sábado, 13 de agosto de 2011

FAlha demora 12 dias para publicar desmentido: Comandante do Exército não é alvo de investigação

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2011/08/13/folha-demora-12-dias-para-publicar-desmentido/

Folha demora 12 dias para publicar desmentido

    Publicado em 13/08/2011

Folha (*): 12 dias entre o "mentido" e o desmentido


O Conversa Afiada reproduz post do Tijolaço, de Brizola Neto:

Folha leva 12 dias para publicar desmentido

 

Ou o jornalismo da Folha é o mais lento do planeta, ou agiu deliberadamente ao ocultar de seus leitores, por quase duas semanas, que não era verdadeira a informação publicada na primeira página de que o comandante do Exército, general Enzo Peri, estava sendo investigado pelo Ministério Público Militar.

A matéria publicada domingo, 31 de julho, afirmava isso de forma peremptória, como você vê na ilustração ao lado. O Ministério Público Militar negou a informação em nota datada do dia 1º de agosto.

Só hoje a Folha publicou essa negativa, matéria que não está disponível na internet.

E tem toda a pinta de que o fez por notificação judicial, embora diga o que a nota não diz: que o general Peri não está sendo investigado porque não é competência do MPM investigar o comandante da Força, mas do Procurador Geral da República, que é quem nomeia o Procurador- Geral de Jutiça Militar. A nota não diz isso: diz que ele “não é alvo de investigação” do Ministério Público Militar, “até porque o Procurador-Geral de Justiça Militar não dispõe de atribuição para tal.

Seria bom que a Folha, que publicou tantas matérias dizendo que a nomeação do Embaixador Celso Amorim estaria insatisfazendo os militares, explicasse a seus leitores porque levou 12 dias para publicar um desmentido de uma informação muito grave que ela divulgou, atribuindo aos procuradores e que foi por eles desmentida de pronto.

Ou, para usar a linguagem do meio militar, explicar a sua inexplicável procastinação.

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São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

General não é investigado, diz Procuradoria

DE SÃO PAULO

A Procuradoria-Geral de Justiça Militar do Ministério Público Militar (MPM) afirma que o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, não é alvo de investigação, diferentemente do afirmado em reportagem da Folha.
"Até porque o procurador-geral de Justiça Militar não dispõe de atribuição para tal", afirma nota de esclarecimento divulgada pelo órgão.
No último dia 31 de julho, o jornal publicou reportagem que afirmava que o general Enzo e outros militares eram investigados pelo MPM sob suspeita de irregularidades em obras do Exército. Segundo o órgão, no entanto, o comandante só pode ser formalmente investigado pela Procuradoria-Geral da República, já que ele tem foro privilegiado -assim como ministros de Estado.
A reportagem da Folha apontou que o Ministério Público Militar apura a existência de fraudes em obras realizadas por meio de convênios do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) com dois órgãos do Exército: o DEC (Departamento de Engenharia e Construção) e o IME (Instituto Militar de Engenharia).
As supostas irregularidades teriam ocorrido entre 2005 e 2009. Esse período abrange parte da gestão do general Enzo, que deixou o órgão em 2007 para assumir o comando do Exército no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na nota, a Procuradoria militar afirmou também que já ofereceu denúncia contra seis militares do Exército e nove civis por desvio de recursos em licitações do Instituto Militar de Engenharia em 2004 e 2005.

FISCALIZAÇÃO DO TCU
No dia 9 de agosto, a Folha publicou nova reportagem sobre o caso de título "TCU diz que comandante do Exército favoreceu empresas".
O texto afirmava que a área técnica do Tribunal de Contas da União apurou que o general Enzo beneficiou empresas ligadas a militares com dispensas de licitação entre 2003 e 2007, na época em que ele dirigia o DEC.
O TCU divulgou nota em que afirma que o processo sobre os convênios do Exército ainda não "foi submetido ao plenário do tribunal".
Ainda segundo o TCU, a fiscalização ainda não teve "pronunciamento conclusivo" da unidade técnica responsável por sua condução (3ª Secretaria de Controle Externo) e por isso o relatório não foi encaminhado ao ministro relator, Marcos Bemquerer Costa.

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CartaCapital, Ed. 659

Bandalha fardada I

Decisão rápida da procuradora-geral da Justiça Militar, Cláudia Márcia Luz.


Foto: MPM

Na quinta-feira 11, ela encaminhou ao comandante do Exército, Enzo Peri, a requisição para instaurar IPM e a “responsabilidade criminal de cinco generais” nas irregularidades ocorridas no Instituto Militar de Engenharia, conforme a auditoria do Tribunal de Contas da União. Pelos mesmos problemas, o general Peri, ex-chefe do Departamento de Engenharia e Construções (DEC), é responsabilizado no mesmo documento do TCU.
Por ele ter foro especial, Cláudia Márcia Luz deveria oficiar ao procurador-geral da República para abertura de inquérito. Desse jeito, ela corre o risco de enforcar-se na própria echarpe.

Bandalha fardada II

No texto de mais de cem páginas do relatório do Tribunal de Contas da União sobre a promiscuidade das relações entre o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) e o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército é assim a nomenclatura usada pelos técnicos:
“Contratações suspeitas”, “lesão aos cofres públicos”, “procedimentos licitatórios suspeitos”, “desvio de recursos”, “prática reiterada de irregularidades”, “fraude generalizada às licitações do IME” e “má-fé dos responsáveis”, entre outras. É fogo verbal pesado contra a corrupção.

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