segunda-feira, 12 de março de 2012

Ricardo Teixeira já era

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Blog do Juca Kfouri, 12.03.2012 - 12:47

Não há mal que sempre dure



Ricardo Teixeira já era.
O Sargento Garcia prendeu o Zorro.
O país, não apenas o futebol, tem o que comemorar.
Ele sai não apenas da CBF, mas, mais importante, também do COL.
O que permite pensar numa Copa do Mundo mais transparente, numa óbvia vitória do governo Dilma Rousseff.
Sobre o futebol é preciso repetir que o problema é estrutural e que quem entra na CBF não muda nada, é troca de seis por meia dúzia, e ainda mais velha.


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UOL, 12/03/2012 - 12h22

Ricardo Teixeira renuncia à CBF e também deixa comitê da Copa-2014 

DO RIO 

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, 64, renunciou à confederação que controla o futebol nacional. Além disso, também deixou o COL (Comitê Organizador Local da Copa-2014), a cerca de dois anos para o Mundial.

Ricardo Moraes/Reuters
José Maria Marin dá entrevista no Rio
José Maria Marin dá entrevista no Rio

Em carta lida na manhã desta segunda-feira no Rio pelo seu sucessor, José Maria Marin, 79, um de seus cinco vices, ele diz que vai cuidar da saúde e ficar com sua família, mas se colocou à disposição para continuar "colaborando com o futebol brasileiro".
Marin cumprirá o restante do mandato, até 2015. E também herderá o cargo no COL. "Vou assumir o COL ao lado de um grande ex-jogador, o Romário", disse Marin, para em seguida corrigir e dizer Ronaldo, que já era integrante do comitê da Copa.
"Presidir paixões não é uma tarefa fácil. Futebol em nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhava, era graças ao talento, quando perdia, imperava a desorganização", afirmava a carta.
"Fiz o que estava a meu alcance, sacrificando a saúde e renunciando ao insubstituível convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", completou.
A saída do cartola, mineiro de Carlos Chagas e desde 1989 no cargo, quando chegou ao poder amparado pelo então sogro e presidente da Fifa, João Havelange, chegou a ser dada como certa por presidentes de federações estaduais antes do Carnaval, mas Teixeira garantiu que continuaria com as atividades normalmente.

Luiz Carlos David-15.jan.1989/Folhapress
Ricardo Teixeira na festa pela eleição na véspera de sua posse em janeiro de 1989; ao fundo Marco Antonio Teixeira
Ricardo Teixeira na festa pela eleição na véspera de sua posse em janeiro de 1989

Em crise não só dentro de campo - com a seleção brasileira eliminada das últimas Copa do Mundo e Copa América logo nas quartas de final - como também e principalmente fora dele - em meio a novas denúncias de corrupção -, Teixeira já vinha dando sinais de que poderia sair.
No início de fevereiro, demitiu o tio, Marco Antônio Teixeira, da secretaria-geral da entidade. Ele estava na função praticamente desde o começo do mandato do sobrinho no final da década de 1980.
No final do ano passado, já havia nomeado o então presidente do Corinthians, Andres Sanchez, para diretor de seleções. Além disso, o ex-jogador Ronaldo foi colocado dentro do COL. Depois, o ex-atleta Bebeto.
Em 29 de setembro de 2011, foi internado em um hospital no Rio apresentando dores abdominais. O boletim médico disse que Teixeira tinha uma diverticulite (inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso) não complicada. Assim, faria tratamento apenas com anti-inflamatório, analgésico e uma alimentação regulada, sem necessidade de cirurgia. Recebeu alta dois dias depois.
Enquanto esteve em observação, deu brindes para as pessoas que cuidavam dele, como bonés e camisetas da seleção brasileira.
Um mês antes, foi alvo de protestos em várias cidades do país contra a sua administração.
Além disso, enfrenta acusação de estar envolvido no maior escândalo da história da Fifa.
O chamado dossiê da ISL, ex-agência de marketing da entidade, falida em 2001, será avaliado pela Corte Federal da Suíça e tem documentos considerados comprometedores para Teixeira.
O processo, que tramita desde 2008, possui os nomes de dirigentes que supostamente receberam propina em negociação pelos direitos de transmissão de Copas do Mundo.
Pressionado, Teixeira perdeu força para virar o sucessor de Joseph Blatter na presidência da Fifa após a Copa de 2014, no Brasil.
Em 2000, chegou a enfrentar duas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), no Congresso Nacional, porém o título da seleção no Mundial de 2002, segundo ele próprio, serviu para lhe dar força e terminar se mantendo à frente da CBF.
Seu mandato iria até 2015 graças a uma manobra no estatuto da confederação. Em 2008, ele conseguiu convencer os presidentes das federações estaduais a estender a gestão, de quatro para sete anos, para "não interferir" nos preparativos do país para a Copa-2014.
Sem ele, o estatuto da CBF diz que assumiria o vice-presidente mais idoso. Ao todo, eles eram cinco, um para cada região do país, e esse status acabou ficando com José Maria Marin, 79.
Representante do Sudeste e ex-governador de São Paulo, o dirigente recentemente foi flagrado por câmeras de TV colocando no próprio bolso uma das medalhas da premiação do título da Copa São Paulo de juniores conquistado no último dia 25 pelo Corinthians.
Na ocasião, Marin disse que se tratava de "uma cortesia" da Federação Paulista. 


UOL, 12/03/201213h31

Marin tenta esquecer rusga entre Teixeira e Dilma e quer novo diálogo com Governo Federal

 

Vinícius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro 


O novo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, afirmou que quer passar por cima da rusga que existe entre o ex-presidente Ricardo Teixeira e a presidenta da República, Dilma Rousseff. Na coletiva de imprensa dada nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, o dirigente afirmou que está completamente aberto ao novo diálogo e diz que o "passado só pertence ao passado"."Estamos totalmente abertos ao diálogo, seja com Governo Municipal, Estadual ou Federal. O passado pertence ao passado. Vamos falar de presente e futuro", disse Marin.

José Maria Marin nem bem se apresentou como novo presidente da CBF nesta segunda-feira e já anunciou a renúncia definitiva de Ricardo Teixeira.

Poucos dias após pedir licença médica do comando da entidade alegando problemas de saúde, o mandatário abriu mão definitivamente do cargo. O cartola também deixa o Comitê Organizador Local da Copa de 2014, igualmente assumido por Marin.

Apesar de afirmar que está aberto ao novo diálogo com Dilma Rousseff, Marin afirmou que tentará dar continuidade ao projeto que estava sendo desenvolvido por Teixeira e que ficará até 2014, como era o combinado anteriormente.

"Devo cumprir o mandato até o fim. A minha nomeação faz parte de uma administração contínua. Portanto, vou ficar até o final, como estava combinado".

Com 79 anos, o cartola ainda é ligado à Federação Paulista de Futebol, da qual foi presidente entre 1983 e 1988. A última aparição pública do cartola antes de assumir a CBF foi justamente em um evento da entidade paulista. Marin participou da premiação da final da Copa São Paulo de Juniores e foi flagrado colocando no bolso uma medalha que seria destinada a um jogador do campeão Corinthians.
"A medalha é uma cortesia que eu recebi da Federação Paulista. Tenho toda a tranquilidade para falar sobre isso. Essa história é uma verdadeira piada", disse Marin.
A caminhada de Marin à presidência da CBF começou nos anos 50, quando o cartola foi jogador de futebol. O melhor momento da carreira aconteceu em 1950, quando atuando pelo São Paulo ele foi vice-campeão paulista.
Depois de aposentar as chuteiras Marin se dedicou à carreira política. Apadrinhado por Paulo Maluf, ele foi vereador e deputado estadual pela Arena, o partido da ditadura. No início dos anos 80 Marin foi escolhido por Maluf para assumir o governo do Estado de São Paulo, cargo que ocupou por 10 meses.
Na década passada, Marin tentou voltar à política. Mas as candidaturas à prefeitura de São Paulo e ao Senado fracassaram. Enquanto isso, continuou trabalhando nos bastidores da CBF e da Federaçao Paulista.

POLÊMICAS E ACUSAÇÕES CONTRA RICARDO TEIXEIRA


"Voo da muamba" de 1994
Em julho de 1994, quando o Brasil ganhou a Copa nos Estados Unidos, jogadores, comissão técnica e convidados da CBF desembarcaram no Rio de Janeiro com 17 toneladas de material, em um voo com cem passageiros. Teixeira foi acusado de pressionar o auditor fiscal da Receita Ferderal do aeroporto internacional do Rio para liberar o material trazido sem inspeção, caso contrário a Seleção não desfilaria em carro aberto. Quinze anos depois, em julho de 2009, a juíza Lilea Pires de Medeiros, da 22ª Vara Federal, determinou a suspensão dos diretos políticos de Teixeira pelo episódio que ficou conhecido no Brasil como "voo da muamba". Condenado por improbidade administrativa, ele foi proibido de realizar contratos com o poder público. Em junho do ano passado, os advogados de Teixeira derrubaram a condenação no Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

Máquinas de chope
O episódio do "voo da muamba" deu origem a outro conflito entre Teixeira e a Receita Federal em 1995. Na bagagem do presidente da CBF estariam equipamentos de refrigeração de chope para bares, que permitem que os clientes se sirvam de cerveja gelada na própria mesa. O equipamento foi instalado no bar El Turf, do qual Ricardo Teixeira foi sócio, no Jockey Club do Brasil. Após a investigação, que envolveu até mesmo auditores disfarçados de apostadores de cavalos para acompanhar a instalação do sistema no bar, a Receita disse que o equipamento de origem neozelandesa entrou ilegalmente no país. A Justiça chegou a rejeitar a denúncia de Teixeira, que alegava que o equipamento entrou no país legalmente em 1995. O dirigente processou a Receita por danos morais, mas perdeu. Os equipamentos de refrigeração de chope ainda estão sendo disputados na Justiça, já que a Receita não desistiu do processo.

Ingressos para a Copa de 2006
Em 2006, a Justiça do Rio recebeu uma denúncia do Ministério Público contra Ricardo Teixeira e o proprietário de uma empresa de turismo, por crimes contra a ordem econômica. A empresa Planeta Brasil foi a única autorizada pela CBF a receber e revender ingressos da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. A promotora autora da denúncia disse que a empresa de turismo reajustou os preços e condicionou a venda dos ingressos a pacotes turísticos. Teixeira foi ouvido em uma audiência da Justiça em agosto de 2006. Ele negou irregularidades e disse que mais de 800 agências de turismo estavam cadastradas junto à Planeta Brasil. Nem o presidente da CBF, nem a empresa foram condenados.

CPI do futebol de 2001
Durante 14 meses, a CBF foi alvo de um inquérito parlamentar. O relatório produzido pela CPI sugere investigações mais profundas e indiciamento de diversas pessoas. Ricardo Teixeira era o principal foco das investigações. Ele é citado por desvio de recursos através de empréstimos junto ao banco Delta Bank, na realização do Mundial de Clubes da Fifa de 2000, que foi sediado no Brasil, e em operações com a agência de turismo SBTR. Ele também foi citado por evasão de divisas na Copa Ouro de 1998 e na compra de uma casa em Búzios, além de crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O presidente da CBF defendeu-se das acusações dizendo que nunca foi provado que qualquer dinheiro público foi parar em suas contas pessoais. Em julho de 2006, a 6ª Vara Criminal do Rio aceitou denúncia contra Teixeira por evasão de divisas com base no relatório da CPI. A CBF tomou empréstimos do Delta Banks com juros muito acima dos praticados pelo mercado, levantando suspeitas de que pessoas físicas tenham sido favorecidas no negócio.

Fifa e ISL
Em novembro de 2010, o programa Panorama da BBC acusou Ricardo Teixeira de ter recebido propinas da empresa esportiva ISL. Em maio de 2011, o Panorama afirmou que o dirigente brasileiro teria sido condenado pela Justiça suíça a devolver o dinheiro da propina. A Fifa estaria impedindo a divulgação de um documento que revelaria que Teixeira e João Havelange foram condenados na Suíça. Ricardo Teixeira negou as acusações e processou o jornalista da BBC Andrew Jennings na Justiça brasileira, depois de declarações de Jennings ao blog do deputado Romário (PSB-RJ).

Venda de voto na Fifa
Em maio de 2011, o ex-presidente da federação inglesa de futebol David Triesman disse em um inquérito do governo britânico que Ricardo Teixeira teria pedido propina em troca de apoio à candidatura da Inglaterra para sediar a Copa de 2018. A Inglaterra perdeu a disputa para a Rússia. Segundo o dirigente inglês, Ricardo Teixeira teria dito a ele: "Venha e me diga o que você tem para mim". Triesman entende que Teixeira estava pedindo algo em retorno pelo seu voto. Uma investigação da Fifa inocentou o brasileiro. Teixeira chegou a dizer que processaria o inglês, mas desistiu.

Amistoso Brasil x Portugal
Em 2008, Brasil e Portugal jogaram um amistoso em Brasília. O jogo foi bancado com R$ 8,5 milhões de dinheiro público. A Polícia Civil de Brasília investiga se houve superfaturamento da empresa Ailanto. A polícia descobriu cheques de uma das sócias da empresa, Vanessa Precht, a Ricardo Teixeira, pelo arrendamento de uma fazenda em Piraí (RJ). Os pagamentos mensais de R$ 10 mil de Vanessa a Teixeira começaram em março de 2009, quatro meses depois do amistoso. Outro sócio da empresa Ailanto é o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, amigo de Teixeira. Antes de a polícia achar os cheques, Ricardo Teixeira vinha negando qualquer vínculo com a Ailanto.


http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/03/12/globo-e-fiel-a-teixeira-ate-o-fim-sucessores-entenderam/


Globo é fiel a Teixeira até o fim. Sucessores entenderam …

    Publicado em 12/03/2012



O editor do Conversa Afiada, Bruno Pavan, enviou o seguinte e-mail:

Paulo,


Não sei se você conseguiu ver a matéria do JN sobre a saída do Ricardo Teixeira da CBF.

É uma afronta ao jornalismo e aos brasileiros.

Aqui está a ode ao Mr. Teixeira


http://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/ricardo-teixeira-foi-o-presidente-que-passou-mais-tempo-no-comando-da-cbf/1853864/


Nos três minutos de matéria, se fala sobre o número da patrocinadores da Confederação, o número de títulos que Teixeira (?) ganhou, da organização (??) do calendário…

Sobre corrupção, a matéria diz que “ele se defendeu de todas as denúncias” e que “viu os processos serem arquivados na justiça”.

Para a Globo não são os jogadores que ganham Copas, é o cartola.

Ao menos uma coisa tem que ser dita: eles foram fiéis ao aliado até o fim.


Em tempo: Mr. Teixeira tinha dito que, enquanto a Globo não falasse mal dele, ele nao dançava. A Globo não falou mal dele, falou bem até na hora da morte – e ele caiu. Quem  tem medo da Globo é que dança. Aliás, quem tem medo do PiG é que dança

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