sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As mensagens escondidas dos operários que construíram Brasília

São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Câmara descobre mensagens de operários que construíram Brasília

Sergio Lima/Folhapress
Escritos a lápis deixados por operários que participaram da construção da Câmara

NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA

Em busca de um vazamento de água, a Câmara dos Deputados acabou encontrando mensagens de 52 anos atrás.

Num buraco ao lado da cúpula onde fica o plenário, estão frases como "Duraleques Ce De Lequis" (arremedo de "Dura Lex, Sed Lex", ditado em latim que diz que "a lei é dura, mas é a lei"), de José Silva Guerra, e "Amor, palavra sublime que domina qualquer ser humano", de Nelson Nilson, dois dos operários do local.

Segundo Reinaldo Carvalho Brandão, diretor do departamento técnico da Casa, o vazamento -que infiltrava água no Salão Verde do Congresso- já durava anos.
O problema, diz, estava num dos "caixões perdidos" -espaço fechado feito por quatro vigas, uma laje em cima e outra embaixo. Ao abrir o "caixão", os atuais operários da Casa encontraram as mensagens datadas de 1959, um ano antes da inauguração de Brasília.

"Que os homens de amanhã que aqui vierem tenham compaixão dos nossos filhos e que a lei se cumpra", escreveu Guerra antes do ditado.

O autor, aliás, trabalhou 208 horas em março daquele ano, além das 98 extras, segundo o livro de ponto. Tirando os domingos, mais de 11 horas de trabalho por dia.

"Si todos o brasileiros focem diginos de honra e honestidade, teríamos um Brazil bem melhor!" [sic], escreveu outro operário.

"Deixaram esses recados para nós", afirma o atual presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

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