terça-feira, 24 de julho de 2012

A Chevron e seus crimes ambientais na Amazônia equatoriana

São esta as empresas que nossos entreguistas querem ver explorando o petróleo brasileiro ao invés da Petrobrás.

Contaminação na região de Shushufindi
24/07/2012  

AÇÃO CONTRA A CHEVRON
Fonte: Rede Brasil Atual/Redação 

Há quase um mês, a justiça brasileira tem nas mãos um dos maiores processos da história. No dia 27 de junho, advogados que representam cerca de 30 mil indígenas e camponeses da Amazônia equatoriana acionaram o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que reconhecesse no país uma decisão emitida pela corte do Equador contra a empresa petrolífera Chevron.
A companhia foi considerada culpada por despejar aproximadamente 66 bilhões de litros de petróleo e demais elementos tóxicos no meio ambiente, sem qualquer tratamento prévio. Como consequência, o solo, os lençóis freáticos e os cursos d'água ficaram permanentemente contaminados. A Chevron, que na época atendia pelo nome de Texaco, também foi condenada por ter aberto na floresta mais de mil piscinas onde lançou todo tipo de rejeito químico proveniente da extração petrolífera. Muitas permanecem ao ar livre até hoje. Outras foram soterradas e voltaram a brotar.
Foram 28 anos de prospecções, entre 1964 e 1992, que renderam à empresa a extração de 1,7 bilhão de barris de petróleo. Nesse intervalo, dois povos indígenas (tetetes e sansahuaris) simplesmente desapareceram, os índices de desenvolvimento humano da região despencaram e as taxas de câncer foram às alturas. São, respectivamente, os mais baixos e os mais altos do Equador. Em 2009, a Revista do Brasil visitou Shushufindi, uma das cidades diretamente afetadas pela atuação da Chevron, e constatou o tamanho da tragédia. As cifras da violência são altíssimas para um município eminentemente rural de 18 mil habitantes, e o hospital local não vence tratar todos os casos de gastroenterite causados pela ingestão de água repleta de metais pesados. Em 2011, a justiça equatoriana determinou que a empresa deveria pagar uma multa de US$ 9,5 bilhões e pedir desculpas públicas pelos males que causou. Como as palavras de arrependimento não vieram, a indenização dobrou.
A Chevron recorreu da sentença, mas não teve jeito: no último mês de janeiro, 19 anos depois de terem iniciado o processo, as vítimas finalmente receberam uma resposta favorável dos tribunais. “Não poderia ter sido diferente”, argumenta Pablo Fajardo, advogado dos atingidos, que viveu na pele as arbitrariedades da companhia e resolveu estudar Direito para fazê-la pagar pelo que fez. “O crime está aí, é evidente e latente até hoje. Tudo está totalmente provado no processo, e a sentença está apegada às leis.” (Rede Brasil Atual/Redação)

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