Boni sacanaeia Bial no 'Altas Horas'
O Bernardo vai punir o BBB ? Não ! Sim ! Vote !
Publicado em 17/01/2012
Ou foi “o amor é lindo” ou foi estupro. O BBB é a cracolândia da tevê ?
A Globo é dono do espectro eletro-magnético que pertence ao povo brasileiro ?
Quer dizer que em nome da liberdade de imprensa … estupro pode ?
Para a Globo funciona a auto-regulação: ela manda o Daniel embora e não se fala mais nisso !
O que o Cardeal Primaz acha de o Boninho conversar com a rapaziada num “confessionário” ?
Qual a próxima atração, ao vivo: bebedeira, orgia, todo mundo nu ?
Ou assassinato ? Esquartejamento ? Ménage ? Gravação de um filme pornô ?
Joga o edredon fora !
Onde é que nós estamos ?
A Globo é dono do espectro eletro-magnético que pertence ao povo brasileiro ?
Quer dizer que em nome da liberdade de imprensa … estupro pode ?
Para a Globo funciona a auto-regulação: ela manda o Daniel embora e não se fala mais nisso !
O que o Cardeal Primaz acha de o Boninho conversar com a rapaziada num “confessionário” ?
Qual a próxima atração, ao vivo: bebedeira, orgia, todo mundo nu ?
Ou assassinato ? Esquartejamento ? Ménage ? Gravação de um filme pornô ?
Joga o edredon fora !
Onde é que nós estamos ?
O Bernardo vai fazer alguma coisa ?
Não
O Bernardo jamais enfrentaria o Boninho !
Sim
Chega de subserviência !
O Bernardo jamais enfrentaria o Boninho !
Sim
Chega de subserviência !
Clique aqui e vote !
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BBB: delegado foi à Globo. E o Bernardo ?
Publicado em 17/01/2012
O amor é lindo ! (hic, hic, hic !)
Saiu no Estadão online:
Delegado vai ao Projac ouvir depoimento de estudante do BBB
Agente vai indagar Monique Amin sobre suspeita de abuso sexual contra ela por outro participante do programa
17 de janeiro de 2012
Pedro Dantas – Estado de S.Paulo
O titular da 32.ª Delegacia de Polícia do Rio, na Taquara, Antônio Ricardo Eli Nunes, chegou, na manhã desta terça-feira, 17, aos estúdios do Projac, da TV Globo, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. O delegado pretende interrogar Monique Amin, participante do Big Brother Brasil que pode ter sofrido abuso sexual durante a 12.ª edição do programa.
Os agentes vão indagar se a jovem pretende realizar exame de corpo de delito – para isso, ela precisaria deixar o local – e fazer uma denúncia.
Investigação. A Polícia Civil do Rio iniciou uma investigação depois que cenas de Monique e do modelo paulista Daniel Echaniz causaram polêmica na internet. Ambos foram filmados numa cama, sob um edredom e, enquanto o modelo movimentava o corpo de forma ritmada, a estudante parecia dormir, embriagada.
A produção do programa retirou Echaniz do programa na noite de ontem. . Ele deve ser ouvido também hoje na 32.ª Delegacia de Polícia, na Taquara.
Clique aqui para ler “BBB: estupro ao vivo justifica uma cassação de concessão ?”
Em tempo2: o Conversa Afiada reproduz singela paródia carnavelesca de amigo navegante em homenagem à Globo, essa inigualável defensora da Moral e dos Costumes Cristãos:
Paulo Henrique, sou um fã do Conversa Afiada e, em homenagem ao maior expoente do PiG, a Globo, escrevi uma singela paródia para homenagear nosso carnaval da Globo. É uma paródia que acredito refletir bem a realidade da Globo no que faz pela sociedade.
Uma Grande Família assim,
Vira Zorra Total quando assiste à TV.
Da novela e Jornal Parcial,
Não vale a pena ver a Globo nem na área Rural.
O Radar guia a Globo ao fundo do mar,
E as estrelas vão dar um bom dia ao Brasil
É patético ver o Faustão,
O Jô e o Didi juntos num caldeirão.
Com Casseta & Planeta.
A TV Xuxa e o altas horas, é de desanimar.
Falta de Cidadania na Globo e o esporte é de lastimar!
No Jornal Hoje, da Globo à notícia, Profissão Repórter manipulando a gente.
Amor e Sexo com Tapas e Beijos, nossa tela é deprimente
Mas quem te viu, só te vê Globinho com tripudiação!
Minisséries dão no vídeo um show de talento e bestificação!
Globo repórter é BBBeleza e pra ser mais você é muita alienação.
É o futebol na Central da Copa sofrendo um tantão!
É Globo tristeza!
Não é mole não, meu irmão, não é mole não.
O povo escolheu a Globo, isso é alienação(2x)
Em tempo3: do amigo navegante Paulo P.:
A Constituição é letra morta?
O que está em jogo, aqui, é o uso de um meio público dedifusão, cujo uso é regido pela Constituição:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;(…)
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
http://www.tijolaco.com/a- constituicao-e-letra-morta/# comments
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UOL, 17.01.2012 - 09h16
"A Globo me deve uma satisfação", desabafa mãe de Daniel, eliminado do "BBB12"
Carla Neves
Do UOL, no Rio
Aparecida Echaniz, mãe do BBB Daniel, que foi afastado nesta segunda (16) à noite do “BBB12” após a polêmica em que se envolveu ao ser acusado de ter abusado sexualmente da sister Monique na madrugada do último domingo (15), contou ao UOL que seu filho está em um hotel na zona oeste do Rio, sem contato com a família.
“A menina [Monique] vai depor hoje de manhã. O que todo mundo me passou é que iriam sair [do reality] os dois. Estou muito revoltada, indignada. Conheço meu filho e ele jamais faria isso. E pelo que li a respeito, essa senhorita é chave de cadeia. Tenho certeza que a Globo me deve uma satisfação. Porque o público está bem dividido. Não é todo mundo que acha o Daniel um estuprador”, disse Aparecida.
A mãe do modelo, de 31 anos, contou que a Globo ofereceu um advogado para Daniel. “Dizem que a Globo ofereceu advogado para ele. Mas se ofereceu não fez favor nenhum. Porque meu filho não é um pedaço de lixo, que pode ser jogado fora assim”, afirmou ela, acrescentando que Daniel foi vítima de racismo. “Em outros BBBs houve edredom e nunca ninguém foi para a rua. O próprio Boninho achou racismo, mas pressionado pelo público deu um basta”, argumentou Aparecida, que não quis dar mais informações sobre o filho “para não atrapalhar a averiguação”.
Durante o programa ao vivo desta segunda-feira (16), Pedro Bial confirmou que o modelo paulistano Daniel Echaniz, de 31 anos, está eliminado do "BBB12".
A expulsão, que já havia sido divulgada pela Globo, aconteceu após investigadores da polícia irem ao Projac (centro de produção da emissora, localizado na zona oeste do Rio) para apurar a suspeita de que Daniel teria abusado sexualmente de Monique durante a madrugada do último domingo (15).
"Desde domingo de manhã, a direção avalia o comportamento de Daniel, suspeito de ter infringido as regras do programa", disse Bial na abertura da atração.
No bloco seguinte, o apresentador anunciou o veredicto sobre Daniel.
“O Big Brother avaliou o comportamento de Daniel sem precipitação, com o máximo cuidado. Analisamos as imagens que evidenciaram uma infração ao regulamento do programa. Depois de criteriosa avaliação, a direção do programa entendeu que o comportamento do brother na noite da festa foi gravemente inadequado. Consequentemente, Daniel está eliminado do BBB12”, disse.
Depois de um breve intervalo comercial, o apresentador voltou dizendo "o BBB precisa continuar". Sem dar explicação aos brothers sobre o paradereiro de Daniel, que desde às 20h desta noite não aparece mais junto com os outros participantes na casa, Bial deu início a um game, que foi vencido por Ronaldo.
Entenda o caso
Após a festa que aconteceu no último sábado, Daniel e Monique foram para o quarto floresta e trocaram beijos e carícias sob o edredom. O vídeo do casal levantou uma polêmica sobre uma suspeita de um estupro, já que Monique estaria desacordada.
Boninho, diretor do programa, disse ao colunista Alberto Pereira Jr., não ter considerado o caso um estupro, já que não era possível confirmar nem ao menos que os dois fizeram sexo e acrescentou que a acusação é racista.
Monique foi chamada no confessionário para checar a história, onde disse que não fez sexo com Daniel, mas depois, em conversa com outros brothers, disse estar preocupada com o que fez.
Para Aparecida Echaniz, mãe do BBB Daniel, acusar alguém de estupro é criminoso. "A própria Monique falou que foi tudo consensual. Quando foram perguntados no ar, pelo Bial, os mesmos confirmaram que ficaram juntos", argumentou.
Já a assessoria de Monique postou no Twitter, na tarde desta segunda-feira, um comunicado em que diz que a sister falará sobre o episódio quando sair do programa e que o empresário do BBB Daniel foi irônico ao declarar " ela geme dormindo?".
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Delegado deixa Projac após quatro horas de interrogatório com os participantes Monique e Daniel
Rodrigo TeixeiraDo UOL, no Rio
Reprodução/TV Globo
Daniel e Monique descansam no chão da sala depois do café (15/1/12)
Após quatro horas de interrogatório, o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular da 32ª DP (Taquara), deixou o Projac por volta das 14h30 desta terça-feira (17). Nos estúdios da Globo, o delegado colheu os depoimentos dos participantes Monique Amin e Daniel Echaniz, sobre a suspeita de estupro que teria ocorrido após uma festa do "BBB12", na madrugada do último domingo (15).
Na porta da Globo, o delegado não quis dar mais detalhes, mas adiantou que foi ele mesmo quem abriu o inquérito para apurar o caso, diretamente da Argentina, onde estava de férias. Antônio deve dar mais informações sobre os depoimentos na delegacia.
A mídia que estupra
Ana Flávia C. RamosQuem não se lembra do filme The Accused (1988 – Jonathan Kaplan), protagonizado por Jodie Foster, que consagrou a atriz por uma interpretação notável? Filme aclamado pela crítica, impactante e polêmico em sua essência, narra a história de uma jovem, Sarah Tobias, que, após uma noite de diversão com as amigas, é estuprada por vários homens nos fundos de um bar. No desenrolar da trama, com o auxílio de uma advogada, Sarah, que no início é vista como “responsável” pela violência, consegue a condenação de seus agressores, reafirmando a tese de que, independente do flerte, da bebida, das roupas ou de qualquer outra coisa, estupro é sempre estupro. No enredo, vitoriosamente prevalece a máxima: sim significa sim e não significa não! Durante o julgamento, entretanto, outros agravantes foram mobilizados pela advogada para condenar também os cúmplices daquele terrível caso: o estupro de Sarah morbidamente contou com uma platéia entusiasmada que, aos gritos, incitava o ato de violência. A cada novo agressor, a platéia pedia “bis”.
Para quem esteve ligado nas redes sociais no último domingo (15/01/12), sabe que a lembrança do filme não é fortuita. Desde ontem, o assunto do suposto estupro sofrido por Monique em rede nacional no Big Brother Brasil não sai de nossas cabeças e nem de nossas timelines. A cena, para quem viu no pay-per-view, enoja, deprime e indigna. Uma mulher, desacordada e vulnerável, tem o seu corpo violado e invadido por alguém que, ao que tudo indica, não foi convidado. Aparentemente sem consciência e sem meios de reagir, a vítima estava entregue ao seu agressor, Daniel, em frente às câmeras, à equipe técnica e à enorme platéia do outro lado da televisão e do computador. Aquilo que era feito nos fundos de um bar perde os seus “pudores” e se torna diversão pública e explícita na TV.
Muitas questões têm surgido desde que a cena virou polêmica nacional: Monique sabia o que estava acontecendo? Ela compartilhou as carícias de Daniel? Houve sexo? Ela se lembra do que ocorreu? A despeito dos comentários moralistas, machistas e misóginos – que me recuso a discutir, pois já estou farta de tentar argumentar com quem insiste na imbecilidade – outro fato me chamou a atenção: o papel da platéia nesse “show de horrores”. Quem estava presenciando a tudo e nada fez? A responsabilidade do ato, além de Daniel, se ficar comprovado o estupro, deve ser estendida a quem mais? Assim como os espectadores do estupro no filme The accused, qual o papel da maior emissora de TV do país no caso?
Nas cenas do dia seguinte, Monique dava indícios de que não sabia exatamente o que havia ocorrido na noite anterior. Intrigada, após ter sido chamada no confessionário, pergunta à Daniel o que, de fato, acontecera naquela noite. O brother nega o sexo, dizendo que foram apenas beijos e umas passadas de mão, e claramente se esquiva do assunto.
Monique, confinada em um reality show, sem contato com o mundo exterior, não sabe que o Brasil discute seu suposto estupro. Possivelmente violentada enquanto dormia, ela é também “violentada” pela produção do programa, quando esta se nega a informá-la exatamente sobre que está ocorrendo. Omissão grave, já que esta era a equipe a quem a participante confiou sua segurança, ao aceitar participar do programa, um ambiente teoricamente controlado e protegido por regras e parâmetros de bom senso, garantidores, ao menos, da integridade física dos jogadores. Entretanto, a produção se abstém de dizer o que de fato está acontecendo e deixa Monique, mais uma vez, à mercê de seu eventual algoz. Embora ela tenha direito à verdade, ela continua indefesa na escuridão, como a do quarto em que estava na noite de sábado, permanecendo também na insegurança das camas compartilhadas do programa. Daniel, já anteriormente acusado de ter se aproveitado de Mayara, segue ileso pelos corredores da casa e sequer é questionado pelos responsáveis do reality show. Monique parece ser vítima duas vezes.
Independente da posterior averiguação do caso e da condenação ou não de Daniel, existe um cúmplice a quem não se pode negar a culpa: a Rede Globo de Televisão. A emissora, na madrugada do domingo, reconheceu as evidências de um possível crime (no plantão de notícias do pay-per-view os responsáveis pelo programa escreveram que estava “rolando um clima”, mas que a “loira não se mexia”), se utilizou dessas evidências para alavancar o seu ibope, incitando os telespectadores a continuarem a assistir às cenas, mas, em momento algum, tentou (ou desejou) interromper o ato. No dia seguinte, diante da polêmica e dessas evidências, se absteve, ainda, de revelar à Monique o que ocorrera, negando assim o direito essencial da participante de decidir se devia prestar queixa à polícia ou não. Os produtores, cúmplices da suposta violência, ao esconderem as cenas de Monique, negaram-lhe, entre outras coisas, o direito de realizar o exame de corpo de delito, instrumento fundamental na comprovação da agressão. E quem se responsabilizará por isso?
O histórico de barbaridades no BBB já não é novo, mas quais serão os limites do programa após um suposto estupro em cadeia nacional? Como será interpretada pelas autoridades públicas e pelos telespectadores a omissão da Globo diante do caso? A emissora, de forma tirânica e desleal, seguiu com o espetáculo, reduzindo o episódio, através de seu fiel porta-voz, Pedro Bial, a “muito amor”. Através de uma edição impregnada de machismo e, por que não, de moralismos arcaicos, deixou Monique à mercê da situação e sequer prestou contas ao público, que ainda debate intensamente nas redes sociais a saída/punição de Daniel. Como uma concessão pública, que serviços à comunidade são prestados por essa emissora de TV? Qual a responsabilidade social da Rede Globo com seus telespectadores? Ou ainda a pergunta que nos atormenta a cada dia: o que tem sido e para quê tem servido a grande mídia no Brasil?
Nesse sentido, a pressão e as críticas dos brasileiros e telespectadores é cada vez mais fundamental na mobilização de forças não somente para a solução desse caso, mas também na construção de uma nova mídia.
Para quem esteve ligado nas redes sociais no último domingo (15/01/12), sabe que a lembrança do filme não é fortuita. Desde ontem, o assunto do suposto estupro sofrido por Monique em rede nacional no Big Brother Brasil não sai de nossas cabeças e nem de nossas timelines. A cena, para quem viu no pay-per-view, enoja, deprime e indigna. Uma mulher, desacordada e vulnerável, tem o seu corpo violado e invadido por alguém que, ao que tudo indica, não foi convidado. Aparentemente sem consciência e sem meios de reagir, a vítima estava entregue ao seu agressor, Daniel, em frente às câmeras, à equipe técnica e à enorme platéia do outro lado da televisão e do computador. Aquilo que era feito nos fundos de um bar perde os seus “pudores” e se torna diversão pública e explícita na TV.
Muitas questões têm surgido desde que a cena virou polêmica nacional: Monique sabia o que estava acontecendo? Ela compartilhou as carícias de Daniel? Houve sexo? Ela se lembra do que ocorreu? A despeito dos comentários moralistas, machistas e misóginos – que me recuso a discutir, pois já estou farta de tentar argumentar com quem insiste na imbecilidade – outro fato me chamou a atenção: o papel da platéia nesse “show de horrores”. Quem estava presenciando a tudo e nada fez? A responsabilidade do ato, além de Daniel, se ficar comprovado o estupro, deve ser estendida a quem mais? Assim como os espectadores do estupro no filme The accused, qual o papel da maior emissora de TV do país no caso?
Nas cenas do dia seguinte, Monique dava indícios de que não sabia exatamente o que havia ocorrido na noite anterior. Intrigada, após ter sido chamada no confessionário, pergunta à Daniel o que, de fato, acontecera naquela noite. O brother nega o sexo, dizendo que foram apenas beijos e umas passadas de mão, e claramente se esquiva do assunto.
Monique, confinada em um reality show, sem contato com o mundo exterior, não sabe que o Brasil discute seu suposto estupro. Possivelmente violentada enquanto dormia, ela é também “violentada” pela produção do programa, quando esta se nega a informá-la exatamente sobre que está ocorrendo. Omissão grave, já que esta era a equipe a quem a participante confiou sua segurança, ao aceitar participar do programa, um ambiente teoricamente controlado e protegido por regras e parâmetros de bom senso, garantidores, ao menos, da integridade física dos jogadores. Entretanto, a produção se abstém de dizer o que de fato está acontecendo e deixa Monique, mais uma vez, à mercê de seu eventual algoz. Embora ela tenha direito à verdade, ela continua indefesa na escuridão, como a do quarto em que estava na noite de sábado, permanecendo também na insegurança das camas compartilhadas do programa. Daniel, já anteriormente acusado de ter se aproveitado de Mayara, segue ileso pelos corredores da casa e sequer é questionado pelos responsáveis do reality show. Monique parece ser vítima duas vezes.
Independente da posterior averiguação do caso e da condenação ou não de Daniel, existe um cúmplice a quem não se pode negar a culpa: a Rede Globo de Televisão. A emissora, na madrugada do domingo, reconheceu as evidências de um possível crime (no plantão de notícias do pay-per-view os responsáveis pelo programa escreveram que estava “rolando um clima”, mas que a “loira não se mexia”), se utilizou dessas evidências para alavancar o seu ibope, incitando os telespectadores a continuarem a assistir às cenas, mas, em momento algum, tentou (ou desejou) interromper o ato. No dia seguinte, diante da polêmica e dessas evidências, se absteve, ainda, de revelar à Monique o que ocorrera, negando assim o direito essencial da participante de decidir se devia prestar queixa à polícia ou não. Os produtores, cúmplices da suposta violência, ao esconderem as cenas de Monique, negaram-lhe, entre outras coisas, o direito de realizar o exame de corpo de delito, instrumento fundamental na comprovação da agressão. E quem se responsabilizará por isso?
O histórico de barbaridades no BBB já não é novo, mas quais serão os limites do programa após um suposto estupro em cadeia nacional? Como será interpretada pelas autoridades públicas e pelos telespectadores a omissão da Globo diante do caso? A emissora, de forma tirânica e desleal, seguiu com o espetáculo, reduzindo o episódio, através de seu fiel porta-voz, Pedro Bial, a “muito amor”. Através de uma edição impregnada de machismo e, por que não, de moralismos arcaicos, deixou Monique à mercê da situação e sequer prestou contas ao público, que ainda debate intensamente nas redes sociais a saída/punição de Daniel. Como uma concessão pública, que serviços à comunidade são prestados por essa emissora de TV? Qual a responsabilidade social da Rede Globo com seus telespectadores? Ou ainda a pergunta que nos atormenta a cada dia: o que tem sido e para quê tem servido a grande mídia no Brasil?
Nesse sentido, a pressão e as críticas dos brasileiros e telespectadores é cada vez mais fundamental na mobilização de forças não somente para a solução desse caso, mas também na construção de uma nova mídia.
Ana Flávia C. Ramos
Ela bebe até cair, ele abusa dela e a sua família assiste
O interessante desse caso do integrante do programa Big Brother que está sendo acusado de fazer sexo com uma “sister” alcoolizada e supostamente desacordada é que nem bem termina o programa (que vai para a tevê aberta) e todos já correm para a tevê a cabo para verem o previsível desenrolar da insinuação de sexo, agora sem censura.
Como o programa vai para a tevê aberta, todos sabem o que procurar no You Tube e nas redes sociais, blogs etc. Os modernos celulares, no dia seguinte, já estão reproduzindo o vídeo do suposto estupro, mas não só. Antes, todos viram a situação que levou a moça a supostamente ser abusada, ou seja, ela ter bebido até cair em um lugar cheio de gente desconhecida.
Passei o dia lendo ou ouvindo discutirem se essa moça “pediu” ou não pelo abuso e se o suposto abusador deveria ou não ser expulso do programa ou até sofrer sanções legais caso fique comprovado que fez sexo com ela sem que a mesma estivesse em condições de decidir se queria ou não, já que tomara álcool em quantidade exagerada.
Diante disso, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, oficiou ao Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro para que tome “providências” contra o suposto abuso sexual devido a “demandas encaminhadas por cidadãs de várias cidades brasileiras à Ouvidoria da SPM, pedindo providências”.
Ótimo. A lei considera crime fazer sexo com alguém desacordado, mesmo que antes essas pessoas tenham trocado beijos e carícias íntimas. Mas fiquei me perguntando por que ninguém reclamou com o governo ou com alguma instância qualquer por essa safadeza toda ter começado na tevê aberta e instigado até crianças a acompanharem seu desenrolar.
Detalhe: conheço ao menos duas meninas de dez anos que já sabem de tudo mesmo sem ter assistido ao programa no dia, porque viram tudo na escola no dia seguinte.
Se fosse só sexo, vá lá. Mas aquelas jovens serem postas em situação de vulnerabilidade pela oferta de álcool que o programa fez e, assim, tornarem-se presas fáceis para um bando de “garanhões” igualmente irresponsáveis e alcoolizados e isso tudo ser servido à sociedade, tenho certeza de que em qualquer país civilizado seria considerado uma afronta.
A glamourização da bebedeira e do sexo irresponsável e o decorrente abuso de vulnerável na tevê são exatamente o que precisa um país campeão de gravidez precoce, de desastres de trânsito causados por condutores alcoolizados e de tudo mais que condutas como a que o Big Brother estimula causam. E a sua família vendo isso na tevê, na internet ou no boca a boca.
Mas disso ninguém reclama. Até porque, como não há regulamentação da mídia no Brasil, não há a quem reclamar .
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