Carta Maior, Segunda-Feira, 02 de Janeiro de 2012
Graziano assume FAO e um imenso desafio: 925 milhões passam fome no mundo
Da Redação
São Paulo – O agrônomo e economista brasileiro José Graziano da Silva assumiu formalmente nesta segunda-feira (1) a direção-geral da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, sediada em Roma. Ele substitui o senegalês Jacques Diouf, que estava no cargo de 1994.
O mandato de Graziano durará até julho de 2015 e reforça a imagem do Brasil como um país engajado na luta contra a fome global. Ele foi eleito após uma disputada eleição, em junho de 2011, em que seu principal adversário era o ex-ministro de Relações Exteriores espanhol Miguel Ángel Moratinos.
Um dos objetivos do novo diretor-geral é elevar a segurança alimentar em países pobres, com produção insuficiente de comida e que vivem crises prolongadas. “Vamos criar grupos para reunir as competências da FAO em consultoria política, planejamento de investimentos, mobilização de recursos, resposta à emergências e desenvolvimento sustentável”, disse Graziano, em nota oficial distribuída pela entidade.
Estima-se que 925 milhões de pessoas no mundo sofram de fome crônica. Muitos países ainda estão distantes de um dos objetivos do milênio relacionados ao tema, que é justamente a eliminação da fome e da extrema-pobreza no prazo de 1990 a 2015.
Como objetivos de sua gestão, Graziano também pretende incentivar a produção e o consumo sustentáveis de comida, tornar “mais justo” o comércio global de alimentos, concluir a reforma organizacional da FAO em direção à eficiência e transparência, e expandir as parcerias sul-sul.
“A erradicação da fome não deve ser separada de respostas a outros desafios globais, tais como apoiar as economias nacionais, proteger os recursos naturais da degradação, e mitigar as mudanças climáticas", acrescentou.
Antes de assumir o atual posto, Graziano foi assessor do diretor-geral e representante da organização na América Latina e Caribe. Professor da Unicamp, ele possui graduação em agronomia e doutorado em economia pela mesma universidade. Foi assessor do ex-presidente Lula e um dos responsáveis pelo Fome Zero.
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