quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

WikiLeaks (Cablesgate) ( XXVIII ): Justiça inglesa rejeita apelação da promotoria sueca

 

Juiz rejeita ação e criador do WikiLeaks será solto

    Publicado em 16/12/2010
 
Está difícil calar Julian Assange !

Juiz rejeita apelo da promotoria e Julian Assange será solto


A Alta Corte de Justiça de Londres decidiu nesta quinta-feira que Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, terá direito a aguardar em liberdade o processo que pode levar à sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

A corte poderia manter ou reverter a decisão de uma instância inferior, que autorizou a liberdade condicional para Assange sob o pagamento de fiança de 200 mil libras (US$ 317 mil). Promotores representando a Suécia recorreram dessa decisão.

Assange chegou ao tribunal nesta quinta-feira com ar desafiador, fazendo um sinal de vitória ao descer do veículo policial. Seu advogado, Mark Stephens, se disse confiante na concessão da fiança, e afirmou que seus apoiadores já arrecadaram as 200 mil libras da fiança.

Assange é acusado por duas ex-voluntárias do WikiLeaks de coação sexual e de ter mantido relações com elas sem usar preservativos – o que na Suécia é considerado uma forma leve de estupro. Ele rejeita as acusações e se diz vítima de perseguição política.

Na terça-feira, um juiz decidiu que Assange poderia ser solto sob fiança, mas a promotoria britânica, representando o governo sueco, decidiu recorrer, e ele foi mantido sob custódia até a nova audiência.

Pela decisão da primeira instância, Assange deveria se instalar na mansão rural de um simpatizante, no leste da Inglaterra, e precisaria usar um localizador eletrônico e se apresentar diariamente à polícia. A promotoria alegou que essas medidas não o impediriam de fugir, e por isso recorreu da liberdade condicional. A extradição propriamente dita deve ser decidida em fevereiro.

Assange e seus advogados não escondem o temor de que ele seja indiciado por autoridades norte-americanas por espionagem. Não ficou claro se a iniciativa de mantê-lo preso partiu das autoridades suecas ou britânicas. A promotoria sueca disse que o caso está nas mãos da promotoria britânica, que por sua vez afirmou defender os interesses do governo sueco no caso.

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Jornal do Brasil, 15/12/2010

Fidel Castro: Assange botou os EUA de joelhos

HAVANA - O líder cubano Fidel Castro afirmou nesta quarta-feira que Julian Assange, criador do site WikiLeaks, é um desconhecido que mostrou que os Estados Unidos podem ser desafiados e colocados moralmente de joelhos.
"Assange, um homem que há vários meses muitos poucos conheciam no mundo, está demonstrando que o mais poderoso império que já existiu na história podia ser desafiado", afirma Fidel em mais um artigo publicado na imprensa oficial.
O líder cubano já havia demonstrado sua simpatia pelo site depois das primeiras revelações de agosto passado.
Divulgação
 
Fidel Castro elogiou a postura corajosa de Julian Assange e do cineasta americano Michael Moore. Foto: Divulgação

"Não se sabe quais são as motivações que levaram Assange ao contundente golpe que aplicou ao império (...) Só se sabe que moralmente o colocou de joelhos", afirma ele.
Fidel ressalta ainda a proposta "do corajoso e brilhante cineasta americano Michael Moore" em ajudar Assange a pagar a fiança e classifica de "brutal a avalanche" que o governo americano dirigiu contra o fundador do WikiLeaks.
Michael Moore afirmou na terça-feira ter oferecido 20 mil dólares de seu próprio dinheiro ao fundador do WikiLeaks para ajudá-lo a pagar sua fiança em Londres, e a seu próprio site e servidores para ajudar o WikiLeaks a revelar segredos do governo.
Em um comunicado postado no thedailybeast.com, Moore disse ter enviado na segunda-feira ao tribunal britânico um documento no qual indica estar disposto a pagar 20 mil dólares para ajudar Assange a sair da prisão sob fiança.
"Tudo que peço é que não sejam ingênuos sobre como o governo trabalha quando decide ir atrás de sua presa. Por favor, jamais acreditem na ''história oficial''", afirmou Moore, acrescentando que, culpado ou inocente, Assange tem o direito de se defender.

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