Mais uma empresa brasileira que cai nas mãos de estrangeiros...
UOL, 23/08/2012
- 12h50
Casino assume oficialmente o controle do Grupo Pão de Açúcar
Do UOL, em São Paulo
O Casino assumiu oficialmente nesta quarta-feira (22) o controle do capital votante do grupo Pão de Açúcar (PCAR4.SA). A família Diniz exerceu a opção de venda de um milhão de ações com direito a voto da Wilkes, empresa que controla a maior rede varejista brasileira, segundo informou o grupo francês nesta quinta-feira (23), em comunicado.
O empresário Abilio Diniz anunciou no começo do mês que venderia 2,4% do capital acionário da Wilkes ao Casino. O valor da operação foi avaliado em US$ 10,5 milhões.
Com o exercício desta primeira opção de venda por Diniz, conforme previsto em acordo de acionistas assinado em 2006, o grupo francês elevará sua participação acionária na Wilkes para 52,4%, passando a ser o sócio majoritário da companhia e concluindo o processo de transferência de controle iniciado em 22 de junho.
O empresário brasileiro ficará com os 47,6% restantes, além de seguir como presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar.
A segunda opção de venda poderá ser exercida no prazo de oito anos a partir de junho de 2014.
Em 22 de junho, o presidente-executivo e do conselho do Casino, o francês Jean-Chareles Naouri, foi eleito como novo chairman da Wilkes, ocupando a posição antes pertencente a Diniz.
Essa mudança de comando já era esperada desde 2006, quando o Casino comprou o controle do Grupo Pão de Açúcar, e foi definido que o comando seria transferido ao grupo francês em junho de 2012. O Casino investiu pela primeira vez no Pão de Açúcar em 1999, quando resgatou o grupo de dificuldades.
Porém, a disputa pelo controle da rede varejista ganhou os holofotes no ano passado: Abilio Diniz tentou romper o acordo ao propor uma fusão da companhia brasileira com o arquirrival do Casino, o Carrefour. O Casino, como esperado, vetou o negócio.
Em março, o Casino já tinha anunciado que pretendia usar os mecanismos necessários para assumir o controle exclusivo do grupo. Em maio, o Casino anunciou oficialmente que exerceu a opção que permite assumir o controle da companhia.
No ano passado, o Pão de Açúcar foi objeto de uma intensa batalha entre o grupo Casino e Abilio Diniz, que tentou se aliar ao Carrefour, concorrente direto do Casino. A ofensiva da parte brasileira terminou em fracasso.
O plano de fusão, revelado em 28 de junho, previa a união dos dois maiores grupos de distribuição brasileiros -o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil- para criar um gigante avaliado em US$ 41,899 bilhões.
Em julho de 2011, os administradores do Casino rejeitaram o projeto de aliança de sua filial brasileira com o seu grande rival Carrefour.
Ao rejeitar a aliança, o Casino explicou, em comunicado, que os membros de seu conselho, à exceção de Abílio Diniz, consideram a fusão "contrária" a seus interesses e aos de sua filial brasileira.
Além disso, a qualificaram de "hostil e ilegal" e encarregaram seu presidente, Jean-Charles Naouri, de fazer valer essa posição "por todos os meios necessários", também no conselho de administração da Wilkes.
Atualmente o Brasil é o segundo maior mercado para o Casino no mundo depois da França e é um pilar importante na expansão do grupo francês em mercados emergentes em um momento de fraqueza na Europa.
(Com informações das agências Reuters, Valor e AFP)
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UOL, 11/05/2012
PARIS, 11 Mai (Reuters) - A maioria esmagadora dos acionistas do Casino
votou nesta sexta-feira a favor da decisão do grupo varejista francês
de remover dois membros do seu conselho de administração, entre eles o
empresário Abilio Diniz, em meio a entraves no Brasil e na França.
O Casino havia informado em março que seu conselho de diretores havia
proposto a não renovação do mandato do presidente do conselho do Grupo
Pão de Açúcar, após disputa travada pela tentativa do empresário de
adquirir o Carrefour no Brasil, principal rival do Casino na França.
O conselho também propôs não renovar o mandato de Philippe Houze,
presidente da varejista Monoprix, cujo controle é compartilhado pelo
Casino e pela Galeria Lafayette. A Monoprix tem sido alvo de uma disputa
por participação e controle entre ambas as companhias.
Os acionistas do Casino votaram a favor das propostas relacionadas a Diniz e a Houze em 99,74% e 99,85%, respectivamente.
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