DCM, 26 de maio de 2017
Aécio e a apreensão da PF: ele fez de tudo no mundo do crime nas barbas de Gilmar, FHC e mídia
Por Kiko Nogueira
— O que o Aécio não fez no mundo do crime?, me pergunta meu irmão Paulo Nogueira.
A resposta é óbvia: nada.
A
Polícia Federal apreendeu no gabinete do senador, em seu apartamento no
Leblon e na casa em Brasília um arsenal incriminador inacreditável.
Havia “diversos documentos
acondicionados em saco plástico transparente, dentre eles um papel azul
com senhas, diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas,
dentre elas a inscrição ‘cx 2’”, diz o relatório.
Recolheram também o seguinte:
. Um aparelho bloqueador de sinal telefônico, um telefone celular e um pen drive.
. “Uma pasta transparente contendo cópias da agenda de 2016 onde verifica-se agendamento com Joesley Batista”.
. “Folhas impressas contendo
planilhas com indicações para cargos federais, com remuneração e
direcionamento em qual partido político pertence ou foi indicado”.
. “Folhas impressas no idioma
aparentemente alemão, relativo a Norbert Muller” (o doleiro que abriu a
famosa conta secreta da família de Aécio em Liechtenstein).
. “Folha manuscrita contendo dados de CNO (Construtora Norberto Odebrecht)”.
. “Um caderno utilizado para realizar agendamentos, tendo presente Joesley Batista e Andrea Neves”.
. Um outro papel com citações ao
“ministro Marcelo Dantas” (provavelmente, o ministro Marcelo Navarro
Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, investigado no STF por
tentativa de obstruir as investigações da Lava-Jato).
O que explica isso?
Alguém falou em “amadorismo”. Um bandido profissional como Antônio Carlos Magalhães jamais cometeria esse deslize.
Errado.
Aécio tinha a certeza da impunidade.
A impunidade que lhe garantiu
dinheiro, poder, uma vida mansa e uma longa e bem sucedida carreira ao
longo de mais de 30 anos de vida pública.
Aécio nunca precisou esconder os malfeitos. Pergunte a qualquer jornalista mineiro.
Delinquiu nas barbas de Gilmar Mendes, de Fernando Henrique Cardoso, dos Marinhos, dos Civitas etc.
Um gângster que jamais foi incomodado, sempre teve costas quentes e se acostumou.
São todos cúmplices.
O Brasil escapou das mãos de um jagunço que chegou aonde chegou porque tinha a proteção de gente como ele.
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