O Globo.com, 20/03/2012
Petrobras anuncia nova descoberta de petróleo na Bacia de Santos
O Globo / Com Reuters
SÃO PAULO — A Petrobras informou no final da segunda-feira que assembleia geral ordinária de acionistas aprovou plano de investimento de R$ 58,8 bilhões em 2012 para a controladora da estatal. O valor, que não inclui orçamento de empresas controladas como a Transpetro, segundo a assessoria de imprensa da petrolífera, inclui R$ 55,5 bilhões em recursos próprios da Petrobras e R$ 3,3 bilhões em recursos de terceiros.
Do total dos investimentos, 59,02% destinam-se para a área de exploração e produção, 33,10% para abastecimento, 5,42% para gás e energia e 2,46% a outras áreas da empresa. Os acionistas também aprovaram proposta de dividendos de R$ 12 bilhões relativos ao resultado de 2011, equivalente a R$ 0,92 por ação.
Petrolífera anuncia nova descoberta de petróleo na Bacia de Santos
A Petrobras anunciou nesta terça-feira que encontrou nova acumulação de petróleo de boa qualidade, no bloco BM-S-8, em águas ultraprofundas no pré-sal da Bacia de Santos. Segundo a nota da companhia, a descoberta ocorreu no poço 4-SPS-86B, conhecido como "Carcará".
“O resultado foi comprovado por meio de amostragem de petróleo de cerca de 31º API em reservatórios situados a 5.750 metros de profundidade", disse a companhia em comunicado.
Ainda não foi divulgada a previsão de volumes para o local. A estatal informa no comunicado, no entanto, que "continua em perfuração buscando determinar o limite inferior dos reservatórios bem como identificar outras possíveis zonas de interesse".
O Carcará é o terceiro poço perfurado na área do prospecto de Bem-te-vi, e encontra-se a 20 quilômetros do pioneiro descobridor, numa lâmina d'água de 2.027 metros. O bloco é operado pela Petrobras, que tem 66% de um consórcio que inclui a portuguesa Galp (14%), a Queiroz Galvão Exploração e Produção (10 %) e a Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%).
Chevron terá que selar o campo de Frade antes de deixar o Brasil
Mônica Tavares / Danilo Fariello
BRASÍLIA - A Chevron terá de pagar para sair do Brasil. As normas ambientais determinam que a petrolífera americana precisa selar o campo de Frade, na Bacia de Campos, e desativar a plataforma — o que, segundo especialistas, pode custar tanto quanto os investimentos realizados para iniciar a exploração de petróleo. O sistema de produção no local custou cerca de US$ 2,5 bilhões. O processo também não é trivial, o que impediria a empresa de sair do país rapidamente.
Várias atividades envolvem a desativação e abandono dos poços de petróleo, segundo estudo da Bain & Company e Tozzini Freire Advogados, de junho de 2009. Precisam ser feitos, por exemplo, novos estudos ambientais, além de preparação das instalações para desmonte ou afundamento das estruturas.
Segundo o estudo de impacto ambiental feito pela Chevron, “ao final das etapas de perfuração e produção do campo de Frade será necessário realizar a desativação do empreendimento, visando a evitar qualquer risco de poluição ao meio ambiente, minimizar possíveis impactos e garantir a completa segurança de pessoas e instalações durante esta etapa”.
Segundo o pesquisador de Geoeconomia da UFRJ, Claudio Egler, o custo de fechamento de um posto é comparável àquele efetuado para explorá-lo. Havendo vazamento em pontos que não a perfuração principal, esse custo pode ser ainda maior:
— A empresa não pode ir embora sem a vedação completa.
Em vez de selar o poço, a Chevron pode ceder o direito de exploração a outro grupo ou negociar com os sócios uma saída do consórcio explorador. Os sócios do consórcio são Petrobras e Japão Frade, mas a Chevron possui mais de 50% de participação.
No Brasil, a desativação de poços e plataformas é regulamentada por duas portarias da ANP. O artigo 29 da portaria 25 determina que, no caso de abandono emergencial, deverão “prevalecer os procedimentos previstos no Plano de Contingência específico para cada caso”.
Está marcada para depois de amanhã uma audiência pública na comissão de Meio Ambiente do Senado para discutir o novo vazamento de óleo no poço da Chevron. Deverão ser convidados os executivos da empresa e autoridades brasileiras.
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