sexta-feira, 13 de julho de 2012

Londres 2012 - As Olimpíadas do medo e da hipocrisia

E se dizem uma democracia!
 
Como são hipócritas!
 
 
 
 

13/07/2012
 
 
Londres-2012 proíbe o uso de camisetas de "Che" Guevara
 
 
Marina Mattar | Redação
 
 
Os espectadores das Olimpíadas de Londres não poderão entrar nos estádios com diversos tipos de itens e até mesmo roupas, informou nesta quarta-feira (11/07) o Locog (o Comitê Organizador das Olímpiadas na sigla em inglês) por meio de uma lista de restrições de duas páginas.
 

WikiCommons
A aplicação das regras será assegurada por um sistema de segurança que conta com câmeras, aparelhos de raio-X e mais de 23 mil seguranças, incluindo soldados do exército britânico e funcionários da empresa privada G4S.
Objetos e roupas que ostentam declarações políticas ou remetem a outras identificações comerciais que não a dos patrocinadores do evento estão proibidas. Dessa forma, o comitê evita que camisetas estampadas com Che Guevara ou críticas politizadas a empresas financiadoras das Olimpíadas estejam presentes na plateia.
As bandeiras, tão utilizadas nas comemorações de disputas, também foram alvo das restrições do comitê. Flâmulas de países que não estão participando dos jogos também não são permitidas, mas a regra não se aplica às bandeiras individuais da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Mesmo assim, apenas bandeiras com até 1 metro por 2 metros entrarão nos estádios.
Outros itens utilizados para torcer pelas equipes, como vuvuzelas, tambores, apitos e cornetas também foram vetados dos Jogos Olímpicos deste ano.
Assim como nos aeroportos internacionais, líquidos com mais de 100 ml e mochilas com mais de 25 litros de capacidade não poderão entrar. O porte de alimentos também sofreu restrições de modo que os espectadores não poderão trazer ao evento uma “quantidade excessiva de comida”, segundo o documento oficial.
 
Se os visitantes desejarem se alimentar, terão que arcar com os elevados custos das cantinas e restaurantes oficiais do evento, onde o almoço sairá por 40 libras, o hot-dog por 6 libras, uma garrafa de água por 1,60 libras e um refrigerante 2,80 libras. Até os fornecedores oficiais de alimentos sofrerão restrições do comitê. “Por conta de obrigações com nosso financiador, o McDonalds, o Locog instruiu a equipe de catering a não vender batatas fritas no Parque Olímpico a não ser que façam parte do tradicional prato inglês ‘fish and chips’”, explicou em nota a organização do evento.

O McDonalds, um dos maiores financiadores do evento, deve lucrar com as decisões. A empresa estabeleceu sua maior filial do mundo no Parque Olímpico com 1,5 mil lugares disponíveis.
Na segunda-feira (09/07), a Assembleia de Londres, instituição legislativa que analisa as atividades do prefeito da capital britânica, recomendou a exclusão da Coca-Cola e do McDonald's do patrocínio dos Jogos Olímpicos de Londres, que começam em 27 de julho próximo. Para o órgão, as Olimpíadas, evento que recebe os melhores atletas do mundo, não deveriam ser usadas por empresas que fabricam produtos com altos índices calóricos, como refrigerantes e hambúrgueres.



Às vésperas dos Jogos, Londres “limpa” área do parque olímpico de pobres e indesejados

Roberto Almeida | Londres


Falta pouco para o início da Olimpíada de Londres. A tocha, que já foi acesa na Grécia, vai percorrer o mundo e circular pelas ruas da capital britânica até acender a pira no Parque Olímpico de Stratford, zona leste da cidade. Dentro do estádio, 80.000 pessoas vão vibrar com a cerimônia de abertura enquanto, do lado de fora, moradores, ex-moradores e ativistas vão denunciar a “limpeza” da área, uma das mais empobrecidas do país, feita à base de políticas agressivas de coerção e remoção de pessoas em favor do “benefício econômico”.
Dois exemplos recentes, retratados pelo jornal britânico The Guardian e pela rede estatal BBC, mostram como políticas públicas, aliadas à especulação imobiliária, desfiguraram a zona leste de Londres. O primeiro revelou os efeitos perniciosos da criação de “zonas de dispersão”, com o intuito de facilitar abordagens e remoção de pessoas com “comportamento anti-social” da área do Parque Olímpico. O segundo expôs a alta dos aluguéis na região e o conseqüente aumento no número de despejos praticados por proprietários ávidos pelo “dinheiro olímpico”.
Todos os dados expostos pela imprensa britânica têm como fonte o Games Monitor (www.gamesmonitor.co.uk), ONG responsável por investigar e apresentar relatórios sobre as conseqüências dos Jogos Olímpicos para a cidade. A iniciativa, comparável à do Movimento Nossa São Paulo, já demonstrou em documentos bastante detalhados, compilados por voluntários, estudantes e especialistas, o crescimento no valor dos imóveis do leste de Londres, a explosão nos preços dos aluguéis e a prática de despejo.
Efe
Chama a atenção, de acordo com a ONG, como as práticas atravessam todo o espectro político britânico desde que Londres foi selecionada para sediar a Olimpíada. Novos Trabalhistas, liderados por Tony Blair, iniciaram o processo, agora assumido e levado a cabo pelo conservadorismo de David Cameron (foto ao lado). Ambos sempre exaltaram os “benefícios” que a Olimpíada traria ao Reino Unido.
Regeneração ou gentrificação?
A zona leste de Londres, uma das áreas mais pobres do país, já foi laboratório de pesquisa para o escritor Jack London, que resultou no best-seller O povo do abismo, e para o sociólogo Friedrich Engels, que ainda em sua juventude visitou o East End para escrever A condição da classe operária na Inglaterra. Ambos são retratos do início do século 20 que, com nova dose de alarmismo dos distúrbios do verão passado, povoam o imaginário londrino e engendram o movimento de “regeneração” da área, encampado por governo e proprietários.
“Para mim, a gentrificação (processo de exclusão econômica) é liderada pelos proprietários, mas facilitada por planejadores e tomadores de decisão. Comumente, em círculos de ativistas, ‘regeneração’ é tratada como ‘gentrificação patrocinada pelo Estado’. A explosão do preço das propriedades na cidade Olímpica/Stratford, no leste de Londres, parece ser um exemplo de ambas as coisas”, afirmou ao Opera Mundi a pesquisadora Carolyn Smith, colaboradora do Games Monitor.
Carolyn dá como exemplo documento elaborado pela Subprefeitura de Hackney, que administra os distritos mais afetados pelos Jogos. Intitulado “Convergence Strategic Regeneration Framework” (Modelo de Regeneração e Convergência Estratégica), ele impõe uma política que estimula a “mistura social” para nivelar as oportunidades na capital britânica.
“O documento essencialmente ignora a situação da população do leste de Londres – ele nos trata como um grupo problemático, dependente de auxílio-desemprego, aluguel social, salários baixos e que se mudam demais”, disse a pesquisadora, avessa à “tecnocracia perniciosa”. “Há nesse caso um privilégio de classe bastante definido, uma preferência por classes mais ricas e uma falta de comprometimento em diminuir as verdadeiras polarizações sociais.”
O leste de Londres é recipiente de ondas de imigrações desde o século 17. Já se estabeleceram ali franceses huguenotes, irlandeses, judeus e, desde a década de 1960, tornou-se lar para migrantes de Bangladesh. O distrito de Tower Hamlets e Newham, no sudoeste, é lar para a maior comunidade muçulmana da capital britânica. Eles são os principais afetados pela construção do Parque Olímpico.
As pessoas são informadas sobre as mudanças, e não consultadas para moldá-las. Governos sob todas as administrações e em todos os níveis parecem ignorar as críticas sobre suas políticas urbanas. Nesse caso, elas (os moradores do leste de Londres) foram caladas pela falta de uma organização que lhes desse voz”, disse Carolyn.
‘O governo mente desde o primeiro dia’
A irritação com as medidas do governo britânica é evidente em Julian Cheyne. Ex-morador de um condomínio social, o Clays Lane Peabody Centre, em Stratford, ele foi despejado e o conjunto, demolido para dar lugar ao Parque Olímpico. O Clays Lane, construído em 1977 e composto por 57 casas, era conhecido como a maior cooperativa de moradores do Reino Unido e a segunda maior da Europa. Todos foram removidos para outras áreas.
A Olimpíada de Londres mostra como o governo mente desde o primeiro dia. Eles classificam todo tipo de coisa como ‘benefício’, mas são coisas que nada têm a ver com a Olimpíada”, afirmou Cheyne ao Opera Mundi. “Despejos são característicos de megaeventos como a Olimpíada, e isso resulta em comunidades pobres desabrigadas e em desvantagem. O comércio pequeno e local não vai conseguir nada com a Olimpíada. Estamos falando de poder das corporações, que se beneficiam”, continuou.
Para Cheyne, o Rio de Janeiro, palco para os próximos Jogos, em 2016, precisa estar alerta ou “será tarde demais”. “O discurso de que a Olimpíada traz ‘benefícios’ será apresentado como um assunto de importância nacional, atropelando todas outras quaisquer considerações. Infelizmente, é provável que a maioria dos brasileiros aceitem esse argumento e que seja difícil de persuadi-los do contrário. Isso até o momento em que as pessoas vejam o que realmente está acontecendo e passem pela grande dor de cabeça que é a Olimpíada”, afirmou.

 
Limpeza olímpica: prostitutas são alvo de prisões e deportações no Reino Unido
 
 
Roberto Almeida | Londres
 
 
 
Roberto Almeida/Opera Mundi
Um grupo formado por prostitutas, assistentes sociais e parlamentares britânicos pretende intensificar, a partir de segunda-feira (18/6), uma campanha contra prisões e deportações de trabalhadores sexuais no Reino Unido até o fim da Olimpíada de Londres, em agosto. [Anúncios de serviços de prostituição em cabine telefônica, em Londres]

O objetivo é conseguir uma “moratória” da polícia e de agentes de imigração britânicos, que tem feito varreduras em bordéis e clubes na região do Parque Olímpico para prender trabalhadores sexuais suspeitos de estarem ilegalmente no país. A prostituição é legalizada no Reino Unido, mas agenciar pessoas é ilegal, com regras semelhantes às brasileiras. Ao todo, cerca de 80 casas de prostituição foram fechadas somente no bairro de Newham, zona leste de Londres.

Para o grupo, chamado Stop the Arrests (Parem com as Prisões), o governo britânico apóia-se em um “mito” de que a Olimpíada, assim como outros eventos esportivos de grande porte, causa um aumento no tráfico internacional de pessoas e incentiva a imigração ilegal para abastecer um “promissor” mercado do sexo.

A campanha tem como base estudos dos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), da Copa do Mundo da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010) e várias edições do Super Bowl, a partida final do futebol americano. Os números ventilados de pessoas traficadas e a realidade, amparada por documentos acadêmicos repletos de estatísticas, não batem.

Segundo os estudos, realizados pelo GAATW (Aliança Global Contra o Tráfico de Mulheres), governos têm lançados estimativas a esmo meses antes de eventos esportivos apenas para reforçar suas políticas anti-imigração.

A GAATW afirma que grupos abolicionistas estão por trás da operação, porque acreditam que é preciso “libertar” homens e mulheres da prostituição. Eventos esportivos de grande porte, em que há um grande fluxo de homens e um suposto aumento de demanda pelo mercado do sexo, seriam uma oportunidade para impor a lógica abolicionista sob uma perspectiva “mais humanitária”.
No entanto, com o reforço nas operações de achaque, a polícia acaba empurrando-os para a clandestinidade e tornando-os ainda mais vulneráveis. O processo de marginalização é reforçado por outdoors na região do Parque Olímpico que trazem do discurso de criminalização dos clientes.

Limpeza olímpica

As ações da polícia em Londres, de acordo com o Stop the Arrests, só servem para aumentar o risco de exploração indevida, tornando os trabalhadores sexuais mais vulneráveis à violência de cafetões e clientes.

Um trabalhador sexual ouvido pelo Opera Mundi disse que as pessoas já deixaram de anunciar em jornais por medo de sofrer com ação policial. “Eu acho que nem vou ficar aqui (em Londres). Aliás, minha ideia e a de muita gente que eu conheço é sair da cidade, que vai ficar um caos durante a Olimpíada”, disse ele, ligado ao grupo Stop the Arrest.

Para o rapaz, o projeto abolicionista é equivocado porque não considera o trabalho sexual como profissão e destrói o mercado. O mesmo acredita Jenny Jones, líder do Partido Verde britânico. “A polícia metropolitana de Londres parece estar regredindo em seu entendimento das liberdades civis, mas especialmente no tratamento dado a algumas das pessoas mais vulneráveis da nossa sociedade. Os trabalhadores sexuais de Londres precisam de proteção, e não de perseguição”, afirma Jenny.

O grupo enviou uma carta ao prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, pedindo maior atenção à deportação de trabalhadores sexuais. Assinada por associações de prostitutas e pelo deputado trabalhista John McDonnell, o documento afirma que as detenções e deportações de trabalhadores sexuais são “arbitrárias”.
Wikicommons

O grupo Stop the Arrest mandou uma carta de protesto ao prefeito de Londres, Boris Johson (primeiro da direita para a esquerda)

Histórico de operações

A campanha da Stop the Arrests vem na esteira de duas Operações Pentameter, deflagradas em 2006 e 2007 pela polícia britânica contra o tráfico internacional de mulheres. A primeira “libertou” 86 mulheres e fez mais de 200 prisões.

A rede estatal BBC produziu um documentário e atingiu grande audiência acompanhando a Pentameter II, mostrando os bastidores dos trabalhos de inteligência e libertação de mulheres em regime de escravidão sexual. “Não dá para dizer que não existe tráfico de pessoas”, admite o rapaz, que trabalha na zona leste de Londres. No entanto, segundo ele, a lógica de que a Olimpíada aumenta o tráfico não pode prevalecer.

Jane Ayres, gerente de uma ONG que cuida de mulheres em risco de Praed Street, em Paddington, centro-oeste de Londres, afirma que as batidas policiais têm minado o trabalho de aproximação com as prostitutas. “Nós perdemos contato com os lugares e com várias trabalhadoras sexuais, sendo que algumas são potencialmente vulneráveis e isoladas. Isso destruiu o trabalho de saúde que fazíamos com elas”, diz.


Londres-2012, as Olimpíadas do medo

Dave Zirin | Nova York
Texto originalmente publicado no blog Outras Palavras | Tradução: Daniela Frabasile


Até 48 mil policiais e 13,5 mil soldados. Baterias de mísseis aéreos posicionadas no alto de prédios residenciais. Uma arma sônica que dispersa multidões, criando “dor de rachar a cabeça”. Drones não-tripulados vigiando tudo do céu. Uma zona de segurança, contornada por uma cerca elétrica de mais de 17km, cercada por agentes treinados e 55 grupos de cães para ataque.
Você poderia pensar que essas são as táticas usadas pelas bases norte-americanas no Iraque e Afeganistão, ou talvez os métodos militares ensinados a ditadores do terceiro mundo na Escola das Américas em Forte Benning, Georgia. Mas elas fazem parte do aparato ostensivo de segurança preparado em Londres, para as Olimpíadas de 2012.
Na capital britânica, que já tem mais câmeras de segurança por pessoa que qualquer outra cidade no mundo, há sete anos os governantes não economizam para monitorar seus cidadãos. Mas a operação olímpica vai além de tudo o que já se viu, quando uma democracia ocidental hospeda os jogos. Nem mesmo a China em 2008 usou aviões não-tripulados (drones), nem cercou as instalações olímpicas com uma imensa cerca de alta voltagem. Mas aqui está Londres, preparando uma contra-insurgência, e posicionando um porta-aviões no meio do rio Tâmisa. Aqui está Londres, instalando scanners, cartões de identificação biométrica, sistemas de vigilância que reconhecem placas de carros e rostos, sistemas de rastreamento de doenças, novos centros de controle policial e pontos de revista.
Stephen Graham refere-se a estas táticas, no jornal The Guardian, como “Lockdown London” [algo como "Londres Cercada"]. É “a maior mobilização de militares e forças de segurança do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial”. Ele não está exagerando. O número de soldados irá superar as forças que o Reino Unido enviou ao Afeganistão.
Não se trata apenas dos custos e de inacreditável invasão de privacidade. O poder está sendo passado para a polícia. A “lei dos jogos olímpicos em Londres”, de 2006, capacita, além do exército e da polícia, forças de segurança privadas para lidar com “questões de segurança” usando força física. Essas “questões de segurança” foram definidas de forma ampla. Incluem tudo: de “terrorismo” até protestos pacíficos, ações sindicais, camelôs vendendo produtos das Olimpíadas nas ruas, banimento de qualquer presença corporativa que não tenha o selo de aprovação das Olimpíadas. Para ajudar a cumprir a última parte, haverá “equipes de proteção de marcas” na cidade. Também operarão nas instalações olímpicas, para garantir que ninguém “vista roupas ou acessórios com mensagens comerciais que não sejam dos patrocinadores oficiais”.
A operação de segurança também inclui assédio nas ruas. Como reportou o Guardian, “policiais têm poder de deslocar qualquer pessoa que considerem engajada em comportamento antissocial, como dar voltas em estações de trem, pedir dinheiro, mendigar, caminhar indolentemente, cobrir-se com capuz ou qualquer outra maneira de causar incômodo”.
Não há razão alguma para que as Olimpíadas sejam assim. Uma celebração internacional de esportes – particularmente mais diversos do aqueles com que estamos acostumados – não precisa de drones e porta-aviões. Não existe razão para que atletas do mundo inteiro necessitam de tal aparato para se unir e mostrar seu potencial físico.
Mas as Olimpíadas atuais estão para o esporte assim como a guerra do Iraque estava para a democracia. As Olimpíadas não só têm a ver com atletas. E definitivamente não estão relacionadas a “unir a comunidade das nações”. São um cavalo de Tróia neoliberal destinado a ampliar negócios e reverter as liberdades civis mais elementares.
Sem querer chocar ninguém, sustento: não há sinais de que esse aparato de segurança será desmontado depois do término das Olimpíadas. As forças policiais ganharam um número excessivo de brinquedos, as caixas foram abertas.
Num certo sentido, as Olimpíadas sempre cumpriram este papel. Desde a Berlim comandada por Hitler em 1936, até a chacina de estudantes na Cidade do México, em 1968; o ataque às gangues em Los Angeles em 1984; o desalojamento em massa de cidadãos em Beijing em 2008, a “repressão” sempre foi parte dos jogos. Mas no mundo pós 11 de Setembro, as apostas são muito mais altas. As Olimpíadas tornaram-se a colher de açúcar que ajuda a tomar o remédio; o remédio é que nossos governantes descobriram o inimigo; e o inimigo somos todos nós.

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