O Globo.com, 12/01/2012
Relatório da OIT destaca política brasileira de valorização do mínimo
Agência Brasil
BRASÍLIA - A experiência do Brasil de valorização do salário-mínimo foi destacada no relatório “Panorama Laboral”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta quinta-feira. Segundo o documento, apesar de haver outras referências importantes na América Latina e no Caribe, cabe destacar a experiência brasileira por causa de sua importância no desenvolvimento socioeconômico recente do país.
O Brasil adotou durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma política de valorização do salário-mínimo que acabou virando lei, em 2011, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff.
A política foi fruto de um acordo entre sindicalistas, empresários e o governo. A base de cálculo para o salário é a inflação do período anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do penúltimo ano. No Brasil, o mínimo tem abrangência nacional e, legalmente, nenhum trabalhador pode receber um subsídio menor.
Entre os critérios adotados pela política de valorização do salário-mínimo estão fatores como a preservação do poder aquisitivo, medido pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e um aumento real baseado no PIB.
O relatório afirma que o mínimo é um pilar importante do modelo de crescimento com inclusão social, dada a sua referência para a estruturação do mercado de trabalho e para as políticas sociais.
Durante os oito anos de governo do presidente Lula (2003 a 2010), o salário-mínimo aumentou, em média, 5,8% ao ano, com um avanço real acumulado de quase 60%, de acordo com o documento. No mesmo período, o PIB aumentou, em média, 4% ao ano, sendo que o PIB per capita cresceu em um ritmo de 2,3%. O resultado disso, segundo o relatório, foi um crescimento do salário-mínimo acima do PIB o que “desencadeou efeitos redistributivos importantes e contribuiu para a redução dos níveis de pobreza”.
Esse crescimento, aponta o relatório, é quase o dobro do observado durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002). Nesses anos, o crescimento do mínimo foi de 3,3% ao ano e o crescimento do PIB de 2,3%; o PIB per capita cresceu 0,8%. Considerando os dois períodos (16 anos), o mínimo duplicou em termos reais.
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