Afinal, que porra de grande empreendedor é este?
Somente mais um dentre tantos "administradores competentes" do livre e "eficiente" mercado.
Somente mais um dentre tantos "administradores competentes" do livre e "eficiente" mercado.
E as consequências para a maioria sempre as mesmas... Mundo afora, milhões e milhões de pessoas dia-a-dia sendo lançadas nas ruas da amargura.
Jornal do Brasil, 19/07/2013
Eike Batista culpa ex-diretores por seu fracasso
Em artigo de página inteira, empresário tenta se explicar
Jornal do Brasil
O empresário Eike Batista, dono do conglomerado EBX, publicou nesta sexta-feira (19/7) artigo de página inteira no jornal O Globo dando explicações para o derretimento de seu império. Ele acusa consultorias de renome e ex-diretores da petrolífera OGX por terem lhe passado informações que não corresponderam às reais condições de produção da empresa. No artigo, Eike afirma que acreditou no cenário otimista que haviam lhe apresentado e se diz solidário com os investidores que perderam quase todo o investimento feita na petrolífera. Segundo ele, esses problemas contaminaram as outras empresas de seu conglomerado. “Fui tão surpreendido quanto cada um de meus investidores, colaboradores e todo o mercado”,afirma.
O “mea culpa” de Eike, curiosamente, foi feito praticamente às vésperas do pagamento de R$ 400 milhões ao BNDES relativos a um empréstimo-ponte, concedido pelo banco em 2011 a OSX, empresa de construção naval, e que vence agora em agosto. Outro financiamento nas mesmas condições, no total de R$ 518 milhões, feito à LLX, empresa de logística responsável pela construção do porto do Açú, vence em setembro. Esses empréstimos são na prática adiantamentos de um financiamento maior, que nesse caso totalizaria R$ 1,344 bilhão, aprovado em junho de 2012, para construção do estaleiro do empresário em São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro.
Eike reconhece que quebrou várias outras empresas antes de quebrar as que compõem hoje o Grupo EBX. Ele cita, por exemplo, uma montadora que fabricava jipes, diversas minas no exterior e uma empresa para concorrer com os Correios. Em seguida, explica que mineração e exploração de petróleo são atividades de alto risco, mas os retornos são elevados. “O que deveria ter feito de diferente?”, questiona-se o empresário, para ressaltar que talvez tenha errado no modelo de financiamento, recorrendo ao mercado de ações.
Eike afirma no artigo que se pudesse voltar no tempo não recorreria ao mercado de ações para se financiar, mas não explica, no entanto, se foi erro, sorte ou privilégio que teve em relação aos empréstimos do BNDES para suas empresas, que somam mais de R$ 10 bilhões, e são oriundos, vale ressaltar, de recursos públicos. Parte desses empréstimos, segundo o próprio banco, possuem garantias, mas cerca de R$ 300 milhões não tem qualquer tipo de cobertura. Além disso, seriam essas garantias parte de seu patrimônio empresarial, que está perdendo valor diariamente?
Apesar de toda a crise que vem enfrentando, o midiático empresário não perde a fleuma e afirma em seu artigo que “se enxerga e continuará se enxergando como um parceiro do Brasil”. Cabe então a pergunta: parceiro só para contrair dívida, sem dar nada em troca? Um parceiro que chafurda em obrigações que não honra é tudo que o Brasil não precisa. Por fim, Eike afirma que “a cada dia sua cabeça fervilha com ideias novas, que nascem do nada e tomam forma aos poucos”. Pelo que se vê, seria melhor que ele não as executasse, mas apenas desse a descarga.
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