sábado, 13 de agosto de 2011

Um Torquemada como favorito


Se este elemento abaixo for eleito, preparemo-nos para ver outra aberração ocupando a presidência dos EUA.



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São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

Governador do Texas chega como favorito

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Quando estava na faculdade, Rick Perry se destacou como animador de torcida -o feito está em seu currículo ao lado do diploma em veterinária. Pois é com essa habilidade, que seus conterrâneos descrevem como "excepcional", que o governador do Texas entra hoje na corrida presidencial americana.
Carisma, uma base forte na direita cristã garantida pelo fervor religioso constante em seus discursos e um repetitivo discurso anti-impostos (nova praxe da oposição) devem ajudar a avivar uma disputa que, há poucas semanas, parecia soporífera. Pesquisas nesta semana o apontam em segundo lugar entre os republicanos, e a arrecadação de fundos para sua campanha avançou antes de iniciá-la oficialmente.
"Ele é experiente em campanhas, foi governador do Texas por uma década, tem uma boa equipe e é muito bom na 'política de atacado', em motivar multidões", disse à Folha Sherri Greenberg, professora de política na Universidade do Texas em Austin. Greenberg, ex-deputada estadual democrata que foi colega de Perry na Câmara do Texas, aponta outra razão para o salto do governador: ele ainda não foi submetido ao escrutínio dos demais.
No ano passado, a revista "Economist" ressaltou que seu Estado tem "a maior proporção de gente sem seguro médico, a terceira taxa de pobreza, o segundo percentual de presidiários, a pior taxa de gravidez adolescente, a menor proporção de formandos no ensino médio e a pior participação eleitoral do país".
Para o governador, no entanto, essas são questões que só devem ser tratadas após sanar as contas do Estado -coisa que ele pretende fazer sem aumentar a arrecadação, independentemente dos problemas de caixa.
"Ele se negou a subir impostos mesmo quando o Texas enfrentava um deficit recorde em 2003, de US$ 10 bilhões", diz o site do governo. "Em 2005, Perry assinou isenções fiscais de US$ 15,7 bilhões para proprietários de imóveis e empresários."
Apesar da comparação imediata que evoca outro governador republicano e evangélico do Texas -George W. Bush, de quem foi vice e herdou o cargo- analistas veem pouca semelhança.
Nascido em 1950 em uma família de arrendatários, Perry cresceu numa fazenda de algodão e foi um dos primeiros em casa a frequentar uma faculdade (a maioria das biografias o descreve como aluno medíocre; fontes oficiais evitam o assunto).
Após se formar no Texas, ele se juntou em 1972 à Força Aérea, pilotou por cinco anos na Europa e no Oriente Médio e chegou a capitão. Voltou aos EUA, casou-se com a namorada de infância, a enfermeira Anita (têm dois filhos) e entrou para a política pelo Partido Democrata, como deputado.
A conversão se deu quando virou comissário agrícola, antes de ser vice-governador, em 1998. Em 2010, lançou "Fed Up!" (algo como "de saco cheio"), livro que defende o encolhimento do governo federal, mais liberdade aos Estados e, sim, menos imposto. "A mudança que procuramos nunca virá de Washington", deve dizer ele hoje ao anunciar sua candidatura, na Carolina do Sul. "Virá das pradarias varridas pelo vento no meio da América, das fazendas e fábricas desta grande terra, dos corações e mentes de americanos tementes a Deus."

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