Renda das mulheres cresce três vezes mais que a dos homens
Fabiana Ribeiro / Letícia Lins
Administrador de empresas Paulo André Nascimento Lamenha, 27 anos, ganha R$ 700,00. A mulher Juliana Feitosa, professora, recebe R$ 1.300,00 Hans von Manteuffel / Agência O Globo
RIO e RECIFE — A distância entre os rendimentos de homens e mulheres
ficou mais curta na década. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, o
rendimento médio mensal de todos os trabalhos ficou em R$ 1.344,70,
alta de 5,5% de 2000 para 2010. Contudo, o incremento para as mulheres
(13,5%) foi maior do que o dos homens (4,1%), reduzindo o abismo que
ainda persiste entre as remunerações. Em 2000, a remuneração delas
representava 67,7% da deles. Em 2010, sobe para 73,8%. Aumento da
escolaridade feminina e maior presença no mercado de trabalho ajudam a
explicar os avanços, segundo especialistas.
— As conquistas foram no grito. Elas vão precisar gritar muito para encurtar ainda mais essa distância. Essa desigualdade ainda é enorme — disse Hildete Pereira, professora da UFF.
Dos 80 milhões de ocupados em 2010 com rendimento, 46,9 milhões eram homens, que recebiam, em média, R$ 1.509,62. Já as 33,7 milhões mulheres tinham ganhos médios mensais de R$ 1.115,20. Apesar das diferenças, a distância entre os rendimentos caiu em todos as regiões do país.
— A mulher, tradicionalmente, está mais presente em ocupações de menor remuneração. É o caso, por exemplo, dos serviços domésticos, onde 90% dos trabalhadores são mulheres. Contudo, as mulheres têm aumentado sua inserção em outras atividades, onde a presença masculina é maior, como no setor de construção civil. Isso tem ajudado a elevar a renda das mulheres. Ainda assim, a desigualdade continua: há um passivo muito grande — explicou Vandeli Guerra, pesquisadora do IBGE.
Na avaliação de Hildete, as mulheres ocupam empregos mais precários e menos sindicalizados, o que também ajuda a entender os salários menores.
— A despeito de uma escolaridade maior, as mulheres ganham menos. Além do inegável preconceito, a carreira da mulher é travada pela família. É ela a responsável pelos filhos, pela casa. Então, faltam de creches públicas a uma divisão das tarefas domésticas mais igualitária.
As estatísticas aparecem no orçamento do casal de pernambucanos Paulo André Nascimento e Juliana Feitosa. Formado em administração, ele ganhava R$ 700 na empresa em que trabalhava. Já Juliana recebe R$ 1.300 como professora do estado;
— Sei que ele tem condições de progredir e que essa situação é provisória — afirma Juliana.
E é provisória mesmo. Ontem foi o último dia de Paulo André na empresa. Ele fez concurso para a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), estatal que cuida da água e esgoto no estado. O jovem vai passar a ganhar R$ 3 mil. Mas Juliana também já sonha com voos mais altos. Está concluindo jornalismo, concilia a escola com um estágio e espera ganhar mais quando terminar a universidade. Só não sabe se vai superar o companheiro de novo.
— As conquistas foram no grito. Elas vão precisar gritar muito para encurtar ainda mais essa distância. Essa desigualdade ainda é enorme — disse Hildete Pereira, professora da UFF.
Dos 80 milhões de ocupados em 2010 com rendimento, 46,9 milhões eram homens, que recebiam, em média, R$ 1.509,62. Já as 33,7 milhões mulheres tinham ganhos médios mensais de R$ 1.115,20. Apesar das diferenças, a distância entre os rendimentos caiu em todos as regiões do país.
— A mulher, tradicionalmente, está mais presente em ocupações de menor remuneração. É o caso, por exemplo, dos serviços domésticos, onde 90% dos trabalhadores são mulheres. Contudo, as mulheres têm aumentado sua inserção em outras atividades, onde a presença masculina é maior, como no setor de construção civil. Isso tem ajudado a elevar a renda das mulheres. Ainda assim, a desigualdade continua: há um passivo muito grande — explicou Vandeli Guerra, pesquisadora do IBGE.
Na avaliação de Hildete, as mulheres ocupam empregos mais precários e menos sindicalizados, o que também ajuda a entender os salários menores.
— A despeito de uma escolaridade maior, as mulheres ganham menos. Além do inegável preconceito, a carreira da mulher é travada pela família. É ela a responsável pelos filhos, pela casa. Então, faltam de creches públicas a uma divisão das tarefas domésticas mais igualitária.
As estatísticas aparecem no orçamento do casal de pernambucanos Paulo André Nascimento e Juliana Feitosa. Formado em administração, ele ganhava R$ 700 na empresa em que trabalhava. Já Juliana recebe R$ 1.300 como professora do estado;
— Sei que ele tem condições de progredir e que essa situação é provisória — afirma Juliana.
E é provisória mesmo. Ontem foi o último dia de Paulo André na empresa. Ele fez concurso para a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), estatal que cuida da água e esgoto no estado. O jovem vai passar a ganhar R$ 3 mil. Mas Juliana também já sonha com voos mais altos. Está concluindo jornalismo, concilia a escola com um estágio e espera ganhar mais quando terminar a universidade. Só não sabe se vai superar o companheiro de novo.
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