terça-feira, 22 de março de 2016

"Estão todos acovardados!"


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Brasil 247, 22/03/2016



Lula tem razão: “estão todos acovardados”



Por Dom Orvandil
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A mídia, como canal de despejo de detritos, derramou sobre todos/as nós as palavras que Lula e Dilma pronunciaram em ligações telefônicas pessoais e sigilosas que, sob o tremendo desrespeito criminoso o "seu" Sérgio Moro e a operação Lava Jato impõem sobre nós, nos fizeram escutar.

Depois de muito refletir – esse é um dos objetivos desse blog – afirmo que concordo com o ex-presidente operário quando ele disse que muitos dentro das instituições, que deveriam se opor à barbárie do monstro cavalgado por Moro, por setores da promotoria pública, do judiciário, da polícia federal e do parlamento, se acovardam.

E se acovardam mesmo.

Escrevi sobre a coragem, que é, segundo a tradição filosófica, um dos cardiais das virtudes.

A coragem é a disposição de pessoas nobres – belas e boas – de, a serviço da sabedoria, arrastarem o medo natural e humano, mesmo quando suas existências particulares as exponham a riscos, se preciso entregam suas vidas em favor de grandes causas.

As pessoas corajosas iluminam-se pela sabedoria, fruto da aliança entre o conhecimento das coisas e da prática, adotados nas destruições do que ameaça o belo e o bem, no caso a justiça como uma das virtudes cardiais.

A covardia é a negação da coragem como virtude. Os covardes corrompem as virtudes. Deles nascem os atos mais indecorosos contra a humanidade.

Lula identificou alguns bolsões de covardia, onde se acantonam os covardes.

Mencionou Eduardo Cunha como um dos "fudidos", isto é, covarde sujo cuja presença no Congresso Nacional é expressão máxima da indecência política.

Nosso ex-presidente fulminou Renan Calheiros, como um dos covardes que se encolhem para o "seu" Moro, para os venenos da mídia torpe e para as bagunças dos aecistas corruptos da polícia federal.

Não deixou de indicar a própria suprema corte de justiça como totalmente acovardada. Tanto que o ministro Celso de Mello, em mais um de seus desastrados discursos modelo teoria do fato, se desmanchou em asneiras típicas de quem julga previamente, bem ao estilo dos covardes sem sabedoria, embora o bom português.

Depois disso as lamúrias acovardadas da mídia, inclua-se a TV Record, antes fora do golpismo e agora totalmente dentro, distorcendo a crítica do ex-presidente rebaixando-a ao conceito de que ele desconsidera as instituições.

Mentirosos, torpes e manipuladores!

É bom lembrar ao "seu" Celso de Mello e aos mistificadores midiáticos que o STF se acovardou sim, várias vezes e contribuiu com crimes hediondos. Durante a ditadura Vargas as suas excelências votaram pela extradição e consequente assassinado da grande Olga Benário, que morreu nas câmaras de gás de Hitler. Na quadra rubra dos anos de chumbo da ditadura as excelências nada fizeram contra a castração da Constituição e para impedir os banditismos causadores de prisões, torturas e mortes de milhares de brasileiros e de brasileiras. Em face das molecagens e traições truculentas de Joaquim Barbosa, que se baseava nas lavagens da Veja mais do que nos autos do famoso caso do furado mensalão, as excelências se calaram. E agora novamente com o filhote da ditadura e alçador de voos dos tucanos, Sérgio Moro, o STF se cala quando o Brasil corre o risco de sofrer golpe exatamente pelas mãos do judiciário.

Lula não criticou as instituições, mas os acovardados que desviam as missões legais, constitucionais, políticas e éticas que deveriam cumprir numa circunstância de forte ataque à democracia.

Lula acerta em cheio em sua descrição da covardia.

A Câmara e o Senado compõem-se, sim, de covardes que atacam o bem e o belo da democracia. Lá atuam homens e mulheres que servem aos interesses mais mesquinhos, podres e traiçoeiros ao Brasil e à democracia. Muitos de seus membros, ao estilo dos maiores picaretas, fazem de tudo para enganar a opinião pública, para envenenar a sociedade e para destruir a justiça democrática, que penosamente construímos, inclusive com prisões, torturas e mortes de pessoas corajosas.

Entre promotores e juízes há covardes que aviltam a virtude da sabedoria, do bem e do belo quando partidariamente servem os interesses condenáveis do golpe.

Cunha dispensa análise e tempo. Fosse num país onde imperasse a democracia real, alicerçada nos postulados coletivos, o seu destino seria a prisão perpétua ou fuzilamento. Cunha é o maior monumento à covardia.

Renan Calheiros se acovarda ao amesquinhar seu papel como presidente do Senado e do Congresso Nacional. Acovardado enfia-se debaixo da cama com medo da direita e do "seu" Sérgio Moro. Numa hora em que a Pátria é ameaçada por marginais entreguistas, Renan sonega a coragem e se inscreve na história como um parlamentar fraco e omisso.

Lá no Senado encolhe-se um dos maiores covardes do Brasil. Nessa condição o "seu" José Serra se comporta como vendilhão, entreguista e ladrão da Petrobras. Usa o cargo de senador, conquistado com muito dinheiro para iludir o paulista analfabeto político, para sabotar os projetos sociais, a soberania nacional e, agora, posa de conspirador barato no apoio ao golpe.

José Serra é o pior dos insetos que Sartre chamaria de moscas que pousam no lado úmido, fétido e sombrio das muralhas. É o maior monumento à covardia e à traição nacional.

Voltando ao judiciário, que virou porão onde se escondem os covardes que negam a justiça como valor e bem, encontramos em dois níveis os piores brasileiros a serviço do derramamento de sangue dos corajosos e das corajosas, que não se furtarão a defender o nosso País.

No STF o modelo de covardia é o capitaneado por Gilmar Mendes, notório direitista, malandro e golpista.

Na campanha eleitoral de 2010 protagonizou o fiasco da bolinha de papel com José Serra, com o objetivo de melar as eleições. Virou piada e a bobagem se voltou contra o candidato pífio das multinacionais.

Gilmar é amigo do corrupto caçado do Senado, patrocinado por Cachoeira, o falastrão Demóstenes Torres. Bem como é amigo do discutível Marconi Perillo.

Golpista mor tenta cassar a posse de Lula como ministro do governo Dilma.

Sobre ele disse o advogado e deputado federal Wadih Damous, que Gilmar é criminoso passível de impeachment. "Ele desonra a toga, na suprema corte americana ou num tribunal constitucional europeu ele nem chegaria lá. Então, nós vamos abreviar a carreira inglória desse indivíduo no Supremo Tribunal Federal", prometeu.

Gilmar é desqualificado no que se refere aos juízos previamente condenatórios de todas as pessoas que não "canastronas" como ele. Com sua voz cavernosa semelhante a latido de cão afogado, joga constantemente as imagens das pessoas nos ventiladores, como produtos intestinais sem valor.

Na ação contra Lula não teve a menor vergonha de contar com uma petição espúria impetrada por uma sócia dele do instituto que mantém em sociedade com a Globo. Pior, em conluio com os direitistas e golpistas partidos PSDB e PPS.

Sérgio Moro, silencioso e vaidoso covarde, escondido em Curitiba e em Maringá, arma o golpe em associação com os interesses sanguinários imperialistas.

Covardemente expôs a intimidade de Lula e da Presidenta da República, espionada num atentado gigantesco à Constituição Federal.

Somente golpistas de plantão, alimentados pelo fascismo como ideologia e os analfabetos políticos idiotizados pela mídia idolatram crimes do canastrão.

Quem disse que Moro cometeu crime foram os maiores juristas, juízes, advogados, parlamentares, jornalistas, filósofos, a CNBB e o ministro Marco Aurélio Mello, criticando-o pelos vazamentos das conversas telefônicas referidas. Numa entrevista ao site Sul21 Marco Aurélio disse: "Ele não é o único juiz do país e deve atuar como todo juiz. Agora, houve essa divulgação por terceiros de sigilo telefônico. Isso é crime, está na lei. Ele simplesmente deixou de lado a lei. Isso está escancarado e foi objeto, inclusive, de reportagem no exterior. Não se avança culturalmente, atropelando a ordem jurídica, principalmente a constitucional. O avanço pressupõe a observância irrestrita do que está escrito na lei de regência da matéria. Dizer que interessa ao público em geral conhecer o teor de gravações sigilosas não se sustenta. O público também está submetido à legislação".

Somente os covardes desrespeitam as pessoas, a democracia, as leis e a paz social.

Lula tem toda a razão ao criticar o acovardamento que toma conta das instituições. Lula não menosprezou as instituições e não o faria com a visão social que o modela, mas tem razão ao identificar o acovardamento.

Somente os corajosos avançam na construção da sociedade justa e nas denúncias dos crimes impostos pelos covardes.

Este é o momento dos corajosos e das corajosas. É agora que devemos enfrentar mobilizada e pacificamente a guerra que os covardes querem impor à sociedade brasileira, podendo produzir morticínio incontrolável.

Lula tem razão: "estão todos acovardados!"


*Editor do blog Cartas e Reflexões Proféticas, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central da Igreja Anglicana e professor universitário

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