segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Johnbim elogia Dilma e diz que quer ficar no governo





Folha.com, 01/08/2011 - 14h57

Jobim elogia Dilma e diz que quer ficar no governo

 
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
 
O ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou nesta segunda-feira (1º) que não está demissionário e que deseja permanecer no governo. Em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura, ele disse ter "prazer" no cargo e rasgou elogios à presidente Dilma Rousseff, que estuda substituí-lo.
"A presidente Dilma é extraordinária. Minha relação com ela é ótima. Ela tem uma grande visão de Estado, uma visão de futuro", disse.
O peemedebista irritou Dilma na semana passada ao declarar, em entrevista à Folha e ao UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha), que votou em José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2010 (veja trecho em vídeo abaixo). Seis dias depois, ele disse não se sentir desconfortável na Esplanada.
"Eu não tenho nehum problema, nenhuma dificuldade. Eu estou no governo porque me dá prazer", afirmou. "Sou ministro por prazer. Tenho desejo de continuar a fazer aquilo que estou fazendo."
Questionado se teria vontade de deixar o governo, Jobim foi enfático: "Não. Absolutamente. Não mesmo. Eu tenho um projeto para tocar".  O ministro repetiu a versão de que teria informado seu voto em Serra ao ex-presidente Lula durante a campanha. E disse não ter enganado a atual chefe, que enfrentou o tucano no segundo turno.
"Alguém pode não acreditar, mas eu não sou dissumulado. Sempre fui assim."
A gravação da entrevista teve início na tarde desta segunda-feira nos estúdios da TV Cultura, em São Paulo, e vai ao ar na noite.

São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2011

Corda bamba

RANIER BRAGON
 No governo, os defensores da permanência de Nelson Jobim (Defesa) estimulavam o ministro a cancelar a ida ao "Roda Viva", hoje, ou a aproveitar o programa para amenizar o tom da declaração de voto em José Serra.


São Paulo, sábado, 30 de julho de 2011

Presidenta constrange Jobim e cogita substituição

NATUZA NERY
FERNANDO RODRIGUES
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

A presidenta Dilma Rousseff constrangeu ontem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao tratá-lo de forma protocolar durante evento oficial no Palácio do Planalto.
Ela avalia a possibilidade de demiti-lo da pasta após Jobim declarar publicamente à Folha e ao UOL ter votado no tucano José Serra na eleição presidencial de 2010.
Dilma ficou irritada com a declaração. Cogitou demitir Jobim, mas preferiu não fazer isso já. No governo avalia-se que, se o ministro tivesse pedido demissão, ela teria aceito na hora.
Ontem, em um evento no Planalto, Dilma tratou o auxiliar com frieza ostensiva. Não o citou no discurso, como é praxe. O cumprimento entre ambos foi protocolar.
Dilma já sabia da opção eleitoral do ministro por Serra desde o ano passado. Ainda assim, decidiu reconduzi-lo ao cargo por influência de Lula. Pesou a favor de Jobim seu reconhecimento no meio militar e seu trabalho para institucionalizar o Ministério da Defesa, criado há 12 anos.
Ministro de Lula e Fernando Henrique, Jobim perdeu espaço sob Dilma. Deixou de ser mediador em negociações com o mundo jurídico e não conseguiu concluir a compra dos caças Rafale.
O próprio Jobim confidenciou a amigos que não ficará por muito tempo no posto. A recente polêmica, porém, pode precipitar sua saída.
Ontem, integrantes do alto escalão tratavam da demissão sem cerimônia. Dilma chegou a ouvir de diversos interlocutores que o melhor seria demiti-lo de imediato.
Na segunda, o ministro dará entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.

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