se o citado na delação é o Aécio, por exemplo, a imprensa toma todos os cuidados. Tudo vai na condicional.
Fulano alegou, afirmou etc etc.
Segundo o delator etc etc.
O desmentido aparece com destaque.
Rapidamente a delação desaparece do noticiário. Muitas vezes não fica sequer um dia. Isso não se altera nem quando o citado aparece, como Aécio, em três diferentes delações.
Agora. Quando os personagens mencionados na delação são os inimigos, os métodos são outros.
Todas as condicionais do bom jornalismo são abandonadas.
O delator não “afirma”: “revela”. “Confirma”. Onde havia dúvida, aparece a certeza.
É o caso da alegada delação de Delcídio. Lula e Dilma estão nela? É uma festa.
O diretor de novas mídias da Globo, Erick Bretas, representa à perfeição este estado de espírito.
No Facebook, em plena maternidade, onde sua mulher estava dando à luz, ele postou o seguinte. “Na maternidade vejo a notícia de que Delcídio delatou Dilma e Lula. Que Dilma nomeou ministros do STJ para barrar as investigações da Lava Jato e que Lula comandava a corrupção na Petrobras. Nossos filhos não merecem um país assim. Dilma tem que cair e Lula tem que ser preso.”
Para escrever algo assim, Bretas tem que estar certo de que a Globo aprova. Ele não correria risco de desagradar os patrões.
Você pode avaliar, por aquele post histérico, o ambiente pró-golpe nas redações do Grupo Globo.
Note. Ele conferiu uma estatura de Catão a Delcídio, um homem incapaz de mentir para se safar de alguma enrascada. Deu à IstoÉ o status de uma revista séria, confiável.
E julgou sumariamente Dilma e Lula.
Eu, aqui do meu canto, diria: “Meus filhos não merecem a Globo e nem jornalistas como Bretas.”
Mas o que importa, aqui, é notar a diferença de tratamento nas delações.
Claro que Delcídio vai ficar nas manchetes, no Jornal Nacional, nas primeiras páginas dias, e dias, e dias. Porque, neste noticiário, você joga Lula e Dilma na lama.
Pelo menos para os analfabetos políticos esse truque funciona. A palavra de Delcídio na alegada delação vira verdade absoluta para os que acreditam na honestidade e nos bons propósitos de jornais e revistas.
Se o alvo é Aécio, a sombra e o silêncio, espaços mínimos e o sumiço. Se é Lula e Dilma, o estardalhaço contínuo – e a imediata alusão a impeachment e prisão, como escreveu, em plena maternidade, Erick Bretas.
Não fosse a internet, com o contraponto, a situação estaria perdida, como esteve para Getúlio e para Jango.
Mas a internet, com as redes sociais e sites independentes, é um foco de resistência contra os que tentam, mais uma vez, destruir a democracia, como fizeram em 1054 e em 1964.
Nós, sites independentes e redes sociais, não somos tudo – mas também não somos nada.
Já é alguma coisa.
Os truques da mídia para ludibriar o público ingênuo na questão das delações premiadas são patéticos.
Você tem que ser um completo analfabeto político para engolir a manipulação.
É assim.
Se o citado na delação é o Aécio, por exemplo, a imprensa toma todos os cuidados. Tudo vai na condicional.
Fulano alegou, afirmou etc etc.
Segundo o delator etc etc.
O desmentido aparece com destaque.
Rapidamente a delação desaparece do noticiário. Muitas vezes não fica sequer um dia. Isso não se altera nem quando o citado aparece, como Aécio, em três diferentes delações.
Agora. Quando os personagens mencionados na delação são os inimigos, os métodos são outros.
Todas as condicionais do bom jornalismo são abandonadas.
O delator não “afirma”: “revela”. “Confirma”. Onde havia dúvida, aparece a certeza.
É o caso da alegada delação de Delcídio. Lula e Dilma estão nela? É uma festa.
O diretor de novas mídias da Globo, Erick Bretas
No Facebook, em plena maternidade, onde sua mulher estava dando à luz, ele postou o seguinte. “Na maternidade vejo a notícia de que Delcídio delatou Dilma e Lula. Que Dilma nomeou ministros do STJ para barrar as investigações da Lava Jato e que Lula comandava a corrupção na Petrobras. Nossos filhos não merecem um país assim. Dilma tem que cair e Lula tem que ser preso.”
Para escrever algo assim, Bretas tem que estar certo de que a Globo aprova. Ele não correria risco de desagradar os patrões.
Você pode avaliar, por aquele post histérico, o ambiente pró-golpe nas redações do Grupo Globo.
Note. Ele conferiu uma estatura de Catão a Delcídio, um homem incapaz de mentir para se safar de alguma enrascada. Deu à IstoÉ o status de uma revista séria, confiável.
E julgou sumariamente Dilma e Lula.
Eu, aqui do meu canto, diria: “Meus filhos não merecem a Globo e nem jornalistas como Bretas.”
Mas o que importa, aqui, é notar a diferença de tratamento nas delações.
Claro que Delcídio vai ficar nas manchetes, no Jornal Nacional, nas primeiras páginas dias, e dias, e dias. Porque, neste noticiário, você joga Lula e Dilma na lama.
Pelo menos para os analfabetos políticos esse truque funciona. A palavra de Delcídio na alegada delação vira verdade absoluta para os que acreditam na honestidade e nos bons propósitos de jornais e revistas.
Se o alvo é Aécio, a sombra e o silêncio, espaços mínimos e o sumiço. Se é Lula e Dilma, o estardalhaço contínuo – e a imediata alusão a impeachment e prisão, como escreveu, em plena maternidade, Erick Bretas.
Não fosse a internet, com o contraponto, a situação estaria perdida, como esteve para Getúlio e para Jango.
Mas a internet, com as redes sociais e sites independentes, é um foco de resistência contra os que tentam, mais uma vez, destruir a democracia, como fizeram em 1054 e em 1964.
Nós, sites independentes e redes sociais, não somos tudo – mas também não somos nada.
Já é alguma coisa.
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