terça-feira, 20 de março de 2012

A fórmula do desmonte da TV Cultura

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 Terça-feira, 20 de Março de 2012

 

RADIODIFUSÃO PÚBLICA

Folha e Cultura, a fórmula de um desmonte


Por Alberto Dines

O Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta foi informado, mas não consultado, sobre a parceria Folha de S.Paulo-TV Cultura para a exibição, aos domingos, do programa TV Folha. Isso é grave porque retira de uma TV semipública seu lastro de legitimidade, diversidade e independência.
Não é a primeira vez que o Conselho Curador é desobedecido: em março de 2010, por unanimidade, o colegiado da Fundação Padre Anchieta recomendou às diretorias executivas da rádio e da TV Cultura o imediato retorno do Observatório da Imprensa às respectivas grades de programação.
O então presidente executivo do grupo de emissoras, jornalista Paulo Markun, prontamente comunicou o fato à direção do Instituto Projor, mantenedor do projeto dos observatórios. Rapidamente foi acertado um novo horário para os boletins diários (segunda a sexta) na rádio Cultura FM.
No caso da TV foi acertada uma reformatação do programa e a adoção do regime de coprodução entre a TV Brasil e a Cultura. Projeto que as duas empresas saudaram como auspicioso.
Casamento apressado
Como a montagem da parceria televisiva seria inevitavelmente demorada (sobretudo em períodos de radicalização eleitoral), sugeriu-se que o programa de rádio começasse imediatamente, pois os acertos entre o Projor e a Fundação Padre Anchieta estavam sacramentados.
O presidente executivo decidiu o contrário: condicionou o retorno do programa de rádio ao retorno do programa de TV. Resultado: a parceria ficou no papel, a determinação do Conselho Curador foi engavetada e jogou-se pela janela uma oportunidade de ouro para estabelecer uma rede nacional de emissoras públicas, semipúblicas e educativas.
O apressado e clandestino casamento com a Folha completou o desmantelamento de uma efetiva alternativa à televisão comercial no Brasil.

O Barão quer programa na TV Cultura !  Abaixo a Privataria !

Publicado em 20/03/2012 


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Saiu no site do Barão de Itararé:

Barão de Itararé solicita espaço na TV Cultura


Publicado em 19 de março de 2012

A entidade encaminhou nesta segunda-feira, 19 de março, ofício ao presidente-diretor da Fundação Padre Anchieta solicitando audiência para discutir a abertura de editais com o objetivo de selecionar programas para a emissora. O Centro de Estudos Barão de Itararé já manifestou interesse em participar do processo seletivo.

O ofício reitera que “é missão inalienável da TV pública garantir a diversidade e a pluralidade informativa e cultural, abordando temas de interesse social e local, garantindo a projeção da comunidade em que está inserida para dar visibilidade a questões que, na maioria das vezes, não têm espaço nos veículos comerciais”.

É neste sentido que se insere o pedido do Barão de Itararé: garantir espaços na programação da TV Cultura “para a produção independente proveniente das experiência de grupos sociais”.

 

Transparência e participação social

No ofício encaminhado pelo Barão de Itararé, a entidade solicita que a Fundação Padre Anchieta adote critérios transparentes para abrir espaços na sua programação à produção independente. “As entidades/movimentos/produtoras interessadas – entres as quais o Barão de Itararé já se apresenta –, que manifestarem interesse, poderiam pleitear um espaço na programação da emissora, a ser concedido a partir de métodos e critérios transparentes. O Barão e estas entidades seriam inscritas por edital público e a seleção dos programas apresentados seria feita através de pitching”.

A iniciativa foi debatida durante reunião realizada em São Paulo com outras organizações, blogueiros e jornalistas e faz parte de uma série de medidas de uma campanha em defesa do caráter público da TV Cultura.


Privataria da Cultura

A solicitação feita pelo Barão de Itararé vai no sentido oposto das recentes negociações entre a Fundação Padre Anchieta e empresas de comunicação paulistas, entre as quais a Folha de S.Paulo – que já estreiou programa na emissora – a, Estadão, Valor Econômico e Veja que foram feitas sem transparência e afrontando o caráter público da TV Cultura.

A cessão de espaços na grade da programação da TV Cultura para empresas de comunicação privadas como a Folha é um desrespeito ao caráter público da emissora que é um patrimônio do povo paulista. E, infelizmente, esta é apenas mais uma das várias medidas que os governos tucanos  vêem adotado para desmontar a TV, dilapidar seu patrimônio e descaracterizar sua missão. O que eles vinham fazendo de forma disfarçada agora está sendo feito escancaradamente: a privatização da TV Cultura”, afirma Renata Mielli, secretária geral do Centro de Estudos Barão de Itararé.

Por isso, várias organizações de luta pela democratização da comunicação, blogueiros, jornalistas, intelectuais e movimentos sociais paulistas estão lançando a campanha contra a Privataria da Cultura.

A campanha está organizando um ato político em defesa da Cultura e lançando um manifesto no qual denuncia as principais investidas tucanas contra a emissora e enumera algumas reivindicações.

A reunião que organizou a campanha contou com a presença do Centro de Estudos Barão de Itararé, da Altercom, Intervozes, os jornalistas Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha, Rodrigo Vianna, Gilberto Maringoni, o professor Laurindo Lalo Leal Filho, o diretor da Carta Maior, Joaquim Palhares e o diretor da revista Caros Amigos, Wagner Nabuco.

No manifesto as entidades denunciam:

- mais de mil demissões;

- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Entrelinhas, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e minas;

- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo;

- enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis;

- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados;

- cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros);

- doação da pinacoteca e biblioteca;

- extinção da cenografia, venda de equipamentos e venda da frota de veículos.

A TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.

Em nome da afirmação de seu caráter público, as entidades se manifestam:

- contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas;

- em defesa do pluralismo e da diversidade na programação;

- por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais;

- pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta


Confira na íntegra o ofício enviado pelo Barão de Itararé


Em tempo: no dia 3 de abril, terça-feira, às 19h, no Sindicato dos Engenheiros, na Rua Genebra, 25, em São Paulo, o Barão celebrará missa fúnebre em respeito à alma progressista de João Sayad, devidamente soterrada pelo tucanismo neolibelês (*). O ato contra a Privataria da Cultura oferecerá palavras de louvor também ao PiG (**).

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