Carta Maior, 18/01/2011
Capitais especulativos migram para bolsas de futuros em busca de rentabilidade indisponível nos mercados financeiros globais. Revoada faz disparar cotações de commodities em escala planetária. Índice de preços de alimentos da FAO estava na marca de 140 em março de 2009; bateu em 215 em dezembro de 2010, encontra-se acima dos níveis recordes registrados na bolha de 2008. Estoques são curtos, mas não há escassez de alimentos que justifique o aumento.
Alta especulativa no plano internacional pressiona inflação doméstica urbi et orbi pela equiparação entre valor exportado e vendas internas. No Brasil, 'mercados' pressionam para combater a distorção internacional com outra igualmente nefasta: nova escalada de aumento dos juros pode ser iniciada a partir de hoje pelo Banco Central -'para evitar que o choque vindo de fora ganhe corpo e se dissemine nos demais preços'. Juros altos soterram o crescimento e o emprego.
Na Argentina, governo progressista de Cristina Kirchner determinou cotas de exportações para alimentos. Sem alternativa de colocar toda safra no exterior, produtores tem que vender no mercado interno a preços mais baixos, fixados pelo setor público. O agrobusiness quer escalpelar Cristina Kirchner . Mas a população e a economia ficam preservadas da lógica predatória imposta pela supremacia das finanças desreguladas.
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