segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A insurreição no Egito e suas implicações para a Palestina


A insurreição no Egito e suas implicações para a Palestina

Ali Abunimah - The Eletronic Intifada

O mundo árabe está em pleno tremor de terra político e o solo ainda não parou de tremer. Fazer previsões quando os acontecimentos são tão voláteis é arriscado, mas não há dúvida alguma de que o levante no Egito –mesmo se terminar – terá um espetacular impacto na região e na Palestina. Se o regime Mubarak cai, e se é substituído por um governo com ligações menos estreitas com Israel e com os Estados Unidos, Israel será o grande perdedor. Como comentou Aluf Benn no jornal israelense Há’aretz, “o declínio do poder do governo do presidente egípcio Hosni Mubarak deixa Israel num estado de isolamento estratégico. Sem Mubarak, Israel não tem praticamente mais amigos no Oriente Médio; no ano passado, Israel viu sua relação com a Turquia afundar”[1]. Com efeito, observa Benn, “Restam a Israel dois aliados estratégicos, na região: a Jordânia e a Autoridade Palestina”. Mas o que Benn não diz é que esses dois “aliados” tampouco serão preservados.

Eu estava em Doha nessas últimas semanas para examinar os Palestine Papers divulgados pela Al Jazeera. Eles sublinham até que ponto a divisão entre a Autoridade Palestina de Ramallah, sustentada pelos Estados Unidos, e sua facção Fatah, de um lado e o Hamas na Faixa de Gaza, por outro, foram uma decisão política das potências regionais: os Estados Unidos, o Egito e Israel [2]. Uma política que implicasse a imposição de um estado de sítio estrito à Faixa de Gaza pelo Egito.

Se o regime de Mubarak cai, os Estados Unidos perdem um grande aliado na questão da palestina, e a Autoridade Palestina de Abbas perderá um de seus principais aliados contra o Hamas. 

Já desacreditada pela amplitude de sua colaboração e capitulação exibidas nos Palestine Papers, a AP será ainda mais enfraquecida. Sem qualquer “processo de paz” com credibilidade para justificar sua “coordenação de segurança” ininterrupta com Israel, ou mesmo a sua própria existência, a implosão da AP bem que poderia começar. Inclusive a sustentação dos Estados Unidos e da União Europeia para a polícia de estado em gestação da AP poderia não ser mais sustentável politicamente. 

O Hamas poderá ser o beneficiário imediato, mas não necessariamente no longo prazo. Pela primeira vez em muitos anos vemos importantes movimentos de massa que, se incluem muçulmanos, não são necessariamente dominados ou controlados por eles.

Há também com efeito um espelho para os palestinos: a permanência dos regimes tunisiano e egípcio estava fundada na percepção de que eram fortes, assim como o seria a sua capacidade de aterrorizar uma parte de seu povo e de cooptar outra. A facilidade relativa com a qual os tunisianos expulsaram seu ditador e a rapidez com que o Egito e talvez o Iêmen parecem seguir o mesmo caminho, poderão bem enviar aos Palestinos a mensagem de que as forças de segurança de Israel ou da AP não são assim tão invencíveis como parecem

Com efeito, a “dissuasão” de Israel já sofreu um golpe importante na sequência de seu fracasso em vencer o Hezbollah no Líbano, em 2006 e o Hamas em Gaza, durante os ataques do inverno 2008-2009.
Quanto à AP de Abbas, jamais o dinheiro dos doadores internacionais foi gasto pelas forças de segurança com resultados tão ruins. O segredo de polichinelo é que,sem a ocupação da Cisjordânia e de Gaza sitiada pelo exército israelense (com a ajuda do regime de Mubarak), Abbas e sua guarda pretoriana teriam caído há muito tempo. Erguido por um processo de paz abusivo, os EUA, a União Europeia e Israel, com a sustentação de regimes árabes em decrepitude, agora ameaçados pelo seu próprio povo, construíram um castelo de cartas palestinas que não deve resistir por muito tempo.

Desta vez a mensagem é talvez que a resposta não é mais uma resistência militar, mas antes a concessão do poder ao povo e uma ênfase maior nos protestos populares.

Hoje, os palestinos formam ao menos metade da população na Palestina histórica – Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Se eles se sublevarem coletivamente para exigir direitos iguais, o que Israel poderá fazer para detê-los? A violência brutal e a força de Israel não interditaram as manifestações regulares na cidades de Bil’in e Beit Ommar, da Cisjordânia.

Israel deve acreditar que se responder brutalmente a todo levante de amplitude seus apoios internacionais já precários poderiam começar a evaporar tão rápido como os de Mubarak, cujo regime, parece, sofreu uma rápida “deslegitimação”. Os dirigentes israelenses tem indicado claramente que uma implosão dessa sustentação internacional lhes ameaça mais que uma ameaça militar externa. Com um poder retomado pelos povos, os governos árabes poderiam não permanecer mais silenciosos e cúmplices como estiveram durante os anos de opressão israelense sobre os palestinos.

Quanto à Jordânia, a mudança já está em curso. Eu fui testemunha de uma manifestação de milhares de pessoas no centro da cidade de Amã, ontem (29/01/2011). Esses protestos bem organizados e pacíficos, chamados por uma coalizão de partidos de oposição islâmicos e de esquerda ganharam agora, depois de semanas, todas as cidades do país. Os manifestantes exigem a demissão do primeiro ministro Salir al-Rifai, a dissolução do parlamento eleito (numa eleição considerada largamente como viciada, em novembro), novas eleições, baseadas em leis democráticas, justiça econômica, o fim da corrupção e a anulação do tratado de paz com Israel. E houve manifestações fortes em solidariedade à população egípcia.

Nenhum dos partidos organizadores da manifestação disse que as revoluções do tipo das que ocorreram na Tunísia e está em curso no Egito não ocorrem na Jordânia, e não há razão para crer que esses desenvolvimento sejam iminentes. Mas os slogans escutados durante os protestos são sem precedentes na sua audácia e no seu desafio direito à autoridadeTodo governo reativo às vozes de seu povo deverá rever suas relações com Israel e com os Estados Unidos. 

Uma só coisa é certa, hoje: o que quer que ocorra na região, a voz do povo não poderá mais ser ignorada. 

(*) Ali Abunimah é co-fundador da Intifada Eletrônica, autor de “Um País: uma proposta audaciosa para terminar o impasse israelo-palestino” e contribuiu com o “Informe Goldstone: o legado do marco na investigação do conflito de Gaza” (Nation Books)

[1] "Without Egypt, Israel will be left with no friends in Mideast," Ha'aretz, 29 janvier 2011 (en anglais) [Sem o Egito, Israel seria deixada sem amigos no Oriente Médio]

[2] "The Palestine Papers and the "Gaza coup"," par Ali Abunimah, The Electronic Intifada, 27 janvier 2011 (en anglais) [Os Documentos Palestinos e o golpe em Gaza]

Tradução: Katarina Peixoto

Deserções de oficiais do Exército Egípcio pró Revolução

O Globo OnLine, 31/01/2011 às 23h42m

Revolta no mundo árabe

Capitão do Exército deserta e desafia regime egípcio ao mostrar rosto


Fernando Duarte, enviado especial
Desertor é carregado pela multidão em êxtase na Praça Tahrir, no centro do Cairo / AP

CAIRO - Uma das imagens mais emblemáticas da revolta popular no Egito foi a de um capitão do Exército sendo carregado nos ombros por manifestantes reunidos na Praça Tahrir, no centro da capital, juntando-se ao coro de slogans contra o presidente Hosni Mubarak.
Nesta segunda-feira, o até agora anônimo oficial, que a imprensa internacional vinha comparando ao caso do manifestante chinês que parou uma fileira de tanques durante a invasão da Praça da Paz Celestial, em 1989, foi finalmente identificado como Ehab Fathy, de 33 anos.
Dois dias depois de protagonizar a primeira deserção pública de um oficial egípcio, ele reapareceu na praça ainda vestindo seu uniforme. Provocou um furor quase igual ao observado na noite anterior pela presença do nome mais conhecido da oposição egípcia, o ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei.
Fathy foi agarrado e beijado pelos manifestantes. E não hesitou em insinuar que mais colegas de caserna poderão se juntar a ele nos próximos dias.
- Deixei meu posto para vir com vocês, pois sou contra Hosni Mubarak. Muita gente nas Forças Armadas sabe julgar e ser justo - afirmou o capitão, em árabe, sendo auxiliado por um manifestante que se esforçava para traduzir suas declarações ao inglês.
Mesmo que não comande uma rebelião, Fathy já despertou admiração suficiente junto ao público egípcio, sobretudo por ter ignorado o risco de prisão ou mesmo de punições mais severas com sua deserção e com o retorno à cena do crime. O capitão, porém, disse não temer represálias e um julgamento militar:
- Até as Forças Armadas se organizarem para uma Corte Marcial, o regime de Mubarak já terá caído.

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Jornal do Brasil, 31/01/11 

Exército egípcio 'não usará força contra manifestantes', cujas demandas são legítimas


Agência AFP
O exército egípcio anunciou esta segunda-feira que não usará a força contra as dezenas de milhares de pessoas que se mobilizam no país para pedir a saída do presidente Hosni Mubarak e declarou no mesmo documento que considera as demandas do povo "legítimas", noticiou a mídia estatal.
"As forças armadas não recorreram e não recorrerão ao uso da força contra o povo egípcio", destacou o exército no comunicado, citado pela agência oficial Mena e pela TV estatal.
O Exército declarou no documento que considera as demandas do "grande povo do Egito" como "legítimas" no sétimo dia seguido de protestos maciços pelo fim do regime de Mubarak.
"A liberdade de expressão de forma pacífica está garantida para todos", afirmou o porta-voz do exército.
O comunicado foi divulgado em um momento em que os manifestantes organizam para a terça-feira a "marcha de um milhão" de pessoas no Cairo e em Alexandria (norte) e logo após de a odiada polícia, cujos confrontos com manifestantes deixaram mais de 125 mortos, voltar às ruas depois de dois dias de ausência.

Caso Battisti: A carta aberta de Silvio Tendler aos magistrados

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http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-carta-de-silvio-tendler-aos-magistrados.html



31 de janeiro de 2011

Carta Aberta aos Magistrados Brasileiros

Sílvio Tendler

Paira sobre Cesare Battisti o mistério que cerca sua história. Existem muitas lacunas sobre os fatos. Somos tratados como duzentos milhões de pobres coitados que temos que nos curvar diante da vontade da Itália soberana.
O caso Battisti, sua história de refugiado começa quando é acolhido na França de Mitterrand, torna-se escritor e vive em paz. A França vira à direita, a Itália pedindo a extradição e Battisti é expulso “à la française” para atender à pressão Italiana: não extradita, mas estimula “a fuga”. Dá o passaporte e os meios para a fuga. Tudo providenciado pelo serviço secreto francês que monitora a viagem. O Brasil acolhe um perseguido, como sempre fez ao longo dos tempos. A França inicia o jogo da batata quente.
Battisti é preso como tantos outros italianos perseguidos que se refugiam aqui. Os outros foram libertados. Battisti vira questão de honra e termina refém de um conflito de poderes que termina numa salda surrealista: O STF vota pela expulsão, mas devolve ao Presidente da República o poder decisório.
O Presidente da República em seu último dia de governo toma a atitude que parecia justa e a mais adequada dentro das tradições brasileiras, a de conceder refúgio aos perseguidos por razões políticas. Prerrogativa  constitucional e reconhecida pelo STF, que mesmo acreditando que Battisti deveria ser extraditado devolveu o poder de decisão ao Presidente da República. O jogo da batata quente continua.
O presidente do STF puxa de novo o poder decisório para o tribunal atendendo à pressão italiana. O suspense está no ar. O Presidente Italiano manda uma carta a Presidente Dilma Rousseff pedindo a extradição. A Presidente responde que a decisão está nas mãos do STF. A Presidente Dilma devolve a batata quente ao Supremo.
A Itália, berço do direito, hoje não tem sede de justiça, mas desejo de vingança e vem transformando Cesare Battisti na fera a abater.
A Itália que quer se vingar de sua própria história (sim, o caso Battisti é um caso de vingança histórica) não é a Itália de Dante mas a Itália que durante o pós guerra afogou-se em escândalos e conluios entre a máfia e o fascismo que destruiu partidos e dirigentes políticos em escândalos de corrupção e que levou milhares de jovens italianos ao desespero político, encontrando como única porta de saída a resistência armada. E o Brasil vem sendo fustigado, intimidado e ameaçado como se fosse uma republiqueta centenária desafiando a milenar cultura italiana.
Para os que pretendem entender aqueles tempos tumultuados da história política da Itália, recomendo assistir a “Cadáveres Ilustres” (1976), do mestre Francesco Rossi baseado em obra homônima do escritor Leonardo Sciascia. O filme aborda a crise da democracia Italiana e trata do assassinato do secretário geral do Partido Comunista Italiano. A mais pura ficção. A crise do estado italiano está ali no romance e no filme denunciando a conspiração entre políticos, magistrados e militares contra o Estado democrático.
Pouco tempo depois, a história, a de verdade, registrava a tragédia do sequestro e assassinato do democrata cristão Aldo Moro.
Este assassinato quase pôs a pique a democracia italiana. A direção da democracia cristã e a do Partido Comunista recusam-se em negociar com as Brigadas Vermelhas, alegando a “defesa do Estado Democrático”, como se a vida de um homem valesse menos do que um princípio. Além da vida de Moro, o episódio custou muito caro à democracia italiana.
A podridão do ambiente político italiano terminou  culminou com a dissolução da própria Democracia Cristã e do Partido Comunista.
A crise italiana daquele período pós-guerra e marcada por feridas ainda não cicatrizadas que desembarcam no governo Berlusconi o que exige uma reflexão maior e pede uma revisão histórica urgente.  Não é esse nosso papel aqui.  Estamos à beira do julgamento que decidirá o futuro de um homem, o que já é muito.
Nós, os brasileiros, continuamos absolutamente desinformados sobre a história desse homem que terá seu destino determinado por um gesto nosso. E olha que ele já está preso por aqui desde 2007, tempo mais do que suficiente para mandar uma missão para investigar na Itália a verdadeira história de um julgamento cheio de lacunas e cantos escurosSó quem desconhece a história italiana dos anos 70/80 é que compra sem reticências a versão do governo italiano. A mídia comprou a versão italiana e publica acriticamente tudo que chega de lá. A última bazófia tornada pública foi a de que a Comunidade Européia aprovou com 86% dos votos uma moção recomendando ao Brasil que extraditasse Battisti. A realidade foi bem diferente: À sessão compareceram apenas 11% dos parlamentares, a imensa maioria, de italianos. E repercute como se houvesse uma grande unanimidade em torno da extradição de Battisti.
Cesare Battisti foi acusado de cometer dois crimes a 400 kms de distância um do outro, com poucas horas de diferença, no mesmo dia. Ninguém foi questionar a veracidade da informação. Inexplicável mesmo é que ninguém se interesse em saber a versão de Pietro Mutti, o “capo” das Brigadas Vermelhas e principal acusador de Battisti. Onde está? O que faz hoje em dia? Os outros delatores são encontráveis, como Cavallina e o segundo principal delator se chama Sante Fatone e agora mora na Calábria. Talvez esse também possa ser encontrado.
Em sua cela na Papuda, penitenciária de Brasília, Cesare Battisti aguarda a decisão sobre seu destino que tanto poderá ser a liberdade, as ruas, o convívio com a família, amigos, a reintegração na sociedade ou a prisão até a eternidade, a liberdade ou a prisão perpétua (pena que não existe no Brasil). A realidade é bem mais dura do que a ficção, até porque Battisti não é um personagem de papel, mas de carne e osso, nervos e sentimentos.
Vejo Battisti em sua cela e viajo em tantos outros injustiçados da história: Giordano Bruno, Antonio José da Silva, o judeu, Tiradentes, o capitão Dreyfus, Sacco e Vanzetti, Ethel e Julius Rosenberg, Elise Ewert, Olga Benário.
Insisto: não estamos discutindo justiça, mas vingança.

Silvio Tendler

Espanha continua desrespeitando brasileiros


Responder
mostrar detalhes 31 jan (6 dias atrás)
Pessoal,

Vamos tratar de divulgar esta denúncia! 
E que nossa PF trate de mandar de volta uns tantos espanhóis como ato de reciprocidade.


http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-pesquisadora-que-foi-expulsa-da-espanha.html
31 de janeiro de 2011

A pesquisadora que foi expulsa da Espanha


Brasília(DF), 30/01/2011

Querid@s amig@s e companheir@s,
Acho que muitos de vocês sabiam que eu estava saindo de férias junto com minha amiga Gracinha para a Espanha. Pois bem, planejamos tudo, compramos passagem, reservamos hotel e tudo mais. Porém, fomos em vôos separados. Depois de 15 horas de viagem EU fui INJUSTAMENTE DEPORTADA pela imigração da Espanha! Fiquei 15 horas PRESA numa sala da polícia federal sendo tratada como criminosa! Sem direito à telefonema, sem nenhuma informação sobre os motivos pelo qual estava detida e somente depois de 7 horas tive contato com um advogado e uma tradutora. Fui revistada fisicamente e revistaram e retiveram minha bolsa e minha bagagem de mão, tudo isso antes de ter um advogado.
Eles arbitrariamente decidiram que eu não entraria naquele país e fizeram de tudo para arranjar algo para me deportar. Eu tinha todos os documentos que comprovavam que eu tinha dinheiro de sobra para a quantidade de dias que iria ficar, tinha carta do Ministério da Cultura que comprovava que eu trabalho para um projeto do governo brasileiro, seguro viagem pago, reserva de hotel no nome da Gracinha (iríamos dividir um quarto, por isso constava só o nome dela), passagem de volta e até a escritura da minha casa própria em Florianópolis!
Primeiramente eles alegaram que meu cartão Travelmoney do Banco do Brasil não tinha valor nenhum pra eles porque não constava meu nome (o Banco do Brasil não imprime nome neste cartão, é política do banco). Só que eu tinha todos os extratos assinados pelo Banco do Brasil que comprovavam a compra de euros!!!! Mesmo assim eles disseram que não valia e me prenderam na sala. A assistente social da Polícia Federal só fazia era VENDER cartão telefônico para aqueles que quisessem ligar dos telefones públicos que havia nesta sala fechada. Então comprei ironicamente cartões da própria Polícia e liguei imediatamente pra Embaixada brasileira e pro Consulado do Brasil na Espanha.
Eles foram ótimos! Mas disseram que infelizmente pouco poderiam fazer porque a Polícia é arbritária mesmo e até eles ficam de mãos atadas. Tudo que podiam fazer eles fizeram, que foi enviar um fax reiterando que eu tinha dinheiro, dizendo que meu cartão era válido e cobrando informações. Pois bem, depois de mais não sei quantas horas presa, eles admitiram que meu cartão era válido. Como não tinham mais argumento, cavocaram algum.
Como a reserva do quarto duplo foi feita no nome da Gracinha, porque no site do hotel na internet pedia somente um nome, eles alegaram que eu não tinha reserva de hotel!!! A Polícia Federal mentiu na minha cara dizendo que haviam telefonado para o hotel e que o hotel havia dito que não havia nenhuma reserva no nome de Graça!!! Neste momento o advogado da própria Polícia que estava ali para me defender argumentou com a Polícia que havia reserva e telefonou do seu celular no viva voz novamente para o Hotel que confirmou que Graça já estava inclusive hospedada!!!  Sabem o que a Polícia disse diante deste telefonema em viva voz????? Disse que não valia nada para eles aquele telefonema, que eles já haviam telefonado e decidido pela minha deportação!!!!
Ou seja, eles realmente queriam arbitrariamente me deportar e ponto final!!! Disseram que eu seria deportada no vôo da meia noite e vinte e me prenderam novamente na sala. E para completar o absurdo fui levada para o avião escoltada como criminosa em carro blindado de polícia até dentro do avião. Meu passaporte foi entregue à tripulação e havia uma funcionária do aeroporto no Brasil me esperando com ele na mão para me escoltar até a imigração brasileira!!!!
Somente depois de passar na imigração brasileira tive meu passaporte devolvido! Mas não acabou….pois CARIMBARAM meu passaporte com um signo que provavelmente deve ser o de deportada, sendo que eu nem entrei no país!!! E para finalizar, é claro, que eles extraviaram a minha bagagem! Pois a Polícia não despachou minha mala!!!
Eles são arbitrários e preconceituosos mesmo! Não tem outra explicação e o próprio consulado disse isso pra mim! Havia cerca de 10 pessoas presas nesta situação e todas elas eram latinas e/ou negros da África!!!  Ou seja, é XENOFOBIA PURA!!!! Mas XENOFOBIA CONTRA LATINOS E NEGROS!!!! PURO PRECONCEITO!!!
Bem gente, é uma novela né….mas a novela só tá começando….porque eles escolheram a pessoa errada para isso!!! Vou recorrer ao Itamaraty, vou fazer uma queixa oficial na Embaixada da Espanha no Brasil, vou à Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, vou a todos os órgãos que puder para lutar contra esta arbitrariedade!!! Preciso de contatos da mídia para divulgar essa situação absurda!!!
Quero pedir a todos vocês que divulguem em todas as suas redes sociais e que façamos uma campanha CONTRA O TRATAMENTO QUE A ESPANHA DÁ AOS ESTRAGEIROS LATINOS E NEGROS!!!
Obrigada pelo apoio de tod@s
Grande Abraço

Denise Severo
Coordenadora Pedagógica do Projeto Vidas Paralelas
Pesquisadora Associada do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da UnB

Egito: Euforia, banho de sangue e caos

http://www.uruknet.info/pic.php?f=24nasser.jpg
O grande líder árabe Gamal Abdel Nasser (1918-1970)

Anwar Sadat, quando tornou-se presidente do Egito ao suceder o grande líder árabe Nasser,  traiu as causas árabe e palestina, fazendo em separado a paz com Israel e submetendo o  Egito totalmente aos interesses sionistas e norte-americanos na região. 

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-ecJjrapAFzln6L6DDpTF_5qe1hF-bmj5UOGpJjQAI77z45pWQLejME_dNtx2D2jGBDB4lvDP6uIICNhcO9EExg9ZDaS9bjbIcagPcCNri2RqxNTzbkTmuQ4m1MSE9t_Qkkr5MklI2us/s1600/Anwar+El+Sadat.jpg
O traidor Anwar Sadat (1918-1981)


http://www.sixdaywar.co.uk/graphics/nasser-kicks-500.jpg
Nasser sabia como tratar os sionistas e os EUA

Mubarak, sucessor de Sadat, manteve-se subserviente a esta política pró EUA e Israel. Nestes seus últimos instantes como ditador, está agora cuidando de onde se estabelecer tranquilamente para o restante de sua infame existência com a fortuna que roubou do povo Egípcio. Como fazem todos estes ditadores que servem aos EUA e as outras potências. 



                


Jornal do Brasil, 31/01/11 às 7h52

Israel pede aos EUA e países europeus que apoiem Mubarak

Agência AFP

JERUSALÉM - Em uma mensagem secreta, Israel solicitou aos Estados Unidos e a vários países europeus que apoiem a estabilidade do regime egípcio de Hosni Mubarak, indicou nesta segunda-feira o jornal israelense Haaretz. "O interesse do Ocidente e do conjunto do Oriente Médio é manter a estabilidade do regime no Egito", afirma a nota, enviada na semana passada, de acordo com o Haaretz.
"Por isso, é preciso frear as críticas públicas ao presidente Hosni Mubarak", acrescenta o texto da mensagem, que a rádio militar israelense interpretou como uma crítica aos Estados Unidos e à Europa, que não apoiam mais Mubarak.
Procurado pela AFP, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu negou-se a confirmar ou desmentir as informações. Até o momento, os dirigentes israelenses adotaram uma atitude discreta em relação à situação no Egito.
Netanyahu, que ordenou a seus ministros que se abstenham de tecer comentários sobre a revolta popular no país vizinho, declarou no domingo que Israel gostaria de preservar "a estabilidade e a segurança regional".

                      Marco Longari/AFP
Tanque do Exército passa em frente às pirâmides; polícia volta às ruas da capital Cairo
Tanque do Exército em frente às pirâmides


Segunda-Feira, 31 de Janeiro de 2011
Euforia, banho de sangue e caos

Robert Fisk - Página/12

Os tanques egípcios, os manifestantes sentados sobre eles, as bandeiras, as 40 mil pessoas que choravam e alentavam os soldados na Praça da Liberdade, enquanto rezavam ao redor deles os irmãos da Irmandade Muçulmana, sentados entre os passageiros dos tanques. Seria o caso de comparar isso com a liberação de Bucareste? Sentado sobre um dos tanques de fabricação dos EUA, só podia recordar aquelas cenas cinematográficas maravilhosas sobre a liberação de Paris. Uns dois metros dali, a polícia de segurança de Hosni Mubarak, com seus uniformes pretos ainda disparava contra os manifestantes que estavam próximos do Ministério do Interior. Era uma celebração de uma vitória selvagem e histórica: os mesmos tanques de Mubarak estavam liberando a capital de sua própria ditadura. 

Na pantomima do mundo de Mubarak – e de Barack Obama e de Hillary Clinton, em Washington -, o homem que ainda se autoproclama presidente do Egito realizou a eleição mais absurda de um vice-presidente para acalmar a fúria dos manifestantes. O eleito foi Omar Suleiman, chefe dos negociadores egípcios com Israel e um antigo agente da inteligência, um homem de 75 anos, com vários anos de visitas a Tel Aviv e a Jerusalém, assim como com vários infartos que os provam. Como este funcionário enfrentará a raiva e o desejo de libertação de 80 milhões de egípcios fica a cargo da imaginação. Quando contei aos que estavam ao meu redor no tanque sobre a designação de Suleiman, começaram a rir. 

As tropas, em roupas esgarçadas, rindo e até aplaudindo, não manifestaram qualquer intenção de borrar a grafitagem que a multidão tinha pintado nos tanques: “Fora Mubarak” e “Teu regime está acabado, Mubarak”, aparecia em cada um dos tanques que percorriam as ruas do Cairo. Em um dos tanques que davam a volta ao redor da Praça da Liberdade estava um dos Irmãos Muçulmanos, Mohamed Beltagi. Mais cedo tinha passado perto um comboio de veículos blindados que estavam a postos próximo ao subúrbio de Garden City, enquanto as pessoas abriam o caminho entre as máquinas e levavam laranjas aos soldados, aplaudindo-os como patriotas egípcios.

Mais do que a tresloucada eleição do vice-presidente de Mubarak e do que a designação de um convescote num governo sem poder, as ruas do Cairo demonstraram que os líderes dos EUA e da União Europeia (UE) não entenderam nada. Acabou-se. Os débeis intentos de Mubarak, ao declarar que se deve terminar com a violência, quando sua própria segurança policial foi responsável, nos últimos cinco dias pelos atos mais cruéis, incendiou ainda mais a fúria daqueles que passaram 30 anos sob uma ditadura sanguinária. Prova disso são as suspeitas de que muitos dos saques estão sendo levados a cabo por policiais civis, assim como o assassinato de 11 homens numa área rural há 24 horas, para destruir a integridade dos manifestantesque estão tentando tirar Mubarak do poder. 

destruição de um número importante de centros de comunicações por parte dos homens com rostos tapados, que devem ter sido coordenados de alguma maneira, também levantou o alerta e veio a ideia de que os responsáveis seriam os agentes da civil que tinham golpeado os manifestantes.Mas os incêndios de delegacias de polícia no Cairo, em Alexandria e Suez, assim como em outras cidades foram obra dos policiais civis. Quase à meia noite de sexta para sábado, multidões de homens jovens atiçaram fogo ao longo da auto estrada de Alexandria.

Infinitamente mais terrível foi o vandalismo no Museu Nacional do Egito. Depois de a polícia abandonar o lugar, os saqueadores arrombaram a porta do edifício pintado de vermelho e destruíram estátuas faraônicas de quatro mil anos, múmias egípcias e impressionantes botes de madeira originariamente talhados para acompanhar os reis em suas tumbas. Mais uma vez, deve-se dizer, circularam rumores de que a polícia tinha causado esses atos de vandalismo antes de ter abandonado o museu na sexta à noite. Tudo parece recordar o que se passou no museu de Bagdá em 2003. O saque não foi tão grave como o do Iraque, mas o desastre arqueológico é pior. Os manifestantes se reuniram à noite, em círculo, na Praça da Liberdade, para rezar.

E também houve promessas de vingança. Uma equipe da cadeia de televisão Al Jazeera encontrou um depósito com 23 cadáveres em Alexandria, aparentemente assassinados pela polícia. Muitos tinham seus rostos horrorosamente mutilados. Outros onze mortos foram descobertos num depósito no CairoAs famílias, que se congregaram ao redor de seus restos ensanguentados, prometiam represálias contra os policiais. 
O Cairo agora oscila da euforia à mais sombria cólera em questão de minutos. Ontem pela manhã cruzei a ponte do rio Nilo para ver as ruínas do quartel do partido de Mubarak. Em frente, seguia de pé um pôster que promovia as bondades do oficialista Partido Nacional Democrata (PND), as promessas que Mubarak, não pôde cumprir em 30 anos. “Tudo o que queremos é a saída de Mubarak, novas eleições e nossa liberdade, e honra”, disse-me um psiquiatra de 30 anos.

A denúncia de Mubarak de que essas manifestações seriam parte de um “plano sinistro” é o núcleo de seu pedido de reconhecimento internacional. De fato, a resposta de Obama foi uma cópia exata de todas as mentiras que Mubarak está usando durante três décadas, para defender seu regime. O problema é o de sempre: as linhas do poder e as da moralidade não se unem quando os presidentes estadunidenses tem de tratar com o Oriente Médio. A liderança moral dos Estados Unidos desaparece quando se trata de confrontar os mundos israelense e árabe. E o exército egípcio é parte dessa equação. Recebe 1,3 bilhões de dólares de ajuda estadunidense. O comandante dessas forças armadas e amigo pessoal de Mubarak, o general Mohamed Tantawi estava em Washington, no momento em que a polícia tratava de reprimir com violência os manifestantes. O final pode ser claro. A tragédia ainda não terminou.

Tradução: Katarina Peixoto
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São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 


Al Jazeera e a revolução

NELSON DE SÁ

Sexta, ao se evidenciar o domínio da Al Jazeera na cobertura do Egito, o "New York Times" lançou um ataque ao canal árabe, que é "agressivo e militante" contra "alinhados ocidentais". Dia seguinte, admitiu que "espectadores ávidos em toda a região _e no mundo_ assistem aos protestos na Al Jazeera".
Ontem, o canal foi "banido", como destacaram os sites ocidentais. Não deu certo, a Al Jazeera espalhou seus acessos de satélite e web -e "não foi detida pelo freio egípcio". Mostrou ao vivo a pressão dos jatos na praça Tahrir, o esforço do regime para emplacar novo general e, por fim, a ascensão de ElBaradei como líder da oposição, com apoio da Irmandade Islâmica.
Nos EUA como no Brasil, as principais operadoras de TV paga não permitem acesso à Al Jazeera.

                      Lefteris Pitarakis/AP
Moradores passam por delegacia incendiada no Cairo; oposição não quer diálogo com regime de Mubarak
Delegacia incendiada no Cairo
São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 

Revolta árabe relativiza força de grupos islâmicos 

CLAUDIA ANTUNES 
DO RIO 

As revoltas populares nos países árabes, iniciadas com protestos de jovens e desempregados, mostram que há na região outras forças além dos grupos de orientação islâmica -fantasma invocado com frequência para manter regimes ditatoriais. "Esses grupos [político-religiosos] estão cientes de que o movimento não foi liderado por eles. A maioria dos que protestam não o faz em nome do islã", afirma Rami Khouri, americano de origem palestina que é um dos mais respeitados analistas do Oriente Médio.
Para ele, os manifestantes que estão nas ruas de Tunísia, Egito e outros países somam insatisfações múltiplas, do custo de vida à repressão política, mas não têm um programa político. "Quando houver eleições livres é que teremos a chance de ver quais são as preferências das pessoas", diz Khouri, que alerta ser cedo para prever se o movimento levará à instalação de sistemas democráticos. Ele falou à Folha por telefone, de sua casa em Beirute, onde dirige o Instituto de Política Pública e Assuntos Internacionais da Universidade Americana.
  
Folha - Diz-se que, sobretudo na Tunísia e no Egito, os protestos são organizados por jovens, com pouca participação de outros grupos. O sr. tem a mesma avaliação?
Rami Khouri -
 Há alguns grupos organizados, como sindicatos, mas começou com jovens desempregados e outros setores aderiram.

Os protestos refletem as insatisfações da maioria da população com esses regimes?
Sim. Há muitas insatisfações, e é isso que faz esse movimento crescer, mesmo quando ele brota espontaneamente. Elas incluem o custo de vida, a falta de empregos, os salários baixos, o abuso de poder, o enriquecimento dos que estão no poder e de suas famílias, a corrupção, a falta de liberdade, de dignidade, de direitos humanos. Há queixas diferentes que, juntas, ganham força. E isso motiva as pessoas a se rebelarem.

O sr. incluiria os protestos no Iêmen nesse quadro?
Em geral, sim. São países diferentes, claro, mas no Iêmen há pobreza, desemprego, e o regime de Ali Abdullah Saleh dura mais de 30 anos. As pessoas estão cansadas. Há uma série de insatisfações comuns à região.

O sr. tem alguma previsão sobre o que ocorrerá no Egito?
É difícil prever. Mas o que está claro é que, uma vez que há milhares de pessoas nas ruas desafiando a polícia, isso significa que elas não temem mais o aparato de segurança do regime.
No entanto, elas não têm necessariamente um programa político a implementar.

Isso é um desafio quando se pensa em como esses movimentos podem levar a uma democratização real, não?
Não sabemos como essa força será canalizada e transformada em um novo sistema de governo. Esperamos que seja democrático e transparente.
O que acontecerá depende também das Forças Armadas, dos serviços de segurança, de atores estrangeiros, da vontade das pessoas, de se os atuais regimes decidirão ou não fazer tudo para se manter. Não está claro se no Egito e no Iêmen haverá mudança.

A participação de grupos e partidos de orientação islamista, como a Irmandade Muçulmana egípcia, foi lateral no início dos protestos. Como analisa isso?
Esses grupos estão satisfeitos pelo fato de que o regime tenha sido derrubado na Tunísia, mas também cientes de que não lideraram o movimento que levou a isso.
Isso indica que há outras forças na sociedade que podem fazer o que os islâmicos não foram capazes de fazer.
Em algum nível, esses movimentos desacreditaram as forças político-religiosas, ou pelo menos reduziram seu tamanho presumido. A maioria das pessoas que protesta não o faz em nome do islã.
A ideia de que os grupos islâmicos são muito fortes pode ser relativizada?
É possível que sim, no sentido de que não foram impulsionadores das mudanças. Os islamistas fazem outras coisas que lhes dão credibilidade, como fornecer serviços básicos, desafiar Israel, reforçar o sentido de dignidade e identidade da população.
Mas, quando se tratou de derrubar o governo, como na Tunísia, não estavam na liderança. Isso cria outra força na sociedade, o que é positivo.

Forças de esquerda estão presentes nestes países?
Há movimentos esquerdistas, mas não muito fortes. Quando houver eleições livres, haverá um amplo espectro na disputa, forças tribais, islâmicas, nacionalistas árabes, progressistas, esquerdistas, capitalistas. E teremos chance de ver qual é a preferência das pessoas.

No Egito, o partido de Hosni Mubarak [Nacional Democrático], que oficialmente venceu eleições legislativas em 2010, tem uma base real?
Tem uma base muito limitada, pessoas beneficiadas com empregos e privilégios pelo fato de estarem no partido. Mas acho que é uma base muito estreita, como a de todos os regimes autocráticos. Se o partido deixa o poder, a base tende a desaparecer.

O [o ex-diretor da AIEA] Mohamed El Baradei, que voltou ao Egito na quinta, tem algum papel a desempenhar?
Ele deverá encontrar um papel, poderia até se tornar o presidente. Algumas pessoas gostam dele porque é um homem inteligente e decente, mas outras acham que ele ficou muito tempo longe e consideram a volta oportunista. Há avaliações discrepantes.

Os EUA arquivaram o projeto de "espalhar a democracia" no Oriente Médio quando o Hamas venceu as eleições de 2006. O que esperar dos governos ocidentais agora?
Eles foram apanhados de surpresa e sua atitude até agora foi discreta, dizendo que os governos não deveriam recorrer à violência e que as pessoas tinham o direito de se manifestar.
A maioria dos governos ocidentais deu uma prova de bancarrota moral e política sempre que se tratou de lidar com os direitos dos cidadãos árabes comuns.
Ou apoiavam os regimes ditatoriais ou apoiavam os democratas da boca para fora. A maioria teme a democratização da região.

Quais razões?
Teme-se que grupos islamistas se tornem populares, que os árabes livres sejam críticos dos EUA, que Estados árabes democráticos sejam mais duros com Israel ou negociem mais seriamente.

O sr. mencionou os sindicatos, que nos últimos anos organizaram algumas greves. Eles tiveram papel especial?
Há sindicatos bem organizados tanto no Egito quanto na Tunísia e alguns pediam mudanças há algum tempo.

O sr. vê relação entre o que ocorre nesses países e a eleição no Líbano de um premiê apoiado pelo xiita Hizbollah?
Não. Na Tunísia e no Egito há uma revolta popular. No Líbano há um jogo de poder, com atores locais e internacionais.

A luta pelos direitos dos filhos dos imigrantes ilegais nos EUA

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São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
 

Luta pelos direitos de filhos de ilegais

Por MARC LACEY 

NOGALES, Arizona - No grupo de cerca de 50 mulheres levadas de ônibus a esta cidade de fronteira numa manhã recente para ser deportado de volta ao México, Inez Vasquez se destacava. Grávida de oito meses, ela tinha tentado fazer a longa caminhada para o norte em seu estado frágil, chegando a levar uma tesoura para o caso de dar à luz no deserto e precisar cortar o cordão umbilical.
"Só quero uma vida melhor", disse, depois de a patrulha da fronteira encontrá-la escondida entre arbustos no lado americano com seu marido, seu filho pequeno e sua barriga muito pronunciada.
A próxima grande batalha da imigração gira em torno dos filhos de imigrantes ilegais, que ganham cidadania americana automaticamente, como todos os outros bebês nascidos nos EUA. Defendendo o fim dessa política, que se fundamenta na Constituição americana, os partidários da linha-dura na imigração falam de uma onda de migrantes que atravessam a fronteira para ter "bebês-âncora", como são chamados em tom de desprezo.
A realidade é mais complexa. Os hospitais relatam que algumas imigrantes chegam para dar à luz nos EUA, mas que muitas, munidas de vistos, atravessam a fronteira legalmente para aproveitar o atendimento médico melhor. Mulheres como Inez Vasquez, que se preparava para dar à luz no deserto, são casos raros.
Mesmo assim, é possível que o Arizona - cuja lei dando poder à polícia de prender imigrantes ilegais ainda está sendo apreciada nos tribunais - novamente assuma a liderança de um esforço para redefinir o significado de ser americano. Desta vez, parlamentares do Arizona se juntaram a legisladores de outros Estados edecidiram contra o processo trabalhoso de emendar a Constituição. Eles estudam uma iniciativa para criar dois tipos de certidões de nascimento em seus Estados, um para os filhos de cidadãos e outro para os filhos de imigrantes ilegais.
A hipótese é que isso pode desencadear uma onda de ações na Justiça, com a possibilidade de que o conflito legal seja resolvido em seu favor.
"Não se trata de uma posição extremista", disse John Kavanagh, um dos legisladores do Arizona que lidera um esforço descrito justamente como extremista. "Apenas um punhado de países em todo o mundo concede a cidadania com base no local de nascimento, definido por GPS."
A maioria dos estudiosos da Constituição avalia o esforço em relação às certidões de nascimento como evidentemente inconstitucional. "Isso é teatro político, não um esforço sério para criar um teste legal", opinou o professor de direito Gabriel J. Chin, da Universidade do Arizona.
Kris Kobach, secretário de Estado do Kansas e professor de direito da Universidade do Missouri-Kansas City, argumentou que a abordagem planejada pelos Estados vai conseguir resistir ao escrutínio.
Laura Gomez, 24, chegou ao Arizona vinda do México há cinco anos, quando estava grávida, e agora espera seu segundo filho. Ela não entende as minúcias da discussão legal. Mas, como muitas outras grávidas sem documentos que vivem no Arizona, acompanha a questão com ansiedade. "Não parece justo que mudem as regras dessa maneira", disse.
Apesar de serem descritos como "bebês-âncora", os filhos nascidos nos EUA de imigrantes ilegais não podem impedir a deportação de seus pais. Apenas quando chegam aos 21 anos é que eles têm direito de cuidar da documentação necessária para que seus pais possam ganhar status legal.
Um estudo divulgado em agosto pelo Centro Hispânico Pew constatou que, em 2008, cerca de 340 mil filhos nasceram de pais imigrantes ilegais nos EUA e se tornaram cidadãos instantâneos.
Em abril, o deputado republicano Duncan Hunter, da Califórnia, um dos parlamentares que querem que o Congresso tome medidas sobre a questão, provocou controvérsia quando sugeriu que crianças nascidas nos EUA de imigrantes ilegais sejam deportadas com seus pais, até que seja mudada a política de cidadania por direito de nascimento no país.
Defensores dos imigrantes dizem que a medida está sendo movida pela intolerância. "Eles se dizem patriotas, mas escolhem a dedo as partes da Constituição que apoiam", disse Lydia Guzman, ativista hispânica de Phoenix. "Eles promovem o medo. São palhaços."
Acadêmicos dizem que é o desejo de empregos que pagam melhor, e não de um passaporte para seus filhos, a principal motivação das pessoas que vão para os EUA.
Mesmo Inez Vasquez concorda. Ela diz que preferiria que seu filho nascesse nos EUA, mas que foi a perspectiva de um futuro econômico melhor, com ou sem documentos, que a levou a atravessar a fronteira. "Vou tentar de novo, mas só depois de o bebê nascer."

Morre John Barry, compositor das trilhas de 007

UOL, 31/01/2011 


  • Getty Images
    Compositor John Barry segura troféu Bafta vencido em premiação em Londres, na Inglaterra (12/02/2005)
Londres - O compositor britânico John Barry, famoso por seus trabalhos nas trilhas sonoras dos filmes do agente James Bond, "A História de Elza", "Entre dois amores", "Dança Com Lobos" e "Perdidos na Noite", morreu aos 77 anos de ataque cardíaco, informou nesta segunda-feira à rede "BBC".

Nascido em York (norte da Inglaterra) em 3 de novembro de 1933, Barry ganhou fama como líder do grupo The John Barry Seven, mas é mundialmente conhecido pela música dos filmes do agente 007 "Goldfinger" e "You Only Live Twice".

Seu trabalho, com estilo que se caracterizou pelo uso de instrumentos de sopro-metal, permitiu ganhar cinco Oscar e recebeu prêmio especial Bafta (o Oscar britânico) em 2005.

Barry, que casou-se quatro vezes, compôs mais de dez trilhas sonoras dos filmes de James Bond.

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UOL, 22 de novembro de 2009

Rinspeed Squba: o carro-submarino feito pelos suíços

Inspirada em um antigo filme de James Bond, a empresa suíça de carros especiais Rinspeed apresentou no Salão de Genebra de 2008 o carro-conceito Squba, uma variação do Lotus Elise capaz de mergulhar na água com até 10 metros de profundidade. Os ocupantes respiram usando tanques de oxigênio e, como tem motores elétricos, o modelo não emite poluentes.

 


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UOL, 27 de junho de 2009 18:55

O drink de James Bond

Por Fernando Roveri




O Dry Martini foi criado especialmente para o magnata John Rockefeller

O mais clássico, amado e requisitado drink do mundo. Com sua receita simples e seu toque sofisticado, o Dry Martini tornou-se obrigatório em qualquer bar de requinte. Consumido mundialmente, o drink foi imortalizado nos filmes do espião inglês James Bond, nos cinemas. O Dry Martini foi inventado em 1910, no Hotel Knickerbocker, de Nova York, pelo barman Martini de Arma di Taggia, e é aristocrático em sua origem. Ele surgiu por exigência do magnata norte-americano John D. Rockefeller, que queria degustar um drink ao mesmo tempo simples e sofisticado. Barman experiente, Martini testou várias combinações até chegar a esta criação, que conquistou Rockefeller e os demais freqüentadores do hotel, como o tenor Enrico Caruso. A partir daí, a combinação de gim, vermute e azeitona conquistou o mundo.
Até os dias de hoje, uma grande polêmica impera sobre a receita original do Dry Martini. Sempre surgiram dúvidas sobre a quantidade correta de gim e vermute que devem ser colocados na bebida, na mesma dosagem feita pelo criador do drink. Esta questão, aliás, não chega a ser esclarecida no livro do norte-americano John Doxat, Stirred, Not Shaken (Mexido, Nunca Agitado, em português). O escritor relata que a quantidade ideal do vermute, para uma dose de gim, é apenas a da sombra da garrafa sobre o copo, ou seja, apenas "um cheiro". Esta controvérsia também faz parte das páginas de outra obra literária, desta vez do grande cineasta espanhol Luis Buñuel, fã ardoroso da bebida. Em seu livro de memórias, Meu Último Suspiro, a receita descrita por ele continha poucas gotas de vermute Noilly Pratt sobre pedras de gelo. A dose de gim era acrescentada depois. O personagem James Bond degusta uma variante da bebida em todos os filmes da série, que levava vodca e vermute, "sempre mexido".
Polêmicas e receitas diferenciadas à parte, o Dry Martini tem uma obrigatoriedade: deve ser bem seco e servido em uma taça de haste fina e borda delicada. Os apreciadores da bebida dizem que essa característica dá um "sabor de viagem" ao drink, pois nasceu em uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, a democrática e multifacetada Nova York.

RECEITA DO DRY MARTINI
 Ingredientes
1 dose de Gim
5 gotas de vermute
6 pedras de gelo
Preparo
Primeiramente, deixe a taça no congelador por alguns minutos. Enquanto isso, prepare o drink no copo-misturador, mais conhecido como mixing glass. Ponha entre quatro e seis pedras de gelo inteiras, evitando pedaços picados, pois eles derretem facilmente. Retire o excesso de água das pedras do gelo. Despeje uma dose generosa de gim (inglês, de preferência) sobre o gelo. Em seguida, acrescente cinco gotas de vermute, de preferência o clássico francês Noilly Pratt. Com uma colher longa (mais conhecida como bailarina), mexa o conjunto com movimentos rápidos e vigorosos. O drinque é apenas mexido, nunca batido. Retire a taça do congelador e despeje o líquido utilizando um coador de bar. Para decorar, corte uma fina casca de limão, sem a polpa branca, torça a casquinha para que o sumo do limão caia sobre a mistura. Por fim, espete uma azeitona verde em um palito, coloque-a no fundo da taça e sirva.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Porque uma revolução no Egito é tão impactante para o mundo

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São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011



ANÁLISE

Potência regional tem influência em diversos temas sensíveis do planeta
 
FÁBIO ZANINI
EDITOR DE MUNDO

Por que uma revolução no Egito é tão importante? Porque há poucos países que tocam em tantos nervos simultaneamente.
O Egito é quem manda no mundo árabe
. Foi a inspiração para a Liga Árabe e sempre a controlou politicamente - seu ex-chanceler Amr Moussa é o atual secretário-geral da entidade, que reúne 22 países.
Em outro clube regional, a União Africana, sua influência é apenas um pouco menor. Mesmo não sendo um país negro, palpita na vida de milhões na África subsaariana, pela força econômica e pela pressão que exerce sobre o rio Nilo, vital para sua sobrevivência.
Há quem aposte que a próxima grande guerra africana ocorrerá se um dia Uganda, Etiópia ou Sudão, cortados pelo rio, tentarem alterar o curso ou o volume do Nilo, algo inaceitável para o Egito.
Regionalmente, o país mantém relação (ainda que tensa) com Israel e as facções palestinas rivais, Hamas e Fatah. É chave na diplomacia, portanto.
No âmbito da "guerra ao terror", Hosni Mubarak sempre foi fundamental aos EUA, por aceitar terceirizar a tortura de suspeitos presos e por perseguir a Al Qaeda. É egípcio o número 2 da rede, Ayman al-Zawahiri.
Por fim, o Egito desempenha papel relevante na rivalidade histórica entre sunitas e xiitas, embora o regime de Mubarak se declare laico.
O Cairo não tem o simbolismo de Meca ou Jerusalém para o islã, mas sua importância não é desprezível.
Fica lá, afinal, a universidade de Al-Azhar, que desde o século 10 é o principal centro mundial de estudo e doutrina sunita.Não é por acaso que autoridades do Irã, polo xiita por excelência, mal disfarçam o sorriso com o caos que vive o grande rival por influência no mundo islâmico.

Rebeliões evidenciam paradoxo árabe 
Yannis Behrakis/Reuters

Egípcios sobre um tanque após protesto no Cairo

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

A rebelião que varre os países árabes começou em 17 de dezembro, quando Mohamed Bouazizi, de 26 anos, embebeu o corpo em solvente de tinta e se imolou em frente ao palácio do governo em Sidi Bouzid, capital provincial no centro da Tunísia.
Ambulante, sua banca de frutas havia sido confiscada. Ao protestar, foi espancado por dois guardas
, segundo reconstituição feita na cidade pelo "New York Times".
O protesto que se seguiu provocou uma onda que levou milhares de pessoas às ruas de todo o país. O ditador Zine el Abidine Ben Ali caiu 27 dias depois.
Bouazizi personifica uma espécie de paradoxo árabe, evidenciado nos relatórios do Pnud (Programa da ONU para o Desenvolvimento) sobre os 22 países do grupo.
O paradoxo vem do fato de que a geração dele tem maior expectativa de vida e maior acesso à educação e à saúde do que as de seus pais e avós, mas as suas expectativas esbarram na falta de oportunidades provocada pelo controle oligárquico da política e da economia.
O grupo árabe, claro, não é homogêneo. No ranking do IDH (índice de desenvolvimento humano), que inclui indicadores de renda, educação e saúde, os Emirados Árabes Unidos, mais bem colocados, estão 104 posições à frente da Mauritânia.
Mas na média, aponta o Pnud, os países árabes tiveram um dos maiores avanços relativos no IDH entre 1970 e 2010, com cinco países, incluindo Tunísia e Argélia, entre os dez que mais evoluíram em todo o mundo.

AVANÇOS
A expectativa de vida no grupo subiu de 51 para 70 anos, a mortalidade infantil diminuiu de 98 para 38 mortes por mil nascimentos, e a proporção da população nesses países em idade escolar matriculada passou de 34% para 64%.
No Egito, por exemplo, a taxa de analfabetismo total é estimada em quase 40%
, mas na faixa de 15 a 24 anos ela cai para 10% entre os homens e 18% entre as mulheres. Na Tunísia, a taxa nessa faixa é de menos de 6%, para os dois sexos.
A isso somam-se mais dois dados, visíveis nas imagens dos protestos: a população urbana dos países árabes foi de 38% para 60% de um total de 320 milhões de pessoas, e 60% delas têm menos de 25 anos. A média de idade é de 22 anos, contra a média global de 28.
Enquanto essas mudanças ocorriam, movimentos que no século passado conquistaram a independência ou lideraram revoluções nacionalistas se fossilizaram, assim como as dinastias monárquicas eleitas a dedo pelos antigos colonizadores.
O Egito vive há praticamente 30 anos sob lei de emergência que suspende direitos civis
. Há países com mais ou menos liberdade, mas nenhuma democracia.

LIBERALIZAÇÃO

A liberalização econômica dos anos 1980 e 1990 reduziu os empregos no setor público e na indústria, que é hoje menor do que em 1970
, de acordo com o Pnud.
A dependência de petróleo, gás e turismo aumentou. A compra de excedentes europeus baratos reduziu a agricultura local.
Com exceção das monarquias do golfo Pérsico, a taxa de desemprego entre os jovens é o dobro da média mundial, de 14%. No Egito, ao menos 35% estão abaixo da linha nacional de pobreza; no Iêmen, são 59%.
Os protestos vieram de uma síntese de todos esses problemas.
"Antes, reivindicações políticas e econômicas estavam separadas. Agora, temas cotidianos alimentaram os chamados à reforma democrática", escreveu Amr Hamzawy, do Centro Carnegie para o Oriente Médio.
Próximos passos do Exército egípcio podem decidir futuro do país
NEIL MACFARQUHAR
DO "NEW YORK TIMES"

Mesmo com veículos militares blindados mobilizados em torno de importantes instituições do governo egípcio, pela primeira vez em décadas foi difícil de prever o papel que as Forças Armadas poderia desempenhar.
"Eles estão do lado da nação ou do lado do regime?", perguntou um ex-diplomata ocidental que trabalhou no Cairo por muito tempo. "Nós agora estamos passando por um teste moderno de saber se existe uma separação entre os dois."
Os militares executaram o golpe de 1952
no país, que derrubou a monarquia, e se consideraram pastores da revolução desde então; todos os quatro presidentes nos anos seguintes foram generais militares.
Mas Mubarak, que comandou a Força Aérea antes de subir para o poder quando o presidente Anwar Sadat o nomeou vice-presidente em 1975, trabalhou duro para manter o Exército sob seu controle.
Quando explodiu o caos na Tunísia neste mês, a decisão do chefe militar de não disparar contra os manifestantes foi vista como um fator decisivo na condução do presidente Zine El Abidine Ben Ali para fora do país.
O respeito do público pelo Exército contrasta com a visão predominante da polícia e outras forças do Ministério do Interior, conhecidos pelos egípcios por sua brutalidade.
O Exército egípcio, com cerca de 468 mil soldados, é uma instituição à parte, e pode fornecer um meio de promoção social, onde homens de famílias pobres podem ganhar prestígio e se juntar à classe média alta.
Analistas acreditam que o ponto de inflexão dos militares pode acontecer se eles forem obrigados a disparar contra manifestantes em grande número. Uma coisa é proteger edifícios do governo de saqueadores, outra é manchar a reputação do Exército matando cidadãos.
Ninguém pensa que uma pessoa leal a Mubarak, como o é Mohamed Tantawi, atrasado e impopular ministro da Defesa, desempenharia o papel de desafiar o presidente, o que não significa que seus subordinados não o fariam.

"Se os militares atirarem contra os civis depois de manifestações claramente populares, isso colocará em perigo a integridade dos militares", disse Samer Shehata, professor de política árabe da Universidade de Georgetown. "Desta vez o futuro da instituição está em risco."
Tal ação também poderia prejudicar o relacionamento dos militares com os EUA. Robert Gibbs, porta-voz do presidente Obama, disse que a ajuda ao Egito, que agora chega a US$ 1,3 bilhões por ano, será posta em análise, caso a violência continue.
Se os militares tirarem o presidente do poder, há dúvidas de que o Egito pode ser governado por um quinto militar por mais do que um período transitório.
"Esta é a hora do povo para uma transição democrática", disse Emad El-Din Shahin, professor da Universidade de Notre Dame.
Shahin observa que a consciência de que regimes não-democráticos são uma anomalia no mundo moderno é muito alta entre os jovens manifestantes. "Será que as pessoas toleram mais 60 anos de domínio militar?"