quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Já com meia década perdida

É o radicalismo econômico de extrema-direita ao nível da demência!


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São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SUPERCOMITÊ
OPOSIÇÃO MINA A COMISSÃO DA DÍVIDA DOS EUA

Os seis legisladores escolhidos pelo Partido Republicano para integrar a Comissão Bipartidária de Redução do Deficit, cuja missão é enxugar o Orçamento dos EUA em pelo menos mais US$ 1,2 trilhão, fizeram juramento contra elevar impostos. A comissão tem até 23/11 para fazer uma proposta. As escolhas de ontem alimentam o medo de que a questão tributária entrave as negociações. Os democratas querem combinar corte e mais arrecadação

EUA já vivem sua 'meia década perdida'

DE NOVA YORK

A crise de 2008 e a fraca retomada a partir de 2009 fizeram com que a economia americana, em vários setores, esteja hoje no patamar de ao menos cinco anos atrás. Ou seja, os EUA já estão com meia década perdida.
É como se os americanos estivessem parados em um tempo em que a seleção brasileira tinha Ronaldo no ataque, "Harry Potter" ainda tinha muitos filmes para queimar e Lady Gaga era apenas uma iniciante.
O PIB per capita de um americano, por exemplo, está no patamar de 2005 e praticamente estagnado nos últimos trimestres. A renda disponível (aquela que exclui os tributos) vive situação parecida, com valores semelhantes aos de 2006.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, referência na criação de riqueza, está hoje também com dados parecidos aos que eram vistos em 2005, especialmente depois do profundo recuo dos últimos dias.
Essa "estagnação" é resultado da forte recessão que durou de 2007 a 2009, mas a retomada que se seguiu também é atípica. "A expansão que temos visto é, sem dúvida, muito mais fraca do que vimos em recessões anteriores", afirma Michael Mussa, ex-economista-chefe do FMI.
Vários indicadores mostram que a maior economia mundial está muito longe do nível pré-crise. A utilização da capacidade instalada da indústria está em 77%, mas superava os 80% em 2007.
O setor de construção, onde a crise teve início e cuja recuperação é considerada fundamental para que a retomada do restante da economia pegue força, não dá nenhum sinal de melhora.
Para Mussa, essa lenta recuperação dos EUA é "herança" da política de baixar os juros no início da década passada, que criou uma "riqueza artificial", com os preços das casas disparando até 2005. Isso fez muita gente aproveitar o momento e se endividar. O economista afirma que os próximos anos também deverão registrar crescimento baixo.
Porém ele diz que a situação dos EUA não pode ser comparada com a do Japão, que tem baixo crescimento desde os anos 1990. Um dos motivos é que a força de trabalho nos EUA vai continuar a crescer, enquanto os japoneses têm uma população envelhecida.
(ÁLVARO FAGUNDES)

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