24 julho 2013
Morre Candeeiro, último cangaceiro de Lampião
Por Nação Nordestina
Morreu nesta quarta-feira o último cangaceiro do bando de Lampião, Manoel Dantas Loiola, de 97 anos, mais conhecido como Candeeiro.
Ele faleceu na madrugada de hoje no Hospital Memorial de Arcoverde onde
estava internado desde a semana passada, após sofrer um derrame. O
sepultamento está marcado para as 16h, no cemitério da cidade de Buíque.
Pernambucano de Buíque (a 258 quilômetros do Recife), Manoel ingressou no bando de Lampião em 1937,
mas afirmava que foi por acidente. Trabalhava em uma fazenda em Alagoas
quando um grupo de homens ligados ao famoso bandido chegou ao local.
Pouco tempo depois, a propriedade ficou cercada por uma volante e ele
preferiu seguir com os bandidos para não ser morto.
No
final da vida, atuava como comerciante aposentado na vila São Domingos,
distrito de sua cidade natal. Atendia pelo nome de batismo, Manoel
Dantas Loyola, ou por outro apelido: seu Né. No primeiro combate com os
“macacos”, quando era chamado de Candeeiro, foi ferido na coxa. O buraco de bala foi fechado com farinha peneirada e pimenta.
Teve o primeiro encontro com o chefe na beira do Rio São Francisco, no lado sergipano. “Lampião não gostava de estar no meio dos cangaceiros, ficava isolado.
E ele já sabia que estava baleado. Quando soube que eu era de Buíque,
comentou, em entrevista concedida ao Diario: ‘sua cidade me deu um homem
valente, Jararaca’”.
Candeeiro dizia que, nos
quase dois anos que ficou no bando, tinha a função de entregar as
cartas escritas por Lampião exigindo dinheiro de grandes fazendeiros e
comerciantes. Sempre retornava com o pedido atendido. Ele
destacou que teve acesso direto ao chefe, chegando a despertar ciúme de
Maria Bonita. Em Angicos, comentou que o local não era seguro. Lampião,
segundo ele, reuniria os grupos para comunicar que deixaria o cangaço.
Estava cansado e preocupado com o fato de que as volantes se deslocavam
mais rápido, por causa das estradas, e tinham armamento pesado.
No
dia do ataque, já estava acordado e se preparava para urinar quando
começou o tiroteio. “Desci atirando, foi bala como o diabo”. Mesmo
ferido no braço direito, conseguiu escapar do cerco. Dias depois, com a
promessa de ser não ser morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia, com o
braço na tipóia. Com ele, mais 16 cangaceiros. Cumprindo dois anos na
prisão, o Candeeiro dava novamente lugar ao cidadão Manoel Dantas
Loyola. Sobre a época do cangaço, costumava dizer que foi “história de
sofrimento”.
Fonte: Diário de Pernambuco
FICO ENCANTADA COM ESTAS HISTORIAS, SEI QUE SÃO DE SOFRIMENTO E TRISTEZA DE UM POVO BATALHADOR, GUERREIRO QUE SOFREU MUITO E SOFRE ATÉ HOJE, O POVO NORDESTINO, INFELIZMENTE POR CONTA DOS GOVERNANTES MALDITOS LADRÕES, SEM ATITUDE, SEM ÉTICA, SEM INTEGRIDADE SEM RESPEITO PELO SER HUMANO...
ResponderExcluirShow...
ResponderExcluirSimplesmente fantástico o resumo em palavras, concordo plenamente.
ResponderExcluirSou fascinada pela história do cangaço, admiro muito e todos têm o meu respeito.
ResponderExcluirhistoria fascinante,envolvente e ao mesmo tempo triste.
ResponderExcluireu coesso lapia ele ainda vei e terra po unbada ele mim da muito coselho
ResponderExcluirE iso justifica a selvageria? Se fosse contra os poderosos ds época...mad não. Era contra os próprios nordestinos sofridos. Bastava um maldito desses não se afeiçoar de primeira vista com alguém que esse já estava sangrado (morto). E os estupros coletivos?
ResponderExcluirÉ mesmo, você estava lá e lembra de tudo.
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