RIO - Na reta final de obras, o Teleférico do Complexo do Alemão começa, em dezembro, os testes com as 152 cabines de passageiros. A Empresa de Obras Públicas (Emop) concluiu a instalação dos cabos de aço que sustentarão as gôndolas no percurso aéreo de 3,4 quilômetros. Também já foram instaladas as coberturas de duas das seis estações. Até o fim do mês, serão feitos testes de operação com cabos, roldanas e polias do sistema. A primeira viagem tripulada, com técnicos das empresas que trabalham na implantação do teleférico, deve acontecer antes das festas de fim de ano.
Prevista para o fim de janeiro, a operação começará em caráter experimental, segundo o presidente da Emop, Ícaro Moreno, até que o estado decida como será o modelo de gestão. Até lá, o trabalho será feito por um pool formado por técnicos e funcionários da Emop, do consórcio responsável pelas obras e da empresa francesa que forneceu os equipamentos do sistema, além de especialistas colombianos que dão consultoria na implantação do teleférico.
De acordo com Moreno, o modelo definitivo de operação só será decidido após a conclusão de um estudo encomendado a especialistas da cidade de Medellín, cujo sistema de teleféricos inspirou o modelo carioca. O estudo apontará a modelagem de operação, manutenção, resgate em emergências, valores sugeridos de tarifas e até mesmo o perfil dos funcionários que terão que ser contratados.
- Alguns relatórios já foram entregues, mas o material consolidado ainda demora dois meses para ficar pronto - explica Ícaro Moreno.
A estação construída junto ao ramal de trem da SuperVia, em Bonsucesso, recebeu um telhado em aço galvanizado. Já a estação do Morro do Adeus ganhou uma capa em lona tensionada. O mesmo tipo de material será usado nas estações dos morros da Baiana, Alemão, Itararé e Fazendinha. De acordo com a Emop, a instalação das coberturas será concluída em dezembro, antes do início dos testes eletro-mecânicos com as gôndolas. As cabines já haviam sido testadas em setembro, para auxiliar no nivelamento das plataformas das estações.
Ainda segundo o presidente da Emop, o estado desistiu de usar as cabines do teleférico para fazer o transporte de lixo das comunidades do Complexo do Alemão. Serão construídos postos de coleta e reciclagem no caminho das estações, em pontos que possam ser alcançados por caminhões de lixo. Os moradores serão incentivados a fazer a separação do lixo orgânico e dos itens recicláveis em casa, levando o material para os postos.
- O estímulo virá em descontos nas passagens do teleférico. O abatimento seria gradativo, conforme a quantidade de lixo reciclável entregue nos postos - complementa o presidente da Emop.
O teleférico do Alemão poderá transportar de 30 mil pessoas por dia. Cada uma das 152 gôndolas tem capacidade para dez pessoas, oito delas sentadas. A estimativa do governo estadual é que o percurso entre as seis estações dure, em média, 12 minutos. O transporte aéreo terá uma integração com o ramal ferroviário da SuperVia em Bonsucesso, permitindo o acesso mais rápido dos moradores a um meio de transporte de grande capacidade.
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