quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O plano destinado a liquidar com a Petrobrás

Como vemos, tucanos há em todos os períodos da nossa história.

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08/12/2010

A luta pelo petróleo, 50 anos atrás

Por Marco Aurélio Barroso

HÁ 50 ANOS, NA IMPRENSA

Nassif,
Todo dezembro nos traz coincidências. É normal. É natural.
Hoje, 8, completando exatamente um cinquentenário, achei a minha. Trata-se de reportagem feita por Edmar Morel, no jornal O Semanário de 8 de dezembro de 1960.
À época, em Londres, já eleito, Jânio esperava por famoso oftalmologista para equilibrar seus olhos divergentes e depois tomar posse. Hoje, Dilma, já eleita, doença sob controle, mais bonita, inteligente, é mais uma esperança para nós, brasileiros.
Nessa mudança de governo, mudança de disciplina, pré-sal litorâneo, cifras, royalties, bilhões disso, bilhões daquilo... vem a calhar... o que se lê e foi escrito há 50 anos:
A ordem dos ianques é liquidar com a Petrobrás – Edmar Morel
  1. as reservas de óleo no Brasil são da ordem de 700 milhões de barrisi
  2. Investimento anual superior a 22 bilhões de cruzeiros
  3. a exata situação dos poços brasileiros
  4. campanha contra a gasolina nacional
  5. só a Shell deu 16 milhões de dólares para a imprensa sadia
  6. o descaramento dos ianques é total
Está em marcha a conspiração contra a Petrobrás, denunciada de maneira irrespondível pelo O Semanário em seu último número e pelo Deputado Gabriel Passos, que, na Câmara de Brasília declarou textualmente:
Já está planejado e vai ser posto em execução um plano destinado a liquidar com a Petrobrás, manobra de liquidação arquitetada por grupos econômicos nacionais ligados aos trustes internacionais.
O Correio da Manhã, em seu noticiário político, fez referência ao discurso daquele representante mineiro e assim terminou:
A quem acredite que o Sr. Gabriel Passos esteja vendo miragens.
Este novo ato de pirataria contra os interesses nacionais começou com uma conferência do incorrigível entreguista, Glycon de Paiva, na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, quando afirmou:
Está à vista o término da tarefa exploratória da Petrobras
- frase que serviu de motivo para um artigo do entreguista-mor Eugênio Gudin em O Globo.
A campanha contra a Petrobrás, dessa vez, foi magnificamente planejada. Começou na Escola Superior de Guerra quando o Sr. Glycon de Paiva declarou que o Brasil não tinha mais petróleo. Velha tecla batida pelo Mal. Juarez Távora, canção entoada por Malamphy e pelo escroque internacional Victor Oppenheim, que, como caixeiro da Standard Oil, firmou jurisprudência no Ministério da Agricultura, afirmando que no Brasil não existe petróleo.
Foi desencadeada mais uma campanha contra a gasolina nacional, a de Manguinhos, apontando-a como produto de péssima qualidade, quando o próprio CNP já declarou que a gasolina de Manguinho é melhor do que a estrangeira, com maior número de octanas. Eis o que diz O Globo sobre a gasolina de Manguinhos:
Os motoristas de alguma sensibilidade olfativa e zelosos de seus veículos a recusam tanto quanto podem, recorrendo a de outra procedência, inclusive a chamada gasolina azul.
Dirigentes de todos os Sindicatos de Motoristas de Empresas de Transportes estiveram em Manguinhos afirmando que o produto é da melhor qualidade, com a vantagem de ter 78 octanas contra 73 da importada.
A campanha contra a Petrobrás vai de vento em popa. Aproveitando a confusão, o CNP autorizou mais um reajustamernto no preço da gasolina e do óleo, agravando o produto, o que importa em futuro aumento da passagem de ônibus e coletivos. A gasolina comum sofreu um acréscimo de 50% por litro.
Nenhum jornal deu um pio nem dará, sobretudo depois da boa notícia vinda de New York, num dos telegramas da France Press, anunciando que a Shell resolveu totalizar 16 milhões de dólares para sua publicidade nos jornais. Esse orçamento totalizou no ano passado, 46 milhões de dólares, que foram distribuídos da seguinte maneira: para cartazes 3 milhões e 200 mil; para jornais: 2 milhões e 500 mil; para televisão, 2 milhões e 500 mil dólares; para estações de rádio 1 milhão e 500 mil; para revistas, 1 milhão e 90 mil.
Antigamente, os ianques promoviam, com reservas, campanhas contra a Petrobrás através de brasileiros com alma de lacaio. Agora, o descaramento é total. Anunciam até que tem 16 milhões dólares para os jornais.
Não adiantam os milhões dos ianques.
O Congresso e o povo estão vigilantes na defesa da Petrobrás.

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