segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Povo em Israel protesta por justiça social

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O maior protesto por moradia da história de Israel


Ilan Lior , Gili Cohen , Jack Khoury, Nir Hasson, Yanir Yagna and Eli Ashkenazi - Haaretz

Mais de 100 000 pessoas tomaram as ruas no sábado para protestar contra o aumento desmesurado do preço das moradias em Israel. Marchas e passeatas tomaram 11 cidades pelo país, com as maiores manifestações ocorrendo em Tel Aviv, Jerusalém, Be’er Sheva e Haifa. Os manifestantes gritavam “o povo quer justiça social” e “queremos justiça, não caridade”. O maior protesto ocorreu em Tel Aviv, onde milhares marcharam do Parque HaBima ao Museu de TelAviv. “Estamos muito felizes em ver o povo israelense ir para as ruas”, disse Yonatan Levy, um dos organizadores. “Estamos impressionados em ver ao longo do dia que as questões que foram levantadas em diferentes níveis e em diferentes cidades não são tão remotas entre si, de jeito nenhum”.

Em Haifa, 8 000 pessoas marcharam pela cidade. Em Jerusalém, 10 000 manifestantes marcharam do Parque do Cavalo até a casa do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu. Em Be’er Sheva, 3 000 manifestantes marcharam com cartazes dizendo “Be’er Sheva gritando sete (Sheva é a palavra hebraica para o número sete)”. Em Ashdod, manifestantes marcharam a partir do Parque da Cidade. Algo como 150 pessoas se reuniram na cidade das barracas de Ashdod a caminho da grande marcha. Estudantes de Beit Barl marcharam da cidade das barracas em Kfar Sava para o entroncamento central Ra’anna.

Pela primeira vez desde que os protestos começaram, há 16 dias, houve um protesto envolvendo tanto judeus como árabes num lugar no centro de Nazaré. Em Kiryat Shmona 1999 manifestantes marcharam na principal via da cidade, em direção à saída sul da cidade. Muitos músicos proeminentes fizeram shows nas ruas, inclusive Hemi Rodner, Dan Toren, Yehuda Poliker, Barry Sakharov, Yishai Levi, Aviv Geffen e outros.

Tradução: Katarina Peixoto
São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2011

Protestos levam 150 mil às ruas de Israel no fim de semana

DE JERUSALÉM

O governo de Israel fracassou ontem em mais uma tentativa de conter os protestos contra o alto custo de vida no país, que levaram milhares de pessoas às ruas nas últimas semanas.
Os organizadores dos protestos rejeitaram a proposta do premiê Binyamin Netanyahu de nomear uma comissão de ministros para dialogar com os manifestantes e prometeram redobrar as ações nos próximos dias.
Cerca de 150 mil pessoas participaram de marchas em todo o país na noite de anteontem, no maior protesto de caráter social já realizado.
"O premiê está tentando assustar o público ao dizer que a justiça social levará ao colapso financeiro", disse um dos organizadores do protesto, Regev Contes. "O que está em colapso é o sistema".
O que começou como um reduzido protesto de estudantes de Tel Aviv contra a escalada no custo da moradia, há duas semanas, transformou-se num amplo movimento por justiça social.
Desde então, milhares de pessoas se juntaram aos estudantes em acampamentos nas principais cidades do país. No maior protesto de anteontem, em Tel Aviv, com cerca de 100 mil pessoas, o clamor por justiça social se misturou a pedidos pelo fim do governo de Netanyahu.
Aumentando a pressão sobre o governo, uma greve de médicos por melhores salários persiste há mais de quatro meses. O presidente do sindicato do médicos, Leonid Eidelman, está em greve de fome há uma semana.
Sofrendo a pressão mais intensa desde que assumiu o poder, em 2009, Netanyahu anunciou, na semana passada, um pacote de medidas destinadas a ampliar a oferta de imóveis e reduzir o custo da habitação.
Também ofereceu benesses aos estudantes, como descontos nos transportes públicos, mas não conseguiu esvaziar o movimento.
A onda de protestos que se espalhou pelo país rompeu os limites dos acampamentos de estudantes e ganhou adeptos inesperados.
Ontem, cerca de mil pessoas participaram de uma marcha de pais em Jerusalém, em protesto contra o alto custo das creches e jardins de infância. (MN)
São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 2011

Verão israelense tem onda de protestos

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

Depois da Primavera Árabe, o verão israelense. A onda de protestos que tomou conta de Israel pede a queda dos preços, não do governo.
Mas o que começou como um movimento de estudantes de Tel Aviv contra os altos preços dos aluguéis espalhou-se de norte a sul, e alguns já apostam que mudará o cenário político do país.
Talvez seja uma aposta exagerada. Porém, nem a estudante de cinema Daphi Leef, 26, imaginava que sua mensagem postada no Facebook há duas semanas, convocando o protesto, viraria uma febre nacional.
Em poucos dias, milhares de pessoas se juntaram a Daphni, montando acampamento nas ruas das principais cidades do país. No último sábado, mais de 30 mil pessoas marcharam em Tel Aviv em apoio à campanha.
O governo reagiu. Ontem o premiê Binyamin Netanyahu anunciou medidas para aumentar a oferta de imóveis. "A crise de moradia em Israel é real", disse "Bibi", que cancelou ida à Polônia para apagar o incêndio.
Entre as medidas estão incentivos à construção de imóveis baratos e a criação de 10 mil dormitórios para estudantes, que também terão desconto de 50% nos transportes públicos.
Acampados na badalada alameda Rotschild, em Tel Aviv, os líderes do movimento rejeitaram o anúncio e exigiram ações mais amplas.
"Bibi quer subornar os estudantes para dividir o movimento", disse o presidente da união de estudantes de Tel Aviv, Ran Livne.
Israel saiu sem arranhões da crise financeira global, e o desemprego em maio, de 5,7%, é o menor da história.
Mas o aumento dos preços de itens básicos, como alimentos e combustíveis, obrigou as classes baixa e média a apertar o cinto. Em cinco anos os imóveis encareceram em média 55% para venda e 27% para aluguel.
Embora infinitamente menos ambiciosa, a "revolta dos aluguéis" despertou comparações com os levantes no mundo árabe. Crítico contumaz da apatia israelense, sobretudo em relação ao conflito com os árabes, o colunista Gideon Levy, do "Haaretz", saudou os protestos.
"Talvez os israelenses do meio se convençam que é proibido continuar apáticos, reclamando sem fazer nada".

São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011

Artistas do Brasil ignoram apelo por boicote a shows

DE JERUSALÉM

Gilberto Gil voltou a se apresentar em Israel ontem, em seu segundo show no país em três meses. Como na primeira vez, Gil ignorou a campanha de boicote a Israel.
Nos últimos anos, todo artista estrangeiro que anuncia apresentações no país é alvo de uma enxurrada de emails de ativistas pró-palestinos pedindo que mude de ideia.
Muitos atendem aos apelos. O último foi o guitarrista mexicano Carlos Santana, que cancelou um show no começo do ano. Entre brasileiros, o boicote é raro.

Em sua última passagem por Israel, em abril, Gil contou à Folha que recebeu "uma quantidade enorme" de emails da campanha.
"Mandei responder que sou frequentador costumeiro de Israel, tenho diálogo fácil, natural como o país, uma receptividade muito grande", afirmou Gil.
"Gostaria também de ir à Palestina. O dia que me chamarem eu vou."
O objetivo dos palestinos é repetir a pressão contra a África do Sul, que levou ao fim do regime segregacionista do apartheid.
"Há estradas na Cisjordânia que eu não posso usar como palestino. Nunca, nem nas horas mais escuras do apartheid, negros foram impedidos de usar estradas usadas por brancos", diz o negociador Saeb Erekat.
O diretor do Festival de Cinema Brasileiro em Israel, Shlomo Azaria, diz que em 11 anos do evento jamais teve uma participação cancelada por motivos políticos.
Em setembro, pouco antes da Assembleia Geral da ONU, Roberto Carlos se apresentará em Jerusalém, também ignorando o boicote.
O show será na "Piscina do Sultão", local considerado terra de ninguém em 1967. (MN)

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