sábado, 23 de agosto de 2014

Nobel Joseph Stigltz: Políticas de austeridade são um completo fracasso







Carta Maior, 23/08/2014
 


Austeridade é um completo fracasso em toda a Europa

Esquerda.net


Joseph Stiglitz esteve esta semana numa conferência na cidade de Lindau, no Sul da Alemanha. O prémio Nobel falou então à agência Bloomberg e a sua intervenção também foi destacada pelo jornal Financial Times.

Sob o título “O espectro de uma década perdida assombra a Europa”, o Financial Times salienta que Stiglitz disse que a Europa está a “ir pelo mesmo caminho” que o Japão, numa referência à depressão - recessão e queda dos preços em simultâneo - prolongada neste país, e frisou que “a única forma de descrever o que se está a passar em alguns países europeus é depressão”.

O Nobel apontou também: "A Europa tem muitas pessoas talentosas e [se] país após outro não está a funcionar, tem que ser um problema sistémico. O problema básico é que não é uma área monetária ótima." O economista acrescentou que “a combinação de estruturas falhas com políticas falhas tem sido devastadora".

Nas declarações à Bloomberg, Stiglitz afirma que as políticas de austeridade seguidas por toda a Europa são um “completo fracasso”, salienta que o elevado desemprego e o fraco crescimento indicam o fracasso das políticas seguidas e sublinha que "agora vemos o enorme preço que a Europa está a pagar".

Joseph Stiglitz diz também que a união bancária está a andar muito lentamente, que a zona euro precisa de união fiscal e aponta, referindo-se à intervenção Banco Central Europeu (BCE), que “a política monetária não pode realmente ser um substituto” da união fiscal.

"Todos concordam que a união bancária é uma coisa boa, mas está a avançar muito lentamente", disse o economista, considerando que são necessárias resoluções bancárias rápidas que "garantam os depósitos", ou "o dinheiro vai voar dos países fracos para os países fortes e os fracos só vão ficar mais fracos".

O prémio Nobel da Economia defende ainda que a zona euro precisa da mutualização das dívidas, realçando que com os eurobonds os Estados poderiam conseguir "empréstimos com a força do todo", o que levaria as taxas de juro para valores idênticos aos dos Estados Unidos.

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