Folha.com, 13/12/16
Intervenção russa e do FBI
maculou resultado da eleição dos EUA
Por
Paul Krugman
Enquanto isso, o FBI (Polícia Federal americana) foi a público 10 dias antes da eleição, dominando as manchetes e a cobertura noticiosa da TV dos Estados Unidos, com uma carta na qual dava fortemente a entender que estava a ponto de obter novas provas incriminadoras contra Hillary Clinton — quando na realidade não havia encontrado coisa alguma, literalmente.
Será que a combinação entre intervenção russa e do FBI virou o resultado da eleição? Sim. Hillary perdeu em três Estados —Michigan, Pensilvânia e Wisconsin— por menos de um ponto percentual, e na Flórida sua desvantagem foi pouco maior que isso.
Se ela tivesse vencido qualquer desses Estados, seria a presidente eleita. Há alguma dúvida de que a dupla Putin/Comey [o diretor do FBI, James Comey ] responde por essa diferença?
E não teria sido uma vitória marginal, tampouco. Mesmo com essa interferência, Hillary recebeu quase três milhões de votos a mais do que seu oponente, o que lhe dá margem de vitória no voto popular próxima à conquistada por George W. Bush em 2004;
Assim, tivemos uma eleição maculada. Não foi, até onde sabemos, uma eleição roubada no sentido de que votos tenham sido contados incorretamente, e o resultado não será revertido. Mas ele ainda assim é ilegítimo de diversas maneiras. O vitorioso foi rejeitado pelo público e só venceu no colégio eleitoral graças a intervenção estrangeira e a um comportamento parcial e grotescamente inapropriado de parte de uma agência nacional de polícia.
A questão agora é o que fazer quanto a esse conhecimento horripilante durante os próximos meses e anos.
Seria possível, suponho, apelar ao presidente eleito que aja para a cura, que se conduza de maneira que respeite a maioria de norte-americanos que votou contra ele e a fragilidade de sua vitória no colégio eleitoral. Vá esperando. O que estamos recebendo, em lugar disso, são alegações absurdas de que milhões de pessoas votaram ilegalmente, a falsa afirmação de uma vitória por margem esmagadora e ataques à reputação dos serviços de inteligência.
Outro curso de ação, que você verá tomado por muita gente na mídia noticiosa, será normalizar a administração que está por assumir, basicamente fingindo que tudo vai bem. Isso poderia — poderia — ser justificado se houvesse qualquer perspectiva de comportamento responsável e contido da parte do próximo presidente.
Na verdade, porém, fica claro que Trump — cujos conflitos de interesse pessoais não têm precedentes e são provavelmente inconstitucionais — pretende afastar os Estados Unidos radicalmente das preferência da maioria dos eleitores do país, o que inclui uma pronunciada virada pró-Rússia na política externa.
Em outras palavras, nada do que aconteceu na eleição ou está acontecendo agora é normal. As normas democráticas foram e continuam a ser violadas, e qualquer pessoa que se recuse a reconhecer essa realidade é, para todos os efeitos, cúmplice na degradação de nossa república.
Este presidente terá muita autoridade legal, que deve ser respeitada. Mas para além disso, nada mais: ele não merece deferência e certamente não merece o benefício da dúvida.
E quando, como você sabe que acontecerá, a administração começar a tratar as críticas a ela como deficiência de patriotismo, a resposta deve ser: "Vocês devem estar brincando". Trump, ao que tudo aponta, é o candidato siberiano, levado ao poder com a ajuda de uma potência estrangeira à qual ele é notavelmente deferente. E é aos críticos dele que falta patriotismo?
Será que reconhecer a mácula do novo governo trará algo de bom? Talvez isso mova as consciências de pelo menos alguns republicanos. Lembre-se de que muitas das coisas que Trump tentará fazer podem ser bloqueadas com a ajuda de apenas três senadores republicanos.
Já que a política é o que é, a espinha dorsal moral do Congresso ganhará firmeza se surgirem claros sinais de que o público está indignado com o que está acontecendo. E haverá chance de expressar essa indignação diretamente dentro de apenas dois anos —não só nas eleições legislativas, mas nas eleições para o governo de muitos Estados.
No entanto, a indignação quanto à eleição maculada não pode servir como única base da política oposicionista. Também será crucial manter a pressão quanto às políticas públicas promovidas pelo novo governo.
Tudo que vimos até agora aponta que Trump trairá grotescamente os interesses dos eleitores brancos de classe trabalhadora que foram seus mais entusiásticos partidários, privando-os de cobertura de saúde e de segurança na aposentadoria, e essa traição deve ser exposta.
Mas o que deveríamos fazer é contemplar a um só tempo o futuro e o passado, e criticar tanto a maneira pela qual Trump ganhou o poder quanto a maneira pela qual ele o vem usando.
Pessoalmente, ainda estou tentando descobrir de que maneira manter minha raiva em ponto de ebulição - permitir que ela extravase não ajudaria, mas tampouco quero que ela esfrie. A eleição deste ano foi um ultraje, e jamais devemos esquecer o fato.
Tradução de Paulo Migliacci
Portal Luis Nassif, 03/11/16
Discurso
antológico de Donald Trump
Por
Ulysses Freire da Paz Jr.
"Nosso movimento visa substituir um establishment político falho e corrupto com um governo que é controlado por você, povo americano!
O establishment de Washington, as empresas financeiras e de mídia que o financiam, existem somente por uma única razão: para se proteger e para enriquecer! Nesta eleição estão em jogo trilhões de dólares! Aqueles que tem poder em Washington e os lobistas aliam-se com pessoas que nem se preocupam com teu destino.
Nossa campanha [eleitoral] representa uma ameaça existencial, como eles jamais viram antes!
Esta não é apenas uma escolha de 4 anos. Esta é uma encruzilhada da história da nossa civilização, em que se decide se assumiremos o controle de nosso governo. O establishment político, que tenta nos impedir, é o mesmo grupo responsável por acordos comerciais desastrosas [TTIP & Co], imigração ilegal maciça, bem como pela política econômica e externa, que tem sangrado nosso país.
O establishment político nos trouxe a destruição de nossas fábricas e nossos postos de trabalho que estão sendo transferidos para o México, China e o mundo inteiro.
Esta é uma estrutura de poder global responsável por decisões econômicas que roubaram nossos trabalhadores que privaram nosso país de sua riqueza e que colocam o dinheiro nas mãos de um punhado de grandes empresas e políticos.
Esta é a luta para a sobrevivência da nossa nação. Esta será a nossa última chance de salvá-la. Esta eleição mostrará se somos uma nação livre, ou se temos apenas a ilusão de democracia, na realidade controlados por um punhado de lobistas globais que manipulam o nosso sistema já manipulado sistema. Essa é a realidade!
Você sabe disso, eles sabem disso, eu sei e praticamente o mundo inteiro sabe disso.
A máquina de Clinton está no centro desta estrutura de poder. Temos visto isso nos documentos do Wikileaks em primeira mão evidências de que Hillary Clinton reúne-se secretamente com bancos internacionais, a fim de destruir a soberania de os EUA para que os poderes financeiros globais, seus amigos lobistas e seus doadores fiquem mais ricos. Honestamente dizendo eles devem ser presos. As armas mais poderosa dos Clinton, são os meios de comunicação .... a imprensa.
Deixe-me dizer bastante claramente, os meios de comunicação em nosso país não tem nada a ver com jornalismo. São grupos de interesses políticos e nada além de qualquer lobista ou uma entidade financeira com uma agenda política, e esta agenda não é para você, porém para eles mesmos. Qualquer um que se oponha a eles é alcunhado de sexista, racista, xenófobo; eles mentirão, mentirão e mentirão e, em seguida, farão algo ainda pior. Eles farão o que for necessário. Os Clintons são bandidos. Isto está bem documentado. O estabelecimento, que os protege, participa de um grande encobrimento da atividade criminais no ministério de relações exteriores e da Fundação Clinton [Fundação] para manter os Clintons no poder. Eles sabiam que lançariam quaisquer mentiras contra mim, minha família e parentes. Eles sabiam que jamais desistiriam de me parar
Não obstante eu interrompo com muita alegria este dardo dirigido a vocês. Eu a detenho por este movimento, para que possamos obter o nosso país de volta. Eu sabia que esse dia chegaria. Era apenas uma questão de tempo. E eu sabia que o povo americano se levantaria e para decidir o futuro que merece. Os únicos que podem interromper esta máquina corrupta, são vocês. A única força forte o suficiente para salvar nosso país somos nós.
O único povo corajoso o suficiente para desmascarar este estabelecimento corrupto é você, povo americano. A nossa grande civilização atingiu o ponto de ajuste de contas.
Eu não tinha que fazer isso, creiam em mim.
Eu construí uma grande empresa e eu tive uma vida maravilhosa. Eu poderia
aproveitar o fruto de muitos anos de sucesso negócios e operações, ao invés de
passar por este show de horror de mentiras, enganos e ataques. Quem imaginaria
isso? Eu faço isso porque esta nação me deu tanto e eu sinto que chegou a hora
de eu retribuir algo ao país que amo. Eu faço isso pelas pessoas, pelo
movimento e nós recuperaremos esta terra para vocês e faremos a América
grande novamente. "
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