quinta-feira, 18 de agosto de 2011

EUA já perdeu o equivalente a um Brasil

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São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Até Buffett

RICARDO MELO

SÃO PAULO - O americano Warren Buffett tem lugar assegurado em qualquer ranking de bilionários. Ele e seu fundo de investimentos, o Berkshire Hathaway, são suspeitos de muita coisa -recentemente, um de seus principais executivos foi pilhado fazendo operações em proveito próprio. Nem de longe Buffett pode ser chamado de socialista, social-democrata ou populista.
Pois bem, vieram dele declarações emblemáticas sobre o buraco em que o mundo se meteu. "Enquanto os pobres e a classe média combatem por nós no Afeganistão e muitos americanos lutam para chegar ao fim do mês, nós, os megarricos, nos beneficiamos com isenções extraordinárias."
No mesmo artigo no "New York Times" em que defende aumento de impostos para os mais ricos, Buffet foi além: "Nossos líderes pediram um sacrifício compartilhado. Perguntei a meus amigos megarricos quais sacrifícios esperavam. Eles também não foram afetados".
Como é notório, virou moda acusar governos de arrecadar demais e economizar de menos. O certo seria passar a faca nas despesas. Por exemplo, cancelando o aumento real prometido a aposentados.
Para infelicidade dos mauricinhos da academia -alguns nem academia têm, mas lhes sobra a empáfia-, isto apenas falseia o debate. Trata-se, isto sim, de saber quem paga os tributos, quem decide como usá-los e como são usados.
Meio envergonhado, o bilionário Buffett explicou que os impostos que pagou somaram 17,4% de seus vencimentos. Já para 20 funcionários de seu escritório, o valor oscilou entre 33% e 41%. Lembrou ainda que a taxação dos ricos era bem maior em 1980-90, quando os EUA criaram milhões de empregos.
No Brasil, se for muito diferente, é para pior. Os endinheirados locais adoram os impostômetros eletrônicos que denunciam o peso da carga tributária. Mas escondem que, também por aqui, quem ganha mais paga pouco e sonega muito. Sobra até para comprar ilhas na Bahia.


São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EUA e a crise

ANTONIO DELFIM NETTO

Acabam de ser publicadas as estimativas corrigidas do crescimento real do PIB dos EUA (medido a preços constantes de 2005) e que dão uma visão mais realista do que aconteceu à economia americana nos últimos quatro anos (2º trim. 2011/2º trim. 2008).
Ela apenas retornou ao nível em que se encontrava no 2º trimestre de 2007! Há quatro anos o PIB está estagnado. Como a população cresceu, isso significa que o PIB per capita diminuiu. Considerando que em condições normais de pressão e temperatura o PIB real americano cresce à taxa de 2% ao ano, a flutuação dos últimos quatro anos representa qualquer coisa entre 10% e 15% de um PIB anual (mais ou menos um PIB anual do Brasil) que potencialmente deixou de ser produzido pela disfuncionalidade do sistema financeiro.

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