UOL, 21/12/2010
Autoridades de União dos Palmares (AL) são investigadas por rede de pedofilia
Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió
A descoberta de um esquema de pedofilia e prostituição infantil no município de União dos Palmares (80 km de Maceió) levou a Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Alagoas a iniciarem uma investigação minuciosa sobre acusações que envolvem empresários, autoridades e até um juiz da cidade. Três pessoas estão presas e uma está foragida.
O suposto esquema foi descoberto após denúncias feitas ao Conselho Tutelar e foi confirmado no último dia 9, quando uma menina de 12 anos deveria ter a virgindade leiloada entre os participantes de uma festa, realizada no bar do Queijo, em uma área ampla e isolada da zona rural do município. A festa foi realizada para cerca de cem convidados homens, todos “selecionados”. O convite da festa trazia a foto de seis garotas de costas vestindo fio dental e cinta-liga. Segundo informações extraoficiais, a festa contava com a participação de integrantes do primeiro escalão da prefeitura e da Câmara de Vereadores de União dos Palmares.
Durante a realização da festa, a Polícia Civil foi ao local, acompanhada do Conselho Tutelar, e flagrou duas menores de 14 e 16 anos consumindo bebidas alcoólicas. As organizadoras da festa chegaram a ser detidas, mas foram liberadas em seguida. A menor que teria a virgindade leiloada não foi encontrada no momento da operação e ainda é procurada pelas autoridades.
Segundo o MP, além do leilão da virgindade, as organizadoras prometiam aos convidados a realização do concurso do “bumbum mais bonito” e venda de rifas para prática de sexo oral, supostamente a ser praticado por menores e por garotas de programa.
Para o promotor da Infância e da Juventude de União dos Palmares, Tácito Yuri, a operação policial realizada no dia da festa acabou sendo frustrada por ter ocorrido cedo demais. “Ele foi antecipada e não conseguimos flagrar o leilão, que acabou não ocorrendo. Mas a partir daquele momento iniciamos uma investigação que comprovou a existência de uma rede de prostituição envolvendo menores de 18 anos”, afirmou.
Segundo ele, uma das acusadas já havia sido denunciada à Justiça há cerca de três anos por fomentar prostituição, o que aumentam as suspeitas da existência de um esquema de prostituição. “Os depoimentos não deixam dúvida da existência da rede. Mas notamos que existe um pacto de silêncio ou um medo dessas meninas, já que há acusações da participação de autoridades nesse esquema. Ainda não concluímos as investigações”, afirmou Yuri.
Diante das acusações e indícios de crime sexual contra menores, a Justiça decretou, a pedido do MP, a prisão de quatro pessoas: o dono do bar do Queijo, Nelson Tenório, onde aconteceriam as orgias, e três organizadoras da festa (que era chamada de “confraternização das amigas”) do último dia 9, que já haviam sido levadas para prestar esclarecimento à polícia.
As três acusadas –Gisela Oliveira dos Santos (que estava com DVDs falsificados de filmes pornô e seria a responsável pela festa), Thais da Silva Costa e Vanessa Epaminondas Silva (que agenciariam garotas)– foram detidas no último sábado (18) pela Polícia Civil. Já o dono do bar está foragido.
O MP e a polícia já ouviram depoimentos de jovens que participavam da festa. Elas afirmaram, segundo as autoridades, que os eventos são comuns no bar. “Tudo leva a crer que estamos diante de um caso de prostituição infantil. Os indícios são muito fortes”, disse o delegado plantonista Ednaldo Marques, que efetuou a prisão das acusadas no sábado.
Oliveira ainda afirmou que o leilão de virgindade é “invenção” e que pretende organizar uma nova “confraternização das amigas” em 2011. Sobre a imagem do convite, onde seis garotas mostram as nádegas, ela garantiu que “não passou de uma brincadeira” e a festa não tinha a prática de orgia.
Segundo o TJ informou à reportagem do UOL Noticias, o corregedor José Carlos Malta Marques já recebeu documentação do caso, enviada pelo MP e pela polícia, e determinou, na última sexta-feira (17), a investigação da conduta do magistrado acusado.
Por conta do recesso do Judiciário, as investigações devem começar apenas a partir do dia 3 de janeiro de 2011 e serão conduzidas por três juízes, que vão produzir um relatório sobre o caso. Caso seja comprovado o envolvimento do acusado, o juiz pode ser punido de uma simples advertência a uma aposentadoria compulsória. (Pôrra! Isto é punição?! Põe este cretino dentro de uma penitenciária para servir de mulherzinha dos bandidões, isto sim!)
O corregedor, porém, não descarta a participação de mais juízes no esquema de pedofilia, como chegou a ser especulado. "Depois da apuração é que saberemos se há envolvimento de um ou mais de um magistrado. Uma coisa é certa: a corregedoria manterá sua conduta austera e será implacável no cumprimento da lei", disse.
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió
A descoberta de um esquema de pedofilia e prostituição infantil no município de União dos Palmares (80 km de Maceió) levou a Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Alagoas a iniciarem uma investigação minuciosa sobre acusações que envolvem empresários, autoridades e até um juiz da cidade. Três pessoas estão presas e uma está foragida.
O suposto esquema foi descoberto após denúncias feitas ao Conselho Tutelar e foi confirmado no último dia 9, quando uma menina de 12 anos deveria ter a virgindade leiloada entre os participantes de uma festa, realizada no bar do Queijo, em uma área ampla e isolada da zona rural do município. A festa foi realizada para cerca de cem convidados homens, todos “selecionados”. O convite da festa trazia a foto de seis garotas de costas vestindo fio dental e cinta-liga. Segundo informações extraoficiais, a festa contava com a participação de integrantes do primeiro escalão da prefeitura e da Câmara de Vereadores de União dos Palmares.
Durante a realização da festa, a Polícia Civil foi ao local, acompanhada do Conselho Tutelar, e flagrou duas menores de 14 e 16 anos consumindo bebidas alcoólicas. As organizadoras da festa chegaram a ser detidas, mas foram liberadas em seguida. A menor que teria a virgindade leiloada não foi encontrada no momento da operação e ainda é procurada pelas autoridades.
Segundo o MP, além do leilão da virgindade, as organizadoras prometiam aos convidados a realização do concurso do “bumbum mais bonito” e venda de rifas para prática de sexo oral, supostamente a ser praticado por menores e por garotas de programa.
Para o promotor da Infância e da Juventude de União dos Palmares, Tácito Yuri, a operação policial realizada no dia da festa acabou sendo frustrada por ter ocorrido cedo demais. “Ele foi antecipada e não conseguimos flagrar o leilão, que acabou não ocorrendo. Mas a partir daquele momento iniciamos uma investigação que comprovou a existência de uma rede de prostituição envolvendo menores de 18 anos”, afirmou.
Segundo ele, uma das acusadas já havia sido denunciada à Justiça há cerca de três anos por fomentar prostituição, o que aumentam as suspeitas da existência de um esquema de prostituição. “Os depoimentos não deixam dúvida da existência da rede. Mas notamos que existe um pacto de silêncio ou um medo dessas meninas, já que há acusações da participação de autoridades nesse esquema. Ainda não concluímos as investigações”, afirmou Yuri.
Diante das acusações e indícios de crime sexual contra menores, a Justiça decretou, a pedido do MP, a prisão de quatro pessoas: o dono do bar do Queijo, Nelson Tenório, onde aconteceriam as orgias, e três organizadoras da festa (que era chamada de “confraternização das amigas”) do último dia 9, que já haviam sido levadas para prestar esclarecimento à polícia.
As três acusadas –Gisela Oliveira dos Santos (que estava com DVDs falsificados de filmes pornô e seria a responsável pela festa), Thais da Silva Costa e Vanessa Epaminondas Silva (que agenciariam garotas)– foram detidas no último sábado (18) pela Polícia Civil. Já o dono do bar está foragido.
O MP e a polícia já ouviram depoimentos de jovens que participavam da festa. Elas afirmaram, segundo as autoridades, que os eventos são comuns no bar. “Tudo leva a crer que estamos diante de um caso de prostituição infantil. Os indícios são muito fortes”, disse o delegado plantonista Ednaldo Marques, que efetuou a prisão das acusadas no sábado.
Acusada nega
Durante toda esta segunda-feira (20) o UOL Notícias tentou contato com os advogados dos quatro acusados, mas não obteve êxito. Em entrevista ao jornal “Gazeta de Alagoas” do último sábado, Gisela Oliveira negou a prática de prostituição infantil no evento. “As denúncias são de fofocas de mulheres mal amadas. Não tinha nada errado na festa. Não havia garotas de programa”, disse.Oliveira ainda afirmou que o leilão de virgindade é “invenção” e que pretende organizar uma nova “confraternização das amigas” em 2011. Sobre a imagem do convite, onde seis garotas mostram as nádegas, ela garantiu que “não passou de uma brincadeira” e a festa não tinha a prática de orgia.
Juiz será investigado
O juiz da comarca de União dos Palmares, Ygor Figueiredo, confirmou que um magistrado foi denunciado por supostamente participar do esquema, conforme apontaram depoimentos. Segundo ele, o processo corre em segredo de Justiça e, por conta da acusação contra o juiz, foi remetido ao TJ. O nome do acusado não foi divulgado.Segundo o TJ informou à reportagem do UOL Noticias, o corregedor José Carlos Malta Marques já recebeu documentação do caso, enviada pelo MP e pela polícia, e determinou, na última sexta-feira (17), a investigação da conduta do magistrado acusado.
Por conta do recesso do Judiciário, as investigações devem começar apenas a partir do dia 3 de janeiro de 2011 e serão conduzidas por três juízes, que vão produzir um relatório sobre o caso. Caso seja comprovado o envolvimento do acusado, o juiz pode ser punido de uma simples advertência a uma aposentadoria compulsória. (Pôrra! Isto é punição?! Põe este cretino dentro de uma penitenciária para servir de mulherzinha dos bandidões, isto sim!)
O corregedor, porém, não descarta a participação de mais juízes no esquema de pedofilia, como chegou a ser especulado. "Depois da apuração é que saberemos se há envolvimento de um ou mais de um magistrado. Uma coisa é certa: a corregedoria manterá sua conduta austera e será implacável no cumprimento da lei", disse.
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