domingo, 7 de novembro de 2010

"Gostosas para Dilma"

http://noticias.uol.com.br/politica/2010/11/06/grupo-gostosas-para-dilma-inaugura-panfletagem-sensual-e-gera-polemica.jhtm

UOL, 06/11/2010 - 20h01

Grupo "Gostosas para Dilma" inaugura panfletagem sensual e gera polêmica

Rodrigo Bertolotto
Do UOL Notícias
Em São Paulo (SP)
Autumn Sonnichsen

Artista apoiando candidato e movimento virtual pró alguma candidatura, isso teve aos montes na última corrida presidencial . Mas um grupo de garotas publicando suas fotos em poses sensuais com o nome e o número de um político em seus corpos, isso foi inaugurado pelo movimento “Gostosas para Dilma”.
As imagens digitais das beldades, a página no Facebook e os posteriores tuítes e retuítes geraram atenção da mídia e polêmica por parte de feministas e de militantes tucanos. 
A criadora da comunidade foi a jornalista Érica Gonsales. Ela conta como surgiu a ideia. “Estava com um grupo de amigos saindo de um bar na Vila Madalena e uma garota gritou quando viu que a gente estava com adesivos da Dilma: `Nossa, um bando de petistas. Estou com medo.´ Depois de algum bate-boca, a gente pensou: `essa mina é feia, a gente é gostosa e vota na Dilma´. Daí partiu a página com nossas fotos.”
Logo vieram as contribuições da amiga e fotógrafa Autumn Sonnichsen, uma norte-americana radicada em São Paulo que se especializou em fotos artísticas de mulheres nuas, com vários ensaios publicados em revistas como Playboy e Trip.
“Eu adorei o movimento. É importante ter algo um pouco mais bem-humorado na política, e a gente fez a campanha de amor.  A gente ama as gostosas e o que elas representam, de comemoração e orgulho de si mesmo”, disse Autumn à reportagem do UOL Notícias.

ELAS POR ELA

  • Érica Gonsales A jornalista Érica Gonsales foi a idealizadora do grupo

  • Reprodução O adesivo da petista serviu até de sutiã para militante

  • Reprodução Simpatizante posa com foto de Dilma "guerrilheira"
Para Érica, foi algo despretensioso que ganhou projeção, afinal, “quem não gosta de mulher pelada”. “Havia muitas mensagens na internet com estatísticas e denúncias para tentar influenciar na votação. Decidimos brincar, para expressar de outro jeito nossa opção política”, afirma a jornalista.
Logo, a página no Facebook começou a receber colaborações de garotas que se somavam ao grupo. Mas também apareceram as críticas. “Gosto duvidoso”, “despolitização”, “exposição machista”, “exploração do corpo” e “empreendimento do tipo Mulher Pera” foram algumas das expressões usadas em grupos de discussões, fóruns e bate-bocas no Twitter, partindo principalmente de mulheres com diversos tipos de engajamento com ideias feministas.
“Uma ou outra foto acabou ousando demais, como a que tinha uma estrela vermelha pintada em um mamilo. Isso realmente fugiu um pouco do contexto. Mas acho um feminismo datado o tipo de crítica que surgiu. A mulher atual sabe usar sua sensualidade para sua auto-estima sem precisar cair em estereótipos machistas”, afirma Érica.
Por outro lado, militantes tucanos preferiram atacar justamente na auto-estima delas. “As mensagens falavam `cadê as gostosas? Nessas fotos só tem baranga´ ou algo pelo estilo´. Era só provocação”, relata Érica.
O curioso é que no outro lado do front também houve um movimento para que as mulheres ajudassem a coletar votos dos indecisos. Em comício em Uberlândia (MG), o tucano José Serra pediu às mulheres bonitas presentes um esforço final.  "Se é menina bonita, tem que ganhar 15 [votos]. É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45", discursou o candidato ao lado de Aécio Neves, senador solteirão aclamado com gritinhos da plateia feminina.
A tática heterodoxa de Serra também repercutiu fortemente na internet. A própria Érica criticou: “Foi uma proposta indecente. Ele foi sem noção e machista.” Coisas de eleições, e essa já passou para a história. Em tempo: a página com todas as fotos delas saiu do ar na última sexta-feira por decisão do grupo formado.











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