Folha.com, 12/01/2012
Operação da PM escancara drama das grávidas do crack em SP
Cláudia Colucci e Rogéio Pagnan
DE SÃO PAULO
A operação da Polícia Militar iniciada em 3 de janeiro na região da cracolândia (centro de São Paulo) expôs o drama de dezenas de mulheres que consomem a droga com seus filhos na barriga. Segundo a PM e a prefeitura, são pelo menos 20 que perambulam pela região.
O impacto do crack na gestação tem sido objeto de vários estudos, mas ainda há controvérsia sobre os efeitos a longo prazo na criança. A questão é: como separar as sequelas da droga de outros fatores também presentes na vida da gestante dependente, como alcoolismo, tabagismo e desnutrição?
Fábio Braga/Folhapress | ||
Lilian Bastos de Souza, 26, é usuária de crack há cerca de quatro anos e está grávida de nove meses | ||
Grávida, Sara diz que conseguiu abandonar o crack por alguns anos,
mas teve uma recaída após a prisão do marido, em 2009
Amanda, grávida de sete meses, e Joyce Veiga de Souza, 19, grávida de dois meses,
consomem crack na alameda Barão de Piracicaba
De acordo com o texto, os bebês dessas mulheres tendem a nascer prematuros e com atraso de desenvolvimento. Também têm mais chances de apresentar sequelas neurológicas, retardo mental, deficit de aprendizagem e hiperatividade.
Estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com dez grávidas que vivem na cracolândia, obtido com exclusividade pela Folha, mostra que apenas duas estão fazendo o pré-natal. Seis grávidas fumavam até dez pedras por dia. As demais chegavam a consumir 20 pedras.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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