JornalGGN, 2802/17
No século XIX o jornalista norte americano John B. Bogart cunhou a
frase que todo mundo aprende no pré-primário do jornalismo: "se um
cachorro morde um homem, não é notícia, se um homem morde um cachorro,
é". http://jornalggn.com.br/notici a/quando-o-cachorro-morde-o- jornalismo
Ao exibir ao vivo seu ânus na TV a musa do golpe de 2016 estimulou reações curiosas. A que mais me chamou atenção partiu da esquerda moralista. Há bem pouco tempo a esquerda defendeu com vigor a liberdade de expressão quando a direita moralista atacou um espetáculo teatral em que vários artistas exibiram os respectivos ânus.
Como plataforma política, o moralismo aproxima a esquerda da direita. A distância entre os extremos diminui na proporção inversa da grande repugnância que alguns sentem ou afirmam sentir pelo órgão considerado indigno.
A reação ao ânus de Ju Isen ilustra perfeitamente o oportunismo, profundidade e correção de um vídeo de Marcelo Adnet https://www.facebook.com/tomar .nos.annales/videos/1129318353 758431/?pnref=story. O caminho mais curto entre o intestino e a boca passa pelo debate moralista acerca do ânus.
Nosso país segue sendo desmanchando por Michel Temer como se fosse o cu do mundo. Embriagada de tanto consumir informação irrelevante, a população brasileira não reage. De fato, desde que conseguiram derrubar Dilma Rousseff os telejornalistas só fazem uma coisa: apoiar a “penetração estrangeira”. A metáfora neste caso se ajusta bem à imagem de país que domina a cena política.
Michel Temer quer entregar o petróleo e as terras brasileiras aos estrangeiros. No problem! Os jornalistas evitam estimular o nacionalismo ou se limitam a provocar reações moralistas sobre temas que não podem afetar a agenda política. O ânus de Ju Isen certamente será muito politizado. Tão politizado quanto o sexo ao vivo na piscina do Big Brother. Enquanto perdem o foco, os brasileiros vão perder seu petróleo e seu território.
Perdemos a oportunidade de transformar o Brasil num país de primeiro mundo. Ganhamos de presente imagens inesquecíveis transmitidas ao vivo por redes de TV sem compromisso público algum.
A musa do Impedimento querer mostrar seu ânus não chega a causar surpresa. Ela mesmo disse que tem uma cabeça muito boa, o que quer que isto signifique. O que surpreende é a consolidação do golpe e a desnacionalização do Brasil ocorrer no exato momento em que um ânus se torna o centro das preocupações televisivas. Ju Isen teve que virar para mostrar seu órgão excretor e o operador de câmera fez um close digno de um Oscar. A cena foi narrada como se fosse um furo jornalístico.
Gostemos ou não a cena registra mais do que mostra. A exibição ao vivo do ânus de Ju Isen é uma prova da decadência do jornalismo brasileiro. De fato, o operador de câmera mostrou algo bastante trivial: a anatomia de Ju Isen não é diferente da anatomia das outras pessoas. O ânus dela está no lugar certo e, apesar de ter sido pintado, cumpre a mesma função biológica. Se a musa do Impedimento não tivesse ânus, o furo jornalístico seria digno de um Putilzer.
Sem querer Isen conseguiu entrar para a história do jornalismo. Ela fez algo inimaginável: mostrou que após o golpe de 2016 os telejornalistas passaram a ter o ânus onde costumavam ter apenas as cabeças vazias. Não por acaso eles defecam diariamente no respeitável público defendendo um governo indefensável.
Desde quando se faz jornalismo pelo anus?
Por Fábio de Oliveira Ribeiro
O assunto é sério. Portanto, merece ser tratado com o devido rigor:
Ao exibir ao vivo seu ânus na TV a musa do golpe de 2016 estimulou reações curiosas. A que mais me chamou atenção partiu da esquerda moralista. Há bem pouco tempo a esquerda defendeu com vigor a liberdade de expressão quando a direita moralista atacou um espetáculo teatral em que vários artistas exibiram os respectivos ânus.
Como plataforma política, o moralismo aproxima a esquerda da direita. A distância entre os extremos diminui na proporção inversa da grande repugnância que alguns sentem ou afirmam sentir pelo órgão considerado indigno.
A reação ao ânus de Ju Isen ilustra perfeitamente o oportunismo, profundidade e correção de um vídeo de Marcelo Adnet https://www.facebook.com/tomar
Nosso país segue sendo desmanchando por Michel Temer como se fosse o cu do mundo. Embriagada de tanto consumir informação irrelevante, a população brasileira não reage. De fato, desde que conseguiram derrubar Dilma Rousseff os telejornalistas só fazem uma coisa: apoiar a “penetração estrangeira”. A metáfora neste caso se ajusta bem à imagem de país que domina a cena política.
Michel Temer quer entregar o petróleo e as terras brasileiras aos estrangeiros. No problem! Os jornalistas evitam estimular o nacionalismo ou se limitam a provocar reações moralistas sobre temas que não podem afetar a agenda política. O ânus de Ju Isen certamente será muito politizado. Tão politizado quanto o sexo ao vivo na piscina do Big Brother. Enquanto perdem o foco, os brasileiros vão perder seu petróleo e seu território.
Perdemos a oportunidade de transformar o Brasil num país de primeiro mundo. Ganhamos de presente imagens inesquecíveis transmitidas ao vivo por redes de TV sem compromisso público algum.
A musa do Impedimento querer mostrar seu ânus não chega a causar surpresa. Ela mesmo disse que tem uma cabeça muito boa, o que quer que isto signifique. O que surpreende é a consolidação do golpe e a desnacionalização do Brasil ocorrer no exato momento em que um ânus se torna o centro das preocupações televisivas. Ju Isen teve que virar para mostrar seu órgão excretor e o operador de câmera fez um close digno de um Oscar. A cena foi narrada como se fosse um furo jornalístico.
Gostemos ou não a cena registra mais do que mostra. A exibição ao vivo do ânus de Ju Isen é uma prova da decadência do jornalismo brasileiro. De fato, o operador de câmera mostrou algo bastante trivial: a anatomia de Ju Isen não é diferente da anatomia das outras pessoas. O ânus dela está no lugar certo e, apesar de ter sido pintado, cumpre a mesma função biológica. Se a musa do Impedimento não tivesse ânus, o furo jornalístico seria digno de um Putilzer.
Sem querer Isen conseguiu entrar para a história do jornalismo. Ela fez algo inimaginável: mostrou que após o golpe de 2016 os telejornalistas passaram a ter o ânus onde costumavam ter apenas as cabeças vazias. Não por acaso eles defecam diariamente no respeitável público defendendo um governo indefensável.
Ju Isen também conseguiu revelar uma contradição profunda e
interessante. Os jornalistas brasileiros defendem o golpe de 2016
porque o que é bom para os EUA (o neoliberalismo) também é bom para o
Brasil. Todavia, o axioma do norte-americano John B. Bogart deveria ser
mas não é suficientemente bom para os telejornalistas brasileiros. Só
por isso o ânus de Isen mereceria receber um Troféu Juca Pato de
jornalismo investigativo.
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