Barão convida Ayres Britto para abrir encontro de blogueiros sujos
- Publicado em 04/04/2012
Ayres Britto, PHA, Cesar Marcos Klouri e Miro Borges: a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade
O Ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, recebeu do presidente do Barão de Itararé, Miro Borges, o convite para abrir o encontro de blogueiros sujíssimos em Salvador, na sexta-feira 25 de maio.
No encontro realizado na noite desta terça-feira, no gabinete do Ministro, no Supremo, Miro foi acompanhado deste ansioso blogueiro e seu advogado para causas cíveis – são umas 40 – Cesar Marcos Klouri.
Miro explicou que o Encontro se centrará sobre dois eixos: a luta pelo Marco Regulatório da Comunicação e a crescente censura a blogueiros pela Justiça.
Ayres Britto informou que aceitará o convite, desde que não haja um impedimento técnico: assunto correlato estar em julgamento no Supremo.
Se não for, concordou em enviar mensagem que possa ser lida como abertura oficial do evento.
De qualquer forma, Miro informou que o Encontro reproduzirá o que fez no I Encontro Nacional de Blogueiros Sujos, em São Paulo, dois anos atrás: colocar um banner acima da mesa de abertura, com uma frase do Ministro, considerado o Patrono da Liberdade na Internet brasileira.
Ayres Britto sugeriu, então, não uma, mas duas frases.
“A liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade”, de Ayres Britto.
E “os excessos da liberdade se corrigem com mais liberdade,” de Alexis de Tocqueville.
Britto disse que não vê necessidade de qualquer lei que regule a liberdade na Comunicação, porque a Constituição regula tudo.
Está tudo lá, ele disse.
Sobre a crescente judicialização da censura à liberdade de expressão, Britto acredita que o próprio STF já se pronunciou em diferentes decisões – inclusive dele, Britto – de forma a assegurar a liberdade.
Especialmente da Internet, que deve merecer liberdade ainda maior.
Aos poucos, ele acredita, o Judiciário incorporará esses conceitos, inclusive em relação à Internet.
O Judiciário progressivamente entenderá inclusive a linguagem irreverente – à la Itararé – e crítica da Internet, observou Klouri: que precisa ser diferente da linguagem da mídia tradicional, inclusive por seu caráter interativo.
É uma questão de tempo, disse Britto.
A conquista da liberdade de expressão no Brasil é irreversível – ponderou o Ministro.
E influencia, positivamente, a atitude em relação à imprensa, em toda a América Latina.
Klouri lembrou que, em recente vitória do ansioso blogueiro na Justiça do Rio contra Daniel Dantas, corajosa decisão da Juiza se baseou em muitos pontos em decisões de Britto.
Miro lembrou que uma das ações do Encontro em Salvador será um ato solene na Praça Castro Alves, em que este ansioso blogueiro, com voz de locutor de baile de debutante, lerá trechos do poema “O livro e a América”.
E, como num jogral improvisado, o Ministro e o ansioso blogueiro recitaram “o livro caindo n’alma é germen que faz a palma, é chuva que faz o mar !”
E ele escreveu isso com 24 anos ! , lembrou o poeta Ayres Britto.
Aí a conversa seguiu em direção a Tom Jobim – vocês viram o filme do Nelson Pereira dos Santos ?, ele perguntou – a Chico Buarque – o Ministro pretende ver o novo show -, Villa Lobos, Pixinguinha, Noel – morreu com 24 anos !, lembrou ele – Caymmi e terminou com uma breve polêmica: qual o maior: Eça ou Machado ?
Machado !, foi o voto do ansioso blogueiro.
Paulo Henrique Amorim
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O Estadão.com, 15 de março de 2012 | 0h 05
Eliana Calmon faz críticas a bandidos com foro privilegiado
BRASÍLIA - Depois de criticar os bandidos de toga, agora a corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, atacou os bandidos com foro privilegiado. Em palestra na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, Calmon afirmou "que o foro tem abrigado muitos bandidos".
"Não queremos apedrejar quem está no crime por dinheiro, para sobreviver, mas quem está nas suas casas fantásticas ou buscando proteção do foro", afirmou a ministra. Eliana Calmon afirmou que o combate à corrupção e à impunidade deveria começar pelo "ápice da pirâmide".
"Quantos Josés da Silva já prendemos para dizer que não há impunidade?", questionou a ministra. Esses Josés da Silva, conforme a ministra, estão muitas vezes a serviço de grandes criminosos que não são perseguidos pela polícia.
Na palestra, a ministra afirmou que hoje um "exército" composto pela opinião pública hoje que protege os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que essa blindagem ocorreu em razão da expressão que ela usou em uma entrevista.
"Isso só foi possível por uma frase: existem bandidos por trás da toga", disse. "Eu sou falastrona", reconheceu. "Eu quero chocar. Eu não quero chocar a magistratura. Ela se choca porque quer", afirmou.
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