17/07/2012
GOVERNAR PARA OS POBRES, NÃO PARA OS BANQUEIROS
Por Mauro Santayana
(HD) - A presidente
Dilma Rousseff é, segundo alguns de seus subordinados, rude e autoritária,
obstinada e sem qualquer tolerância com o erro. Nisso, não parece ter a visão
mineira de como deve ser o convívio nos círculos do poder. Os governantes,
em nosso
Estado, e fora poucas exceções, costumam elogiar seus
auxiliares em público – e censurá-los pesadamente em
privado.
Admitamos o estopim
curto da Chefe de Estado. Mas seu discurso em Salvador, sobre a diferença
entre o comportamento do governo brasileiro diante da crise econômica mundial e
o comportamento dos assim chamados “paises ricos”, merece ser meditado com todo
o respeito. Dilma revela sua pressa no combate às desigualdades sociais em nosso
país, e isso pode explicar seu temperamento. Os últimos anos trouxeram redução,
muito pequena, ainda, na diferença entre os ricos e os pobres. Essa redução se
deve à ação do Estado, em sua política compensatória, que se refletiu no aumento
da demanda de bens de consumo necessário, e, em conseqüência, do aumento da
atividade econômica virtuosa.
A crise mundial, neste
tempo de globalização neoliberal, e do primado das finanças sobre a produção,
não poupa ninguém. Teremos que fazer opções, e opções graves. Tancredo costumava
dizer que o governante é obrigado a fazer escolhas difíceis, a cada minuto. Terá
que escolher entre construir a ponte e escola; entre o estádio de futebol e o
hospital, entre a estrada e o laboratório de pesquisas, entre contratar
professores ou policiais. Hoje, os governantes estão pendentes do PIB. Mas, o
que é mesmo o PIB? O objetivo do homem não é apenas o de produzir, mas o de
produzir para viver bem.
Dilma afirmou que sua
preocupação não é com o PIB, mas, sim, com as crianças brasileiras. É preciso
mudar o índice do PIB, por alguma coisa como FIB - Felicidade Interna Bruta. A
astúcia do capitalismo é a de transformar os seres humanos em alucinados pelos
automóveis de luxo, pelas roupas de grife, pelo mundo colorido das chamadas
celebridades.
A presidente afirmou
que o Brasil, para enfrentar a crise, não vai usar os mesmos métodos dos países
europeus, que entregaram seu destino aos banqueiros e, em razão disso, castigam
os trabalhadores.
Os grandes bancos,
conforme denunciou The Economist, se transformaram em gangues de
assaltantes. Não estão sujeitos a qualquer fiscalização, e decidem o quanto
devem saquear do mundo do trabalho, como, sob a liderança do Barclays, fizeram
ao manipular a taxa Libor. Em todos os países europeus, os cortes orçamentários
atingem o ensino, a segurança dos cidadãos, os empregos, a saúde pública.
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