segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O 'ajuste' contra os pobres para saciar o apetite dos ricos

Canto o crepúsculo da tarde
E o clarão da linda aurora,
Canto aquilo que me alegra
E aquilo que me apavora
E canto os injustiçados
Que vagam no mundo afora

(Patativa do Assaré)

 
Andre Liohn/Folhapress
Mulher segura criança com desnutrição no Hospital Benadir, em Mogadício, na Somália


O METABOLISMO QUE UNE ESTADOS ENDIVIDADOS, FOME E RIQUEZA FINANCEIRA
 

Dez maiores gestoras de fundos de investimentos do mundo controlam US$ 17,4 trilhões – uma riqueza financeira 20% superior ao PIB dos EUA, diz a BBC. A ong Oxfan calcula em US$ 2,4 bi os recursos necessários para acudir a fome no chifre da África, onde 30 mil crianças morreram de desnutrição nos últimos 12 meses e 2,5 milhões de pessoas rondam o mesmo abismo. O orçamento da FAO, o braço da ONU para tratar da segurança alimentar e da agricultura é de US$ 1 bi.

Os países ricos querem reduzir a sua contribuição ao organismo como parte de um ajuste fiscal destinado a oferecer juros mais altos aos detentores da dívida pública. Entre eles, fundos que ameaçam fugir para oportunidades mais seguras do que países atolados no modelo fiscal amigável aos mercados. Qual? Aquele em que a taxação da riqueza foi substituída pela generosa captação de uma fatia dela a juros, atrelando-se o orçamento público a uma espiral rentista que agora exige 'ajuste' contra os pobres para saciar o apetite dos ricos.

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