UOL, 14/12/2010
Fundador do WikiLeaks é eleito a personalidade do ano em votação popular no site da "Time"
O criador do site WikiLeaks, o australiano Julian Assange,foi eleito a personalidade deste ano pelo voto popular no site da revista americana "Time". Assange lidera a lista das 25 personalidades da política, esporte, entretenimento, entre outros, que mais se destacaram em 2010 na opinião dos internautas.
Assange recebeu 382.020 mil votos de um total de 1.249.425, superando nomes como o do presidente dos EUA, Barack Obama, o do presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, e o jogador de basquete LeBron James, do Miami Heat.Entre as personalidades que não são americanas, foram votados Liu Xiaobo (11º), dissidente chinês que nessa semana recebeu o prêmio Nobel da Paz, o primeiro-ministro britânico David Cameron (13º), o presidente da China, Hu Jintao (14º), Imã Feisal Abdul Rauf (16º), escritor e líder religioso muçulmano e Hamid Karzai (25º), presidente do Afeganistão.
Em outra votação da revista, dessa vez pelo Facebook, Assange ficou em segundo lugar, com 45.643 internautas dizendo que "curtiram" o australiano. Em primeiro lugar aparece a cantora Lady Gaga, com 65.417.
Na segunda-feira (13), Assange também foi eleito o “rockstar” do ano pela edição italiana da revista “Rolling Stone”. “O rock informático de Assange será o que levaremos com alegria durante 2011. É o anjo exterminador de cada segredo do poder. É o homem que cai (da rede) na terra”, disse a revista ao justificar sua escolha.
O resultado da votação popular da "Time" sai no mesmo dia em que o australiano se apresentou à corte britânica para responder às acusações de crimes sexuais que ele teria cometido na Suécia.
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Suécia decide apelar contra libertação e Assange pode permanecer mais 48 horas preso
A Promotoria da Suécia decidiu nesta terça-feira que vai apelar da sentença do tribunal britânico de liberdade sob fiança de Julian Assange. O fundador do site de vazamentos WikiLeaks vai permanecer sob custódia em Londres (Reino Unido) até que a apelação seja apresentada, em um prazo máximo de 48 horas, segundo informou o juiz responsável pelo caso, Howard Riddle.
A advogada de acusação Gemma Lindfield anunciou a decisão em uma audiência na corte às 17h15 (15h15 em Brasília), sem dar razões. O jornalista Sam Jones, que atualiza seu Twitter de dentro da corte, afirma ao jornal "The Guardian" que Assange disse entender a decisão.
Mais cedo, o advogado britânico Mark Stephens criticou novamente os promotores suecos e disse que, caso eles apresentassem a apelação, mostrariam que se trata de uma perseguição e não um processo judicial. "Eu acredito que o processo sueco é um abuso", disse o advogado de Assange. "Ainda não recebemos o material, a evidência para que Assange possa entender a natureza das ações contra ele".
Assange nega as acusações de estupro e assédio sexual apresentadas por duas suecas. Ele alega que são uma forma de desacreditar o trabalho do WikiLeaks, que tem causado grandes constrangimentos para os Estados Unidos ao revelar documentos diplomáticos secretos com comentários sobre líderes estrangeiros e revelações sobre os bastidores da diplomacia.
CONDIÇÕES
O advogado confirmou mais cedo que a liberdade de Assange impõe um prazo de sete dias para aprovar com as autoridades um endereço fixo em Londres, onde deverá estar determinadas horas do dia e da noite, para sua localização com aparelho eletrônico.
Mais cedo, a emissora britânica BBC as condições da liberdade provisória incluem ainda que ele se apresente a uma delegacia de polícia todos os dias às 18h, além de um toque de recolher. Assange estaria livre para sair somente entre as 14h e as 22h.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", as condições impostas pelo juiz também incluem o confisco de seu passaporte e o uso constante de um identificador eletrônico. O diário adiantou ainda --sem confirmação oficial-- que a próxima audiência de Julian Assange será no dia 11 de janeiro de 2011.
Mais cedo a emissora britânica BBC havia informado que ao menos dez celebridades britânicas haviam se prontificado a ajudar no pagamento de uma potencial fiança estabelecida pela corte, entre elas o cineasta Ken Loach, a milionária Jemima Khan e o jornalista investigativo australiano John Pilger -- todos estavam presentes durante a audiência desta terça-feira.
Ainda segundo o "Guardian", uma amiga de Assange, a proprietária de restaurantes Sarah Saunders, assinou uma declaração oferecendo 150 mil libras, dizendo que era quase todo o patrimônio que possui.
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