terça-feira, 27 de março de 2012


Pessoal, vamos esclarecer:
 
Sempre que for um "cristão" branco matando pessoas, como aconteceu na Noruega, o cara é doente mental. Nunca um extremista fanático".
 
Sempre que for um não branco adepto do islã ou de qualquer outra religião que não seja historicamente européia-ocidental, o cara é um fanático extremista. Jamais um doente mental!
 
Entenderam como é simples?
 
 
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Acima, um doente mental...  Pobre coitado!    
Abaixo, um extremista... Monstro fanático!


Jornal do Brasil, 27/03/2012


O racismo a serviço do império euroamericano


Por Mauro Santayana


Podemos talvez encontrar a origem do racismo, a partir do equívoco bíblico, de que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. Levando a idéia ao pé da letra, nasceu a paranóia da intolerância ao outro. A imagem negra de Deus é a de seus deuses africanos, a imagem judaica de Deus é a de um patriarca hebreu, na figura de Jeová. Os muçulmanos não deram  face a Alá, nem veneram qualquer imagem de Maomé, mas isso não os fez mais santos. Desde a morte de Maomé, seus descendentes e discípulos se separaram em seitas quase inconciliáveis, que se combatem,  todas elas reclamando o legado espiritual do Profeta. Os muçulmanos, como se sabe, reconhecem Cristo como um dos profetas.
Os protestantes da Reforma também prescindiram de imagens sagradas, o que, sem embargo, não os impediu de exercer intolerância e violência contra os católicos, com sua inquisição – em tudo semelhante à de seus adversários.
Essa idéia que associa as diferenças étnicas e teológicas à filiação divina, tem sido a mais perversa assassina da História. Os povos, ao eleger a face de seu Deus, fazem dele cúmplice e protetor de crimes terríveis, como os de genocídio. O Deus de Israel, ao longo da Bíblia, ajuda seu povo, como Senhor dos Exércitos,  a “passar pelo fio da espada” os inimigos, com suas mulheres e seus filhos. Quando Cortés chegou ao México, incitou os seus soldados ao invocar a Deus e a São Tiago, com a arenga célebre:  “adelante, soldados, por Dios y San Tiago”.
Quando falta aos racistas um deus particular, eles, em sua paranóia, se convertem em seus próprios deuses. Criam seus mitos, como os alemães, na insânia de se considerarem os mestres e senhores do mundo. Dessa armadilha da loucura só escaparam os primitivos cristãos, mas por pouco tempo, até Constantino. A Igreja, a partir de então, se associou aos interesses dos grandes do mundo, e fez uma leitura oportunista dos Evangelhos.
A partir do movimento europeu de contenção dos invasores muçulmanos e do fanatismo das cruzadas, a cruz, símbolo do sacrifício e da universalidade do homem, se converteu em estandarte da intolerância. Nos tempos modernos, o símbolo se fechou – com a angulação dos braços,  no retorno à cruz gamada dos arianos – em sinal definitivo e radical da bestialidade do racismo germânico sob Hitler.
Os fatos dos últimos dias e horas são dramática advertência da intolerância, e devem ser vistos em suas contradições dialéticas. O jovem francês que mata crianças judias e soldados franceses  de origem muçulmana, como ele mesmo, é o resultado dessa diabólica cultura do ódio de nosso tempo aos que diferem de nós, na face e nas crenças. É um tropeço da razão considerar todos os muçulmanos terroristas, como classificar todos os judeus como sionistas e todos alemães como nazistas. Ser muçulmano é professar a fé no Islã – e há muçulmanos de direita, de esquerda ou de centro.
Merah, se foi ele mesmo o assassino, matou cidadãos do moderno Estado de Israel, como eram as vítimas da escola de Toulouse, mas também muçulmanos do Norte da África, como ele mesmo. Os fatos são ainda nebulosos, e os franceses de bom senso ainda duvidam das versões oficiais, como constatou Teh Guardian em matéria sobre o assunto.
Em El Cajon, nas proximidades de San Diego, na Califórnia – uma comunidade em que 40% de seus habitantes é constituída de imigrantes do Iraque, uma senhora iraquiana, que morava nos Estados Unidos há 19 anos, foi brutalmente assassinada, com o recado de que, sendo terrorista, depois de morta deveria voltar para o seu país. O marido, também iraquiano, é, por ironia da circunstância, empregado de uma firma que assessora o Pentágono na preparação psicológica dos militares que servem no Oriente Médio.  E também nos Estados Unidos, na Flórida, um vigilante de origem hispânica (embora com o sobrenome significativo de Zimmermann, bem germânico) matou, há um mês, um jovem de 17 anos, Travyon Martin, provocando a revolta e os protestos da comunidade negra.
Em Israel, o governo continua espoliando os palestinos de suas terras e casas e instalando  novos assentamentos para uso exclusivo dos judeus. O governo de Telavive não reconheceu a admoestação da ONU de que isso viola os direitos humanos essenciais. Os Estados Unidos votaram contra a advertência internacional a Israel. Como se os direitos humanos só são lembrados, quando servem para dissimular os reais  interesses de Washington e de seus aliados e dar pretexto à agressão a países produtores de petróleo e de outras riquezas, como ocorreu com o Iraque, a Líbia e o Afeganistão.
Os episódios de intolerância se multiplicam em todos os países do mundo – e mesmo entre nós. No Distrito Federal, segundo revelações da polícia, um grupo de neonazistas mantinha  célula terrorista há cerca de trinta anos, associada a outros extremistas de todo o país. Na madrugada de 28 de fevereiro deste ano, em Curitiba,  vinte jovens neonazistas assassinaram um rapaz de 16 anos, a socos, pontapés e facadas. O principal executor, um estudante de direito, foi escolhido para cumprir ritual de entrada no grupo, como prova de coragem. A coragem de matar um menino desarmado. Também em Curitiba e em Brasília foram presos dois racistas, que usavam a internet para expor as suas idéias fascistas e incitar a violência contra ativistas femininas, homossexuais, negros e nordestinos.
Enquanto não aceitarmos a face morena de Jesus, como a mais próxima da face do Deus – criada para dar transcendência ao mistério da vida – o deus que continuará a dominar a nossa alma será Tanatos, o senhor da morte.
 
 
UOL, 22/03/2012
 
Sarkozy chama autor de matanças de Toulouse de "monstro" e "fanático"

Em Estrasburgo
 
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, chamou de "monstro" e de "fanático" Mohamed Merah, o autor confesso de sete assassinatos em Toulouse e Montauban (sul), morto nesta quinta-feira (22) ao resistir à invasão do apartamento em que estava encurralado pela polícia francesa.
"Estes crimes não são os de um louco. Um louco é irresponsável. Estes crimes são os de um fanático e de um monstro", declarou o presidente em uma reunião de campanha em Estrasburgo (leste).
"Buscar uma explicação para o gesto deste fanático, deste monstro, deixar entrever a menor compreensão em relação a ele ou pior ainda, procurar qualquer pretexto, seria uma falta moral", acrescentou Sarkozy, que concorre a um segundo mandato nas eleições dos dias 22 de abril (primeiro turno) e 6 de maio.
Merah, um francês de origem argelina, de 23 anos, morreu com um tiro na cabeça depois de 32 horas de cerco policial no departamento de Toulouse (sudoeste). Ele era procurado pela polícia como suspeito de ter assassinado um soldado no dia 11 de março, dois paraquedistas no dia 15 e três crianças e um professor de uma escola judaica de Toulouse no dia 19.
 
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UOL, 22/03/08h46
 
Polícia invade apartamento de suposto atirador francês; suspeito está morto
 
 
Do UOL, em São Paulo
EFE
 
 
De acordo com agências internacionais, a polícia francesa confirmou a morte de Mohammed Merah, o suspeito de ter matado sete pessoas no massacre em uma escola judaica na França na última segunda (19). Policiais da RAID, a unidade de elite da polícia francesa, invadiram, na manhã desta quinta-feira (22), o apartamento onde Merah morava.
O ministro do Interior francês, Claude Gueant, deu informações à imprensa logo após a ação da polícia. De acordo com ele, Merah se escondeu no banheiro do apartamento e abriu fogo contra os policiais que tentavam entrar no cômodo, para saber se o suspeito ainda estava vivo. Merah teria então pulado pela janela, ainda atirando, e foi encontrado morto no chão, do lado de fora.
Segundo informações preliminares, três policiais se feriram na ação, um deles gravemente.
Em nota oficial, o presidente francês Nicolas Sarkozy cumprimentou os policiais envolvidos na operação. Ele deve fazer um pronunciamento oficial à nação ainda hoje.
Por várias vezes durante o cerco, que durou 32 horas, Merah prometeu se entregar, mas não o fez. "Ele disse que não queria se entregar e que mataria os policiais se fosse atacado", disse Gueant à imprensa. Diante disso, a polícia tomou a decisão de invadir a casa às 10h30, na hora local. Por volta das 11h30, ouviu-se do lado de fora do prédio uma intensa troca de tiros. "Quando tentamos entrar no banheiro com uma câmera, para identificar se o suspeito estava vivo, Merah saiu atirando", completou Gueant. Segundo ele, um oficial da polícia comentou que nunca havia visto um suspeito reagir com tamanha violência.
Durante a noite de quarta-feira (21), também foram ouvidas explosões por quem estava próximo ao prédio. Inicialmente cogitou-se que isso apontaria o início da invasão policial, o que acabou não se confirmando. Pouco mais de duas horas depois da primeira sequência, novas explosões e tiros foram ouvidos no local.
Atirador
O suposto atirador foi identificado como Mohamed Merah, 23, francês de origem argelina. Segundo o ministro francês do Interior, Claude Guéant, o suspeito teria dito que aceitou “uma missão geral para cometer um atentado”. Ele teria se recusado a realizar um ataque suicida antes de aceitar a missão da Al Qaeda, de acordo com as declarações do ministro a uma rede de TV francesa.
 
Ataques em Toulouse e Montauban
 
Merah é suspeito de ter matado um professor, seus dois filhos e um adolescente na manhã de segunda-feira (19). Várias outras pessoas também ficaram feridas após disparos em frente a uma escola judaica em bairro residencial da cidade de Toulouse, no sudoeste da França.
No dia 11 de março, o suspeito teria matado um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha-- matando dois e ferindo um gravemente.
"A polícia obteve um dado precioso que acelerou a investigação", destacou uma fonte envolvida no caso. Informações preliminares foram obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março.
Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando Merah roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.
Até 200 agentes especializados foram deslocados para a região para buscar o suspeito. Num período de 14 dias, Merah agiu a cada quatro dia, sempre utilizando uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.
A cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça das vítimas, "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos". O promotor antiterrorista assinalou que "outras operações" estão sendo produzidas em Toulouse.
Novo ataque
O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque.
Nicole Yardeni, delegada local do Conselho Representativo de Instituições Judaicas (Crif), afirmou que Sarkozy fez a revelação durante uma reunião com representantes das comunidades religiosas em Pérignon, perto do local onde o suspeito está cercado pela polícia. "Tinha um plano para matar na manhã desta quarta-feira (21)", disse Yardeni.
Fontes policiais informaram um pouco antes que haviam encontrado explosivos no carro de um dos irmãos de Mohamed Merah, o suspeito dos assassinatos de Toulouse. Segundo os primeiros elementos da investigação, é dos irmãos também é comprometido com a ideologia salafista.
Na quarta-feira (21), o presidente francês visitou o quartel Pérignon de Toulouse, próximo ao local onde o suspeito do massacre de Toulouse estava encurralado por tropas especiais da polícia.
Depois, Sarkozy foi até Montauban participar de uma cerimônia em homenagem aos três militares mortos em 11 e 15 de março.
(Com agências internacionais)

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