segunda-feira, 29 de julho de 2013

Língua Brasileira de Sinais: Um Universo Silencioso

 
 
 
29.julho.2013
 

Projeto criado por professor melhora desempenho de alunos com deficiência em escola pública de SP e amplia inclusão



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Um projeto criado pelo professor Rafael Dias Silva, de 36 anos, para ajudar no aprendizado de alunos com deficiência auditiva, teve um duplo resultado positivo em uma escola pública de São Paulo. Além de melhorar o desempenho desses estudantes, o trabalho também despertou o interesse dos colegas de classe sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e ampliou a inclusão.
Desde 2009, Rafael leciona matemática, português, inglês, artes, educação física, sociologia, filosofia, química, física, biologia, história e geografia. Tudo em Libras. Com base em sua experiência na sala de aula, ele desenvolveu um método no qual músicas, poesias, vídeos e imagens são usados para ensinar.
O professor trabalha na Escola Estadual Dom João Maria Ogno, na zona leste da capital paulista, onde tem quatro alunas com deficiência auditiva severa, com idade entre 16 e 18 anos, que cursam o primeiro ano do ensino médio. “Além da dificuldade em aprender, havia o problema da frequência e da falta de interação com professores, a direção e os outros estudantes”, diz Rafael.

Desempenho - Em conjunto com outros professores, Rafael passou a usar a nova metodologia. E as notas dessas alunas começaram a melhorar. “Em inglês, história e química, subiram de 2 para 7. Também houve muita melhora em português e filosofia”, conta.
O desafio, no entanto, segundo o professor, não está somente em conseguir ensinar aos alunos Libras e português, simultaneamente, mas em incluí-los na comunidade escolar. “Observando minhas aulas, os estudantes ouvintes ficaram interessados em aprender Libras para se comunicar com os amigos. Daí surgiu a ideia de estender o programa para alunos ouvintes, professores e outros funcionários da escola”, explica Rafael.
Batizado de Língua Brasileira de Sinais: Um Universo Silencioso, o projeto é dividido em três vertentes: formação continuada dos professores pela Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC) – para traçar estratégias de aprendizado para os alunos surdos -, sensibilização dos alunos ouvintes para o aprendizado de Libras e, finalmente, o trabalho prático que inclui visitas a museus, institutos, entre outras atividades pedagógicas e culturais.
Rafael Dias Silva também ministra aulas gratuitas de Libras na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na USP Leste, para professores e pedagogos, nos temas astronomia, geologia, biologia, física e química. Saiba mais aqui.

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