Serra perde votos até entre tucanos
Por Raphael Di Cunto | De São Paulo
Em queda nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) tem perdido apoio até entre os simpatizantes de seu partido para o candidato do PRB, Celso Russomanno, mostram dados de pesquisa Datafolha realizada nos dias 28 e 29, logo após o início da propaganda eleitoral na televisão e rádio.
Agora líder isolado nas pesquisas, com 31% das intenções de voto, contra 22% de Serra, Russomanno retirou eleitores do adversário tucano até entre simpatizantes do PSDB – partido do qual Serra foi um dos fundadores e pelo qual foi deputado, senador, ministro da Saúde, prefeito de São Paulo, governador e candidato à Presidência por duas vezes.
Serra continua o candidato preferido dos tucanos – 66% dos simpatizantes do partido dizem que votariam nele, segundo a última pesquisa -, mas perdeu espaço. Em julho, esse índice era de 82%. Já Russomanno cresceu – era o candidato favorito de 7% dos tucanos, e agora é escolhido por 23%. O crescimento deu-se concomitantemente ao aumento de rejeição de Serra, que foi de 37% para 43% no geral.
Para o coordenador da campanha do PSDB, Edson Aparecido, o número não preocupa e não fará o partido mudar a estratégia eleitoral. “Foram apenas três programas, o horário eleitoral ainda nem começou”, minimiza.
Segundo Aparecido, pesquisa interna do partido mostra que 50% dos eleitores ainda não assistiram à propaganda na TV. “O eleitor ainda não formou opinião sobre o melhor candidato. Vamos continuar mostrando o que nossas gestões fizeram pela cidade para recuperar o nosso eleitorado”, afirma.
O crescimento de Russomanno em cima do eleitorado de Serra, porém, já era esperado por parte do PT desde que o candidato do PRB, conhecido pela defesa dos direitos do consumidor em programas de televisão, começou a se destacar nas pesquisas.
“Com a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) mal avaliada, o eleitor escolhe o candidato que, na sua opinião, representa a mudança, que por enquanto é o Russomanno, por ser mais conhecido”, analisava um petista ainda em julho.
Entretanto, Russomanno também rouba votos do PT – cujos simpatizantes, segundo a pesquisa, representam 25% dos eleitores, contra 9% do PSDB.
Entre os paulistanos que têm o PT como partido de preferência, 29% dizem votar no candidato do PRB. Já Haddad tem crescido nesse eleitorado – foi de 15% em julho para 40% na última pesquisa. Serra, que apesar do histórico de rivalidade com os petistas, alcançava 19% entre os simpatizantes do partido, foi reconhecido como adversário e caiu para 7%.
http://altamiroborges.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Serra chora! Tucano teme ser rifado?
Por Altamiro Borges
Ao participar de uma missa celebrada pelo padre-midiático Marcelo
Rossi, ontem, o tucano José Serra até chorou. O candidato assistiu à cerimônia
do altar, como se estivesse num palanque. Na chamada “missa da cura e
libertação”, o religioso conservador falou sobre a superação das adversidades e
citou um versículo de Eclesiástico: “Não entregues tua alma à tristeza e não
aflijas a ti mesmo com tuas preocupações”. Serra até comungou. “Nada poderá me
abalar. Nada poderá me derrotar”, dizia o refrão da música que embalou a ceia.
Será que o eterno candidato do PSDB se emocionou com as palavras do “padre amigo” ou estava mesmo era abalado com os últimos resultados das pesquisas eleitorais? A do Ibope apresenta Serra tecnicamente empatado com o petista Fernando Haddad, correndo o sério risco de nem ir ao segundo turno das eleições para a prefeitura da capital paulista. Ou ele está preocupado com os sintomas crescentes de “cristianização” da sua candidatura, com vários “apoiadores” abandonando o barco da sua campanha à deriva.
Candidatos já descolam a imagem
Segundo relato da Folha tucana de hoje, candidatos a vereador da coligação já tentam descolar sua imagem da de Serra. “Aspirantes à Câmara Municipal omitem o nome do tucano em panfletos e não pedem votos a ele. Rejeição de Serra e a falta de ajuda financeira para as despesas de campanha provocam afastamento de aliados”, destaca a matéria. Três candidatos – dois deles que concorrem à reeleição – confirmaram ao jornal que “já jogaram a toalha e decidiram fazer campanha sozinhos, sem a ‘dobradinha’ com o tucano”.
A forte rejeição de Serra – que atingiu 43% no Datafolha, superando o recorde histórico de Paulo Maluf em 1992 (38%) – preocupa os pragmáticos candidatos à vereança. Eles temem ser contaminados pela queda do tucano. Conforme apurou o jornal, as maiores resistências se encontram entre os aliados do PR, PSD e DEM, partidos coligados ao PSDB na chapa majoritária. Mas também há tucanos fugindo de Serra. É o caso de Luciano Gama, “que confeccionou 200 cavaletes sem o nome do candidato de seu partido”.
Tucanas sentem a "sangria" de votos
O risco da “cristianização” preocupa as madames tucanas. “No jantar oferecido a José Serra anteontem, no Morumbi, mulheres do PSDB diziam ‘sentir na pele’ a ‘sangria’ de votos. ‘Até no nosso meio, tucano, estão indo para o Chalita [PMDB], para o Russomanno e até para o PT", disse uma delas à coluna. Os números do Datafolha confirmam: Serra caiu de 76% para 61% em uma semana entre simpatizantes do PSDB. Chalita subiu de 4% para 9% nesse grupo e Russomanno, de 7% para 23%”, relata Mônica Bergamo.
Será que o eterno candidato do PSDB se emocionou com as palavras do “padre amigo” ou estava mesmo era abalado com os últimos resultados das pesquisas eleitorais? A do Ibope apresenta Serra tecnicamente empatado com o petista Fernando Haddad, correndo o sério risco de nem ir ao segundo turno das eleições para a prefeitura da capital paulista. Ou ele está preocupado com os sintomas crescentes de “cristianização” da sua candidatura, com vários “apoiadores” abandonando o barco da sua campanha à deriva.
Candidatos já descolam a imagem
Segundo relato da Folha tucana de hoje, candidatos a vereador da coligação já tentam descolar sua imagem da de Serra. “Aspirantes à Câmara Municipal omitem o nome do tucano em panfletos e não pedem votos a ele. Rejeição de Serra e a falta de ajuda financeira para as despesas de campanha provocam afastamento de aliados”, destaca a matéria. Três candidatos – dois deles que concorrem à reeleição – confirmaram ao jornal que “já jogaram a toalha e decidiram fazer campanha sozinhos, sem a ‘dobradinha’ com o tucano”.
A forte rejeição de Serra – que atingiu 43% no Datafolha, superando o recorde histórico de Paulo Maluf em 1992 (38%) – preocupa os pragmáticos candidatos à vereança. Eles temem ser contaminados pela queda do tucano. Conforme apurou o jornal, as maiores resistências se encontram entre os aliados do PR, PSD e DEM, partidos coligados ao PSDB na chapa majoritária. Mas também há tucanos fugindo de Serra. É o caso de Luciano Gama, “que confeccionou 200 cavaletes sem o nome do candidato de seu partido”.
Tucanas sentem a "sangria" de votos
O risco da “cristianização” preocupa as madames tucanas. “No jantar oferecido a José Serra anteontem, no Morumbi, mulheres do PSDB diziam ‘sentir na pele’ a ‘sangria’ de votos. ‘Até no nosso meio, tucano, estão indo para o Chalita [PMDB], para o Russomanno e até para o PT", disse uma delas à coluna. Os números do Datafolha confirmam: Serra caiu de 76% para 61% em uma semana entre simpatizantes do PSDB. Chalita subiu de 4% para 9% nesse grupo e Russomanno, de 7% para 23%”, relata Mônica Bergamo.
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