segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O discurso nacionalista do nosso Ministro da Defesa

Sucesso, patriota Amorim!


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Há 'descompasso' entre influência e defesa do Brasil, diz Amorim

André Barrocal

BRASÍLIA – O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, assumiu nesta segunda-feira (08/08) dizendo que vai trabalhar para fortalecer a capacidade brasileira de proteger riquezas e fronteiras, o que requer melhorar o orçamento militar. Para ele, o país não tem poder dissuasório suficiente para defender a Amazônia ou o pré-sal, por exemplo. “Há um descompasso entre a crescente influência internacional brasileira e nossa capacidade de respaldá-la no plano da defesa. Uma não será sustentável sem a outra”, afirmou.

Além do apelo ao nacionalismo, no discurso, Amorim destacou que considera importantes algumas características valorizadas pelas forças armadas agora subordinadas a ele. Falou em "patriotismo", "abnegação", "hierarquia" e "disciplina". Disse ver “aspirações legítimas” no desejo da caserna de melhorar as condições de vida nos quartéis. E que vai buscar, também, “autonomia tecnológica” para as forças.

Mas o ministro não deixou também de transmitir, de forma sutil, algumas mensagens. Afirmou que os militares estão “plenamente conscientes da subordinação ao poder democrático civil”. Que terá “espírito crítico” ao implementar a Estratégia Nacional de Defesa e o Plano de Articulação e Equipamento de Defesa. E que as forçar armadas precisam refletir “de forma crescente” a diversidade da sociedade. “Devemos valorizar a discussão de temas como direitos humanos, desenvolvimento sustentável e igualdade de raça, gênero e crença”, afirmou. Foi, no entanto, a única menção a “direitos humanos” no discurso, tema que sempre causa alguma inquietação nos militares, por causa da ditadura de 1964.

Depois de Amorim, a presidenta Dilma Rousseff também falou na cerimônia de posse e justificou a escolha do novo ministro ressaltando aspectos que, para ela, produziriam identificação entre Amorim e os militares. Disse que, como eles, o ministro tem “elegância”, “moderação pública”, “cultura e peparo técnico” e "profissionalismo”.

A presidenta procurou destacar ainda o peso da “carreira de Estado” na biografia de Amorim, ao lembrar que ele esteve em governos diferentes. Foi chanceler de Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva. E representante nas Nações Unidas e em outros organismos internacionais com Fernando Henrique Cardoso.A experiência de Celso Amorim em política externa será valiosa para o ministério da Defesa”, disse a presidenta, explicando que o Brasil negocia hoje acordos bilaterais e compra de armamento e aquisição de tecnologia bélica e que o currículo do ex-chanceler será útil. A presidenta disse ainda que o novo ministro terá de continuar com mais velocidade projetos que já estavam em curso na Defesa.

Dilma encerrou o discurso com uma tentativa de neutralizar eventual intranquilidade que possa ter havido entre militares com a Amorim, que é do PT. “A ideologia do Ministério da Defesa é o respeito à Constituição e a subordinação aos interesses nacionais. O partido do Ministério da Defesa é a pátria. Os senhores sabem disso, o novo ministro sabe disso”, declarou.
Fotos: A presidenta Dilma Rousseff cumprimenta o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)


UOL, 08/08/2011 - 16h10 / Atualizada 08/08/2011 - 16h43

Na posse de Amorim, Dilma diz que trocas "fazem parte da rotina"

 
Do UOL Notícias
Em São Paulo



 Dilma Rousseff cumprimenta o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, durante cerimônia de posse

Na cerimônia de posse do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o sucessor de Nelson Jobim é o "homem certo para o lugar certo" e que "as troca de comando fazem parte da rotina". Segundo a petista, que discursou no evento desta segunda-feira (8) em Brasília, Amorim é um "homem de Estado", um patriota", um "funcionário de carreira" que irá –"tenho certeza"– dar continuidade aos projetos tocados pela pasta da Defesa. "Todos sabemos que as trocas de comando fazem parte da rotina, desde que se troque o comandante, mas não se deixe de fazer o que precisa ser feito", disse.

Sem entrar no mérito das diferenças que teve com o antecessor, Dilma disse apenas que
as mudanças "sempre provocam tensão e requerem cuidado". De toda forma, ela disse estar confiante e, à plateia repleta de altas patentes das Forças Armadas, lembrou de citar as qualidades comuns entre os militares e Amorim. Na análise da presidente, tanto os homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, assim como o ex-ministro de Relações Exteriores, valorizam o "preparo técnico", o "coleguismo", a "moderação nas manifestações", o "profissionalismo" e o "respeito à hierarquia", no que pode ser entendido como um recado a Jobim, que deixou o comando das Forças Armadas após ter criticado o próprio governo.
Dilma reafirmou a importância dos projetos "estratégicos" da Defesa. "Não podem sofrer rupturas ou adiamentos", disse. A presidente lembrou passagens de destaque do ex-chanceler. Segundo ela, Amorim teve papel determinante na organização da política externa do governo Lula, "quando o Brasil foi elevado ao posto de protagonista".

Ela também mostrou respeitar as posições diplomáticas arriscadas defendidas por Amorim nos últimos anos [ele vem sendo acusado pela oposição de ter aberto diálogo com ditadores africanos, com autoridades radicais da América Latina, do Oriente Médio e até com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]. "
Ele é um sujeito de seu próprio estilo", disse. "Ele ajudará muito o ministério a vencer seus maiores desafios."

"Grato pela confiança"

Antes de Dilma, Amorim discursou e afirmou que era "grato pela confiança". O novo ministro disse que está no cargo "mais para ouvir do que para falar". Amorim elogiou os militares e ressaltou valores como respeito à hierarquia e nacionalismo.
Amorim disse ainda que apesar de ser um país pacífico, o Brasil não pode ser confundido como 'desarmado'. O ministro ressaltou que é necessário cuidar das riquezas naturais –citando inclusive o petróleo da camada pré-sal– e preservar as fronteiras terrestres e marítimas. Amorim afirmou que a crescente influência do Brasil no plano político deve ser acompanhado de perto por um plano de defesa. O novo ministro disse ainda que o país deve continuar dando respaldo às ações da ONU.
Amorim foi indicado para a vaga na quinta-feira (4) para substituir Nelson Jobim. O diplomata filiou-se recentemente ao PT e serviu como chanceler nos dois mandatos (2003-2010) de Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Defensor de uma política externa mais ideológica, ele colecionou conquistas e adversários que não chegaram a comover a presidente Dilma Rousseff a mantê-lo no cargo no início deste ano.

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